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28 agosto 2011

LIÇÃO 10 - A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA - TEXTO ÁUREO - VERDADE PRÁTICA - INTRODUÇÃO.


[1]       "[...] Vinde, benditos de meu Pai [...] porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber;  era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me" (Mt 25. 34-36)


[2]        "A preocupação social não pode ser biblicamente separada da vida cristã, Jesus iguala a maneira como tratamos os desprezados deste mundo com a forma como tratamos a ele. Tiago vai dizer em sua epístola que a fé salvífica não é simplesmente uma profissão de fé, mas sim, a que produz uma vida obediente: “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras." (Tg 2.14-18). Nossas obras mostram a autenticidade de nossa fé."

[1]     "A Bíblia recomenda que sejamos zelosos também no auxílio aos carentes e necessitados, pois a mensagem do Evangelho contempla o ser humano integralmente."

[1]    "A Igreja de Cristo, como a agência por excelência do Reino de Deus, tem uma responsabilidade social muito grande e urgente a cumprir neste mundo. Nossa missão de pregar o Evangelho a toda a criatura não nos isenta da responsabilidade de socorrer a todos os que necessitam de cuidados materiais."


[2]      "Nesta aula temos a missão de orientar nossos alunos quanto à qualidade da fé que professamos. A missão integral da Igreja inclui não o dever, mas a consciência e a preocupação de agir em benefício dos necessitados. Como escreveu Tiago em sua epístola: a fé cria as obras, e as obras aperfeiçoam a fé - "Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada"(Tg 2.22). 
            O reformador João Calvino entendia a riqueza e a pobreza como expressões do favor ou do julgamento de Deus sobre toda a comunidade, que então deveria redistribuir os seus recursos com vistas ao bem-comum. Calvino pergunta: "Por que é então que Deus permite a existência da pobreza aqui embaixo, a não ser porque ele deseja dar-nos ocasião para praticarmos o bem?"
         Como ensinou Jesus, "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros" (Jo 13.35). Jesus certamente conhece os motivos que nos movem a fazer o que fazemos e a ser o que somos. Precisamos ter e desenvolver o temor do Senhor. Só o temor do Senhor nos trará uma consciência limpa e pura diante dele. Assim, desejo incentivá-lo à consciência e à transparência das reais motivações de sua fé. Boa Aula!"


[3]      Esta lição aborda um tema que diverge muitas vezes da realidade em nossas igrejas, muitos cristãos acham que sua preocupação deve ser unicamente com a evangelização, apenas com o espiritual. Imagine se Deus só se preocupasse com a nossa situação espiritual, somente com a nossa salvação. Quando as circunstâncias negativas (desemprego, fome, doenças, abalos emocionais etc) atingisse nossa vida, para quem pediríamos socorro? Não adiantaria pedir para Deus, pois Ele só estaria interessado em nossa boa espiritualidade.  Se a hipótese apresentada fosse verdadeira, imagine como o Evangelho seria sem graça para nós, como servir a Deus seria mais difícil.
           Mas, graças a Deus que podemos usar as mesmas palavras do Salmo 121. 2 "O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra". É tão bom sermos amparados pelo Senhor, encontrarmos refrigério nele, contemplarmos as providências divinas atendendo as nossas necessidades no dia-a-dia.
          Por que então queremos um Evangelho que seja completo, ou seja, atenda a todas as nossas necessidades, e não queremos transmitir esse mesmo Evangelho para as outras pessoas? Por isso que a nossa missão está incompleta e falhamos muito quando nos preocupados com a parte espiritual e deixamos de lado as outras áreas da vida do homem. 
         A Igreja tem que mostrar uma atuação social. Mas, para um rápida reflexão, farei algumas perguntas;

  • Nas enchentes que deixam milhares de famílias desabrigadas todos os anos (veja o slide do título da lição) quantas igrejas se mobilizam em favor dessas pessoas?
  • Quantos cristãos acolhem em suas residências alguma família desabrigada? ou enviam algum tipo de suprimento para essas pessoas? 
  • Será que não estamos sentados confortavelmente em nosso sofá e dizendo, "isso é responsabilidade do governo", "já tem muita gente fazendo alguma coisa", ou pior ainda "não tem ninguém da minha Igreja lá no grupo dos desabrigados, por isso não vou me envolver". 
          Essa é apenas uma das muitas circunstâncias que podemos estar aqui analisando e nos alegrando com o que fizemos ou nos envergonhando pelo que não fizemos. 
         Que esta lição traga um choque de realidade na Igreja do Senhor e que possamos transmitir o amor de Cristo através de nossas ações. Tenha uma excelente aula professor!

[1] Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 10 - A atuação social da Igreja. Texto áureo. Verdade prática. Introdução.
[2] Comentário de Francisco A. Barbosa, site: http://auxilioebd.blogspot.com/2011/08/licao-10-atuacao-social-da-igreja.html
[3] Pb. Ismael Pereira de Oliveira

LIÇÃO 10 - A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA - I POBREZA: UMA REALIDADE SEMPRE PRESENTE

[1]      "No mundo em que vivemos, apesar da decantada globalização, há um desnível social iníquo e perverso. De um lado, estão os pobres e marginalizados; de outro, os ricos e poderosos. Isto evidencia claramente a ganância e a presunção dos que, desprezando os preceitos bíblicos, buscam lucrar com a miséria de seus semelhantes. [...] Deus abomina a injustiça social."


[2]      "Na America latina, a partir dos anos 1970, se desenvolveram duas grandes correntes teológicas que abalaram as tradições teológicas: a Teologia da Libertação (Católica) e a Teologia Evangélica da Missão Integral. Essas duas correntes enfatizam a necessidade da reflexão teológica a partir do compromisso social do povo de Deus. 
          A condição social da America Latina levou os pensadores cristãos a desenvolver estas teologias baseadas na opção preferencial pelos pobres contra a pobreza e pela sua libertação e propõem o engajamento social dos cristãos na construção de uma sociedade mais justa e solidaria. A desigualdade social e a pobreza são problemas sociais que afetam a maioria dos países na atualidade. 
        A pobreza existe em todos os países, pobres ou ricos, mas a desigualdade social é um fenômeno que ocorre principalmente em países não desenvolvidos. Resolver o problema é o desafio dos governos desses lugares. No entanto, não é tão simples quanto parece. 
        O filósofo Karl Marx (1818-1883), interpreta a miséria como um instrumento utilizado pelas classes dominantes. Para ele, a desigualdade é resultado da divisão de classes – entre aqueles que detêm os meios de produção e os trabalhadores, que só têm a força de trabalho para garantir a sobrevivência. O contexto da comunidade cristã em Jerusalém, descrito em Atos 6, é de pobreza e necessidades sociais. 
        O resultado do Pentecostes fez com que a igreja de Jerusalém triplicasse em quantidade, mas em contrapartida, crescia na mesma proporção o número de necessitados. Como consequência do crescimento, surgiram carências oriundas de um contexto social de extrema pobreza e miséria. 
       A Igreja Primitiva passara a ser grande, mas seus líderes não podiam fechar os olhos para os pobres e necessitados. Uma igreja que cresce numericamente pode ver seu rebanho adoecer a uma velocidade desproporcional por pura falta de cuidado com as pessoas. A Igreja de Cristo precisa crescer integralmente e priorizar pessoas!"

[1]   "Ao criar a terra, o Senhor providenciou todos os meios para que todas as nossas necessidades fossem dignamente supridas: "Então, a terra dará o seu fruto" (Sl 67.6). Mas por causa do pecado, a escassez e a má distribuição dos recursos naturais passaram a fazer parte de nosso cotidiano. E assim a fome, por exemplo, tornou-se um dos problemas mais agudos do mundo atual. São milhões de pessoas, em todos os continentes, vivendo abaixo da linha da pobreza enquanto alguns poucos se regalam tripudiando sobre a miséria alheia."


[2]      "O problema da fome. Herdamos um mundo caído, e a pobreza, bem como a doença e a morte, como resultado do primeiro pecado. Antes da queda a terra dava seu fruto livremente, e Adão e Eva entendiam suas responsabilidades sob Deus e percebiam os benefícios da árvore da vida (Gn 2.15, 16). 
          O estado sem pecado de Adão e Eva não significa que eles estavam livres da obrigação de cultivar e guardar o jardim. Antes, a obrigação de lutar pelo seu sustento estava entremeada no mandato e criação. Contudo, desde a queda, a terra passou a negar seu fruto e o homem se tornou irresponsável na execução de sua tarefa de domínio: “maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida. Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo. No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás” (Gn 3.17b-19). Alguns vão ainda mais longe, e assassinam outros para possuir o que não lhes pertence (Gn 4.19. 23, 24).
       O livro de Juízes refere-se ao fato de que Israel empobreceu muito (Jz 6.1-6). Os midianitas destruíam as sementeiras, matavam o gado e não deixavam mantimento em Israel. Isso nos mostra que a pobreza era resultado de não haver proteção de Deus. 
         Portanto, a Bíblia nunca lida com a pobreza fora do contexto da queda do homem no pecado. (Todo assunto deve ser considerado em relação à queda da humanidade no pecado. A questão da pobreza não é única nesse respeito.) Isso não quer dizer que, o crente que é pobre esteja em pecado, mas como está inserido num contexto social, sofre as conseqüências do desajuste social, ainda que com um diferencial: há um lugar de descanso, onde ele pode se achegar e descansar, na completa dependência de Deus o homem encontra tudo o que precisa para viver. 
           O crente considera as circunstâncias da vida sob a ótica de Deus, aprende também a descansar n’Ele. Davi aprendeu isso depois de passar por grandes experiências. Ele disse no Sl 119.165 que “muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço”. Quando o crente está em verdadeira sintonia com Deus, passa a enxergar pelos olhos da fé, passa a ver o invisível e usufruir das verdadeiras bênçãos que Ele reservou para os Seus queridos."

[1]      "O crente não pode tornar-se insensível ante o drama da miséria espiritual, moral e social. Em nosso país, há os chamados "bolsões de miséria" que nos envergonham como povo e debilitam-nos como nação. São milhões de pessoas sofrendo todos os tipos de necessidades. Não podemos esquecer-nos de que Deus se preocupa com a situação integral do homem. A Igreja, como sal e lua tem um papel muito importante a desempenhar neste mundo injusto e perverso."


[2]     "A solução para a pobreza deve ser respondida à luz do que a Bíblia diz sobre a condição caída do homem, e os fatores que criam as condições para a pobreza. Deus determina que o crente cuide dos pobres, para negar isso, deve-se negar toda a Bíblia: “Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e misericórdia, cada um a seu irmão” (Zc 7.9) e “O que oprime ao pobre insulta aquele que o criou, mas a este honra o que se compadece do necessitado” (Pv 14.31).
       Deus instrui o crente a oferecer socorro aos oprimidos, famintos, presos, cegos, estrangeiros, viúvas e órfãos. Nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e necessitados, são os irmãos em Cristo (Gl 6.10). Jesus equiparou o cuidado com os irmãos na fé como se fossem a Ele próprio (Mt 25.40,45).
            A igreja primitiva estabeleceu uma comunidade que se importava com o próximo, que repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns dos outros (At 2.44,45; 4.34-37). A diaconia foi instituída para cuidar dos necessitados (At 6.1-6). 
           Deus quer que os que têm em abundância compartilhem com os que nada têm para que haja igualdade entre o seu povo (2 Co 8.14,15; cf. Ef 4.28; Tt 3.14). Tiago desenvolve sua teologia prática afirmando que a verdadeira religião é atender aos necessitados (Tg 1.27) e também que Deus escolheu os que são pobres, para a salvação (2.5)."

[1] Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 10 - A atuação social da Igreja. I Pobreza: uma realidade sempre presente. 1 - Os pobres. 2 - O problema da fome. 3 - Precisamos ouvir a voz de Deus.
[2] Comentário de Francisco A. Barbosa, site: http://auxilioebd.blogspot.com/2011/08/licao-10-atuacao-social-da-igreja.html

LIÇÃO 10 - A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA - II QUESTÕES SOCIAIS NO ANTIGO TESTAMENTO

[1]        "Em Israel sempre houve pobres. A pobreza decorria de vários fatores: catástrofes naturais, colheitas ruins, guerras e desvios espirituais do povo que sempre acarretavam a correção divina. Nessas ocasiões, pela Lei de Moisés, os ricos deveriam assistir os mais pobres: "Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu pobre na terra" (Dt 15.11) [...] Deus não mudou. Ele continua a demandar de seu povo que seja solidário com os mais necessitados."


[2]       "Quando lemos, o livro do profeta Amós, a descrição das casas de Samaria, de paredes de ébano e marfim para se ter uma idéia da prosperidade do país. Mas também da injustiça social que dela decorria: as escavações efetuadas em Tersa, a primeira capital, mostram um conjunto de casas bem construídas, separadas, por um muro, de uma ilhota de casebres, verdadeira favela, na realidade a situação daquela época era boa para alguns e ruim para outras, o dinheiro estava concentrado nas mãos dos poderosos das autoridades da época, foi por isso que Amós foi levantado por Deus para combater as injustiças que haviam na época.
            Muitos textos da tradição profética apresenta a temática das relações econômicas onde a perspectiva é a partir das pessoas e grupos sociais mais empobrecidos dentro daquela sociedade:

  • “Fostes vós que devorastes a vinha, o que roubastes do pobre está em vossas casas. Com que direito esmagais o meu povo e calcais aos pés o rosto dos pobres?” (Is 3.14-15);
  • “Teus chefes são rebeldes, parceiros de ladrões. Todos gostam de suborno e correm atrás de presentes. Não fazem justiça ao órfão e a causa da viúva não chega até eles” (Is 1.23);
  • “Ai dos que decretam leis injustas e editam escritos de opressão: para afastar os humildes do julgamento e privar do direito os pobres do meu povo, para fazer das viúvas suas presas e roubar os órfãos” (Is 10.1);
  • “Ouvi esta palavra, vacas de Basã, que estais sobre o monte de Samaria, que oprimis os fracos, explorais os pobres e dizeis aos vossos maridos: Trazei-nos o que beber” (Am 4.1);
  • “Eles odeiam quem repreende no tribunal e detestam quem fala com sinceridade. Por isso: porque oprimis o indigente e lhe cobrais um imposto de trigo, construístes casas de pedra lavrada, mas não as habitareis; plantastes esplêndidas vinhas, mas não bebereis o seu vinho. Pois conheço vossos inúmeros delitos e vossos enormes pecados” (Am 5.10-12);
  • “Ai do que constrói sua casa sem justiça e seus aposentos sem direito; que faz trabalhar seu próximo de graça e não lhe paga o salário” (Jr 22.13);
  • “Eles não sabem fazer o que é reto” (Am 3.10).

              Durante o período de dominação romana na Palestina do primeiro século, o povo judeu encontrava-se em situação de “povo dominado” ou “escravizado”. A sociedade era dividida em quatro grandes grupos socioeconômicos: os ricos, grandes proprietários, comerciantes ou elementos provenientes do alto clero; os grupos médios, sacerdotes, pequenos e médios proprietários rurais ou comerciantes; os pobres, trabalhadores em geral, seja no campo ou nas cidades; e os miseráveis, mendigos, escravos ou excluídos sociais, como ladrões.
                Contudo, as diferenças sociais na palestina não se pautavam somente na riqueza ou pobreza do indivíduo, mas em diversos outros critérios, como sexo, função religiosa, conhecimento, pureza étnica, etc. Dois exemplos: uma mulher, ainda que proveniente de uma família rica, estava numa situação social inferior a de um levita; um samaritano, apesar da miscigenação com os israelitas, era considerado impuro e, socialmente, inferior a uma mulher judia."

[1]    "Embora paradoxal, a escravidão fazia parte do contexto social israelita. No entanto, quando comparamos o regime escravista judaico com o de outras nações, observamos uma distinção considerável entre ambos. [...] Quando lemos a Epístola de Paulo a Filemom, convencemo-nos, de imediato, que devemos tratar nossos irmãos, principalmente os que nada possuem, com toda a dignidade e respeito, porque Jesus assim o faz."


[2]      "Críticos atribuem culpa à religião judaica e à fé cristã, pelo incentivo à escravidão desde tempos remotos, mas se examinarmos o Antigo Testamento veremos que era proibida a escravidão no meio do povo hebreu (Lv 25.42).
        Os únicos casos de servidão – radicalmente distinto de qualquer modelo das culturas pagãs – eram de punições de criminosos que deveriam restituir o roubo com serviço, (Ex 22.3); e de pobreza, quando as pessoas buscavam sustento trabalhando para outras, (Lv 25.39;Ex 21.7). 
          É relevante que os hebreus escravos, por motivo de crime ou pobreza, só podiam servir aos seus senhores por seis anos, sendo compulsoriamente libertados. Mesmo no caso dos pobres, a opção de se tornarem servos era deles, a fim de que não morressem de fome. Na verdade, o princípio da escravidão entre hebreus, nada mais era do que ser tratado exatamente como um trabalhador livre, um empregado pago, (Lv 25.39,40; Cf. Mt 24.45s; Lc 19.11s). 
           A Lei permitia aos hebreus comprar escravos vindos do mundo pagão (Lv 25.44), porém nenhum escravo era permitido no meio do povo se não houvesse profissão de fé e circuncisão para com o Deus de Israel. Isto era previsto para que a santidade do povo e a fidelidade a Deus fossem preservadas contra qualquer mistura de religiões do mundo pagão. 
         Mas o escravo não era compulsoriamente circuncidado, pois a circuncisão só poderia ser administrada se a pessoa concordasse com os preceitos da fé de Israel, (Rm 2.25-29); caso contrário, ele era devolvido ao seu povo de origem. O tempo exigido para a liberdade de um escravo de outra origem era de cinqüenta anos. Jó usou o argumento da criação para referendar os direitos dos seus servos, (Jó 31.13-15):
  • Os escravos tinham direito a um dia de descanso como qualquer trabalhador comum, (Êx 20.10; 23.12);
  • Havia salário para o escravo, (Lv 25.40);
  • Havia indenização por vexames provocados contra o escravo, (Ex 21.8,10);
  • Os escravos tinham direito de se casarem com filhos ou filhas de seus senhores, tornando-se assim membros da família, (Ex 21.9);
  • Se fugissem de seus senhores não poderiam ser devolvidos para os mesmos, (Dt 23.15-16). Isso era providencial porque os escravos fugiam de senhores que lhes maltratavam, e isso fazia com que seus donos perdessem o direito de seus serviços; a lei proibia todo e qualquer maltrato a um escravo.
  • Se um escravo concordasse em ser um professo fiel ao Deus de Israel, ele tornava-se um membro da família, com privilégios que a outro membro poderia ser negado, (Lv 22.10-13);
  • O ano sabático e o ano do jubileu eram datas de cada senhor dispensar os trabalhos de seus escravos, a menos que tais escravos se recusassem a deixar o serviço, sendo amados pelos seus senhores, se tornariam servos para sempre, (Ex 21.2,5);
  • Havia leis que protegiam os escravos a cada possível circunstância degradante por parte dos senhores malvados, estes, para os quais era previsto punição;

        Por estes motivos, o mercado escravagista judaico não interessava aos mercadores de escravos, havendo entre eles até mesmo um ditado que dizia “Quem comprar um escravo judeu arranja um senhor para si mesmo”

[1]          "O socorro aos pobres é uma recomendação bíblica: "Aprendei a fazer o bem; praticai o que é reto; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas". Em Israel, os órfãos, as viúvas e os estrangeiros eram vítimas constantes de intensa penúria  e opressão. Todavia, o Senhor ordenou aos israelitas que os tratassem com amor e misericórdia. [...] Não podemos ser omissos em relação ao sofrimento do próximo."


[2]           "No Antigo Testamento vemos que existe uma clara opção preferencial de Deus pelos pobres e oprimidos. Isto não significa que Deus faça acepção de pessoas ou de classe social. Mas com certeza Ele olha de maneira especial para aqueles que não têm vez, que não têm voz. 
        A lei de Moisés continha dispositivos que iam além do mero atendimento de necessidades imediatas, criando condições para que houvesse menor desigualdade na sociedade de Israel. São exemplos disso:

  • a lei da rebusca (Lv 19.9-10; 23.22; Dt 24.19-21) e o ano do jubileu (Lv 25.8-34). Quando se chega à literatura profética, em especial aos “profetas éticos” do século oitavo a.C. (Isaías, Oséias, Amós e Miquéias);
  • a justiça, a misericórdia e a generosidade no trato com os sofredores se tornam um tema dominante (Is 1.17,23; 3.14-15,18-23; 5.7-8; 58.5-10; Os 10.12; 12.5-7; Am 2.6-7; 4.1; 5.12,24; 8.4-6; Mq 2.1-2; 6.8);
  • A justiça social ordenada por Deus determinava que os ricos não desprezassem os pobres (Dt 15. 7-11), e que o estrangeiro, a viúva e o órfão fossem atendidos em suas necessidades (Ex 22. 22; Dt 10. 18; 14. 29). Ezequiel 16.49 afirma que o pecado de Sodoma, além do orgulho, da vaidade e da imoralidade era que aquela cidade, sendo rica e abastada, nunca atendeu o pobre e o necessitado. O Velho Testamento encerra o objetivo de Deus ao entregar a Lei à Israel: que não houvesse miseráveis e injustiçados no meio do Seu povo."

[1] Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 10 - A atuação social da Igreja. II Questões sociais no Antigo Testamento. 1 - Os ricos e os pobres em Israel. 2 - A escravidão em Israel. 3 - O socorro aos pobres.
[2] Comentário de Francisco A. Barbosa, site: http://auxilioebd.blogspot.com/2011/08/licao-10-atuacao-social-da-igreja.html

LIÇÃO 10 - A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA - III O NOVO TESTAMENTO E A AÇÃO SOCIAL DA IGREJA - CONCLUSÃO - AGRADECIMENTOS

[1]       "O Senhor Jesus Cristo ensinou a generosidade e a hospitalidade para com os pobres. A relevância do tema pode ser vista no final do sermão profético de Jesus, quando Ele, categoricamente, revela quem participará do Reino de Deus: "Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me". Você tem agido como Jesus ensinou?


[2]     "O ministério terreno de Jesus objetivou trazer aos homens liberdade do pecado, de satanás, da lei e da morte. Ao definir seu ministério em Lucas 4.17-21, no qual interpreta sua missão em termos proféticos, asseverou: 

  1. um ministério de restauração material, pois se afirma enviado a restaurar os contritos de coração...; 
  2. um ministério de libertação social, desde que anuncia “liberdade aos cativos e abertura de prisão aos presos”; 
  3. um ministério de redenção espiritual, porquanto veio “apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança de Deus”...; 
  4. um ministério de consolação moral, uma vez que se propõe a “consolar todos os tristes”.
       Jesus desenvolveu um ministério libertador deixando transparecer o caráter altruísta de sua Obra. Em Lucas 14.12-14, Jesus ensina o princípio e motivos altruístas ao se realizarem atos de generosidade acrescentando que a recompensa não será devolvida no tempo presente, mas na ressurreição dos justos. Aqui estão incluídos os pobres, enfermos, deficientes físicos, crianças, idosos, desamparados, desabrigados, encarcerados, bem como os incapazes de retribuir quaisquer favores recebidos (Lc 14. 13,14)."

[1]       "A Igreja Primitiva desenvolveu um excelente trabalho social, erradicando a necessidade de entre seus membros. [...] As boas obras são evidências de uma fé viva em Deus, conforme afirma Tiago. Os que afirmam estarem salvos pela fé, em Cristo, devem demonstrar sua fé por intermédio das obras."


[2]       "Quando Cristo veio ao mundo, a Palestina passava por graves problemas sócio-econômicos, de sorte que muitos o buscavam apenas para saciar a fome (Jo 6.26). É justamente nesse contexto que devemos estudar a ação social da igreja primitiva. Ler At 2. 43-46; 6. 1; Rm 15. 25-27; I Co 16. 1-4; II Co 8; 9; GI 2. 9; Fp 4. 18,19, etc. 
            Conforme o relato de Atos, a comunidade cristã em Jerusalém vivia em comunhão exemplar. “Ninguém dizia que coisa alguma das que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns”. Uma prática comum daquela igreja era a partilha de bens para atender aos necessitados (At 2.44,45; 4.34,35). Essa partilha era totalmente voluntária, e não compulsória. O que acontecia certamente era que os cristãos que possuíam uma melhor situação econômica vendiam suas casas e terras para atender aos irmãos mais necessitados.
             Uma observação a ser feita aqui é que a prática dos cristãos do segundo século, ainda que seja louvável, não é normativa para nós hoje. “E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum. E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.” (Atos 2:44-45) Esta passagem nos perturba. Preferimos saltá-la para evitar o desafio que ela encerra. Devemos imitar literalmente estes crentes? Quis Jesus que todos seus seguidores vendessem suas possessões e repartissem o que obtivessem delas? Sem dúvida, o Senhor chamou a alguns de seus discípulos a uma pobreza voluntária total. 
      Esse é o chamamento que fez ao jovem rico, por exemplo. A ele, Jesus disse expressamente que vendesse tudo e o desse aos pobres. Este foi também o chamado do frade Francisco de Assis, na idade média, e mais recentemente, o chamado de Madre Tereza, em Calcutá, ambos católicos romanos. Eles nos recordam que a vida não consiste na abundância dos bens que possuímos. Mas não todos os discípulos de Cristo são chamados a isso. 
           A proibição da propriedade privada é uma doutrina marxista, não cristã. Mesmo na igreja em Jerusalém, a decisão de vender as propriedades e dar tudo foi uma questão voluntária. Quando passamos para o versículo 46, lemos que os crentes se reuniam “em suas casas”. Quer dizer, continuavam tendo casa e propriedades pessoais. Pelo visto, não haviam vendido todas as casas, seus móveis e suas propriedades! Contudo alguns tinham casas, e os crentes se reuniam nelas.
              Não obstante, não devemos evadir do desafio destes versículos. Alguns suspiram com alívio porque não sugeri que devemos vender tudo e repartir-lo. Mas, mesmo que não seja nosso chamado particular, todos fomos chamados a nos amarmos mutuamente como faziam aqueles cristãos"

[1]     "A Igreja, à semelhança de Israel no Antigo Testamento, tem um compromisso social diante do Senhor: "Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o Senhor te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares secos, e fortificará teus ossos; e serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas nunca faltam". Sua Igreja tem observado esse compromisso social? Você também é responsável pelos pobres e necessitados".

[2]    " O ponto decisivo para o mundo evangélico, foi sem dúvida alguma, o Congresso Internacional sobre a Evangelização Mundial realizado em julho de 1974, em Lausanne, na Suíça, cerca de 2.700 participantes vindos de mais de 150 nações, reuniram-se sob o lema “Que o Mundo Ouça Sua Voz”, endossando no encerramento do Congresso o Pacto de Lausanne.
          Após três sessões introdutórias sobre o propósito de Deus, a autoridade da Bíblia e a singularidade de Cristo, seguiu-se a quarta palestra, intitulada “A natureza da Evangelização” e, em seguida “A responsabilidade Social Cristã”. Esta última declara que “a evangelização e o envolvimento sócio-político são ambos parte de nosso dever cristão”. 
            A partir da conferência de Lausanne, na Suiça, em 1974, o mundo evangélico é levado a refletir sobre sua tarefa missionária e sobre a cooperação no cumprimento da missão. Com o lema “toda a Igreja levando todo o Evangelho a todo o Homem em todo o Mundo”, a conferência alcançou bem mais do que os participantes, criando um movimento mundial com benefícios incalculáveis para as missões. Conferências regionais foram realizadas e, em 1989, Lausanne II em Manilla, Filipinas. O movimento Lausanne quer:
  1. Dar uma orientação teológica, baseada na Bíblia, acerca da motivação missionária e seu conteúdo;
  2. Estimular os cristãos a uma responsabilidade maior pela evangelização que já vem ocorrendo nas diferentes denominações e movimentos;
  3. Inspirar os cristãos, individualmente, a um serviço intensivo de intercessão e de ofertar bem mais para missões;
  4. Conscientizar os cristãos de que evangelização e ação social devem acompanhar um ao outro; e
  5. Possibilitar contatos ecumênicos entre a cristandade evangélica para melhor planejamento e cooperação."

[1]       "A Igreja Primitiva não se intimidou com as perseguições nem se omitiu em cumprir sua missão social. Além de espalhar o Evangelho por todo o mundo, soube como socorrer os aflitos e necessitados. [...] "faz justiça aos oprimidos; que dá pão aos que têm fome; que liberta os encarcerados; que abre os olhos aos cegos; que levanta os abatidos; que guarda os peregrinos e que ampara o órfão e a viúva". Façamos a nossa parte!"


[2]       "O ministério de Jesus caracterizava-se pela compaixão amorosa a todos os sofredores e indigentes desse mundo (Mt 25.31-46; Lc 10.25-37). Idêntica solicitude é demonstrada tanto nos escritos proféticos do Antigo Testamento (Is 1.15-17; Mq 6.8) quanto nas epístolas neotestamentárias (Tg 1.27; 1Jo 3.17,18).
           Expressar o amor de Cristo de modo tangível pode ser um meio vital de a Igreja cumprir a missão que lhe foi confiada por Deus. Assim como em todos os aspectos da missão (ou propósito) da Igreja, é essencial que nossos motivos e métodos visem fazer tudo para a glória de Deus.
          "Filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas de fato e de verdade." (1Jo 3.18)
         N’Ele, que me garante que: "... o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos (Mt 20.28)"

[3]         Como professor da escola bíblica dominical eu fico muito preocupado com a aplicação do que estudamos em cada lição. Compararmos o que estudamos com a realidade de cada um é muito bom para percebermos que tipo de mudanças precisam ser feitas.
          Esta lição traz um assunto que só faz sentido se aplicado em nosso contexto local, e essa aplicação é difícil porque envolve dinheiro, voluntarismo, compaixão, amor, etc. Essas atitudes caminham na contramão da sociedade, que cada vez mais se aparta da solidariedade e se aproxima do egoísmo. Está na contramão do sistema capitalista que cria a cada dia um abismo maior entre ricos e pobres (veja o slide o 5° slide).
            Será que nós Igreja do Senhor não estamos absorvendo mais os conceitos secundários do que os ensinamentos da Palavra de Deus? Será que o nosso amor ao próximo não está ficando afetado pela filosofia de vida do mundo "O toma lá, dá cá"? Dá-se com uma mão e já estende a outra para receber a recompensa.
           Será que os conceitos vistos nas novelas, que gera sempre um modismo nacional, não estão afetando a nossa visão quanto aos pobres? Pois até reinventaram o conceito de pobre, um "Vira-lata". De que lado estamos? Da Palavra de Deus ou das filosofias mundanas?
        Que estes tempos difíceis e trabalhosos não afetem a visão e o amor da Igreja ao próximo, que as filosofias mundanas não amarrem as mãos da Igreja, que os cristãos tenham desejo de juntar mais tesouro nos céus do que na terra.
            Somos sal e luz, e como tais, devemos fazer a diferença tanto espiritual como social. 

[1]      Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 10 - A atuação social da Igreja. III O Novo Testamento  e a ação social da Igreja. 1 - Nos Evangelhos.  2 - Na Igreja Primitiva. 3 - Na Igreja atual. Conclusão. Agradecimentos.
[2]  Comentário de Francisco A. Barbosa, site: http://auxilioebd.blogspot.com/2011/08/licao-10-atuacao-social-da-igreja.html
[3]      Pb. Ismael Pereira de Oliveira

22 agosto 2011

LIÇÃO 09 - PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA - TEXTO ÁUREO - VERDADE PRÁTICA - INTRODUÇÃO


"Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo" (2 Co 11. 3)


[1]  "Só existe um meio de a Igreja de Cristo preservar a sua identidade como a agência por Excelência do Reino de Deus: obedecer amorosa e incondicionalmente a Bíblia Sagrada"


[2] "Quais os perigos que têm ameaçado a Igreja e desfalcado a sua característica como embaixada do Reino? É significativo que a primeira vez em que os seguidores de Cristo foram chamados de ‘cristãos’ foi justamente por se parecerem com Cristo – ‘aqueles que seguem a Cristo’, isso porque tudo o que tinham em comum era Cristo; não se identificavam pela naturalidade, pela cultura ou pela língua que falavam. [...] É primordial que tenhamos o zelo de manter as características de verdadeiros seguidores de Jesus Cristo para não sermos identificados pelo que temos, ou pela posição que ocupamos, ou pelo conjunto de regras e doutrinas que defendemos, mas sim pelo amor a Deus e o zelo pela Palavra, pela simplicidade e pela pureza que há em Cristo."

[1] "Muitos na atualidade, enganados pelo astuto Satanás, apartaram-se da simplicidade do Evangelho, dando ouvido a doutrinas de homens e até de demônios. Vivemos tempos trabalhosos e difíceis, por isto precisamos vigiar, a fim de manter a nossa identidade como povo de Deus!"


[3] Nesta lição, estudaremos um assunto que é impossível esgotá-lo em apenas uma aula da escola bíblica dominical. No entanto, será abordado nesta lição alguns pontos relevantes que estão relacionados com a temática.
Como que uma igreja deixa de preservar a sua identidade? Quando ela foge do propósito que Jesus definiu para sua Igreja. Diga-se de passagem que é muito fácil haver esse desvio de propósito, pois existem dois agentes que trabalham com essa finalidade. Quais são eles? As doutrinas de homens e de demônios (conforme ilustra a imagem da introdução). Constataremos que a autenticidade da identidade da Igreja está em risco, já é hora de nos preocuparmos e agirmos com uma visão de preservação da nossa identidade.
Veremos nesta lição com mais detalhes alguns tipos de desvios e como evitá-los, preservando assim a nossa identidade como Igreja do Senhor Jesus Cristo. Tenha uma excelente aula professor!


[1] Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 09 - Preservando a identidade da Igreja - Texto áureo - Verdade prática - Introdução.
[2] http://auxilioebd.blogspot.com/2011/08/licao-9-preservando-identidade-da.html
[3] Pb. Ismael Pereira de Oliveira

LIÇÃO 09 - PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA - I O QUE É A IGREJA

[1] "No grego, o vocábulo é ekklesia. O termo, literalmente, refere-se à reunião de um povo, assembleia ou igreja local. A "igreja é um organismo místico composto por todos os que, pela fé, aceitaram o sacrifício vicário de Cristo"

[2] "‘ekklesia’, formado de ek, ‘para fora de’, e klesis, ‘chamado’; no singular kaleõ, ‘chamar’. Entre os gregos era usado para descrever um grupo de cidadãos reunidos com a finalidade de discutir os assuntos do estado, como em At 19.39. O grupo de 72 sábios judeus que traduziram as Escrituras hebraicas para o grego utilizou o termo para designar o ‘ajuntamento de Israel’, quando convocado para qualquer propósito definido. O uso nos evangelhos tem duas aplicações possíveis: ao grupo inteiro dos redimidos ao longo da era atual, acerca do qual Jesus disse: ‘...edificarei a minha Igreja’ (Mt 16.18) e que na teologia desenvolvida por Paulo é descrito como ‘igreja, que é o seu corpo’, a Igreja universal (Ef 1.22, 23; 5.23); outro sentido quando utilizado no singular para referir-se a um grupo formado por crentes professos, como em Mt 18.17, e no plural, diz respeito às igrejas num distrito. Ekklesia diz respeito ao conjunto de pessoas convocadas por Deus através da morte de Cristo como cidadãos do Reino (Ef 2.19; 1Pe 1.18,19) com o intuito de adorar a Deus; já não pertencem a esse mundo e têm como princípio viver e cultivar uma comunhão real e pessoal com Deus, proclamando-O através do testemunho pessoal e da pregação do Evangelho (Hb 13.12-14; 1Pe 2.5). No Novo testamento, Jesus foi o primeiro a fazer uso do termo ekklesia e ele a aplicou ao grupo dos que se reunião em torno dele e reconheceram-no publicamente como seu Senhor e aceitaram os princípios do Reino de Deus (Mt 16.18). A sobrevivência da Igreja contra todas as hostilidades e perigos é garantida nas palavras de Jesus em Mt 16.18: ‘Sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela’."

[3] Por que é importante conhecer a definição de igreja? Para que tenhamos uma visão correta igreja, por exemplo, quando no dia-a-dia dizemos "vou para a Igreja". Ao dizer isso, o que vem a minha mente? Se associo imediatamente ao templo construído, irei para a igreja sem muita motivação e com poucos objetivos, mas, se vem a ideia de um grupo que são separados deste mundo para adorar a Deus e divulgar o seu Reino, que esse grupo é formado por pessoas de todas as nacionalidades, culturas e etnias unidos pelo sangue de Cristo, e que eu faço parte desse grupo tão importante,  que eu tenho uma função importante nesse grupo, eu irei para a Igreja muito motivado e apresentarei o meu melhor para Deus. (Assista o vídeo "O que é Igreja" nos vídeos relacionados com a lição 09).


[1] "O Mestre amado disse: "[...] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". Jesus Cristo é a pedra, isto é, o único e o profundo alicerce da Igreja. Portanto, a característica divina da Igreja está na pessoa de Jesus Cristo. Ele a fundou, edificou-a e conserva-a através do Espírito Santo para nossa consolação."

[3] Na dimensão divina, podemos afirmar que a Igreja é um projeto que nasceu no coração de Deus. Se origina em Deus e também é sustentada por Deus, por isso que a Igreja de Jesus tem atravessado gerações, séculos e milênios. Satanás tem levantado homens poderosos na terra para pelejar contra a Igreja de Cristo, mas esses homens não entendiam que ela tem sua origem em Deus e portanto seria inútil tentar destruí-la, nem as portas do inferno prevalecem contra ela. Aleluia!

[1] "O corpo de Cristo é composto de judeus e gentios. Antes do advento da Igreja, ambos os povos estavam separados. Todavia, mediante a cruz de Nosso Senhor, passaram a constituir uma só grei. Isto denota a diversidade étnica e cultural da Igreja, pois esta é formada por pessoas oriundas de todas as nacionalidades, culturas e etnias. É a assembleia universal dos santos."

[3] Na dimensão terrena, a Igreja se fragmenta em milhares de Igrejas locais, que funciona como uma agência por excelência do Reino de Deus. Tem uma atuação muito importante para a sua comunidade, quando exerce plenamente a Missão Integral. Ela tem um papel social que fortalece qualquer estrutura de governo, pautada na Palavra de Deus ela socorre os necessitados, os desamparados, os angustiados, os desesperados etc. e o Senhor Jesus ainda transforma um homem rejeitado pela sociedade em um novo homem que passa a ser admirado pela mesma sociedade.
Quando juntamos as igrejas locais, formamos então a Igreja universal, a maior instituição do mundo que consegue unir num só objetivo pessoas de todas as nacionalidades com uma grande diversidade de culturas e etnias. Que coisa maravilhosa!

[1] "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento"

[3] Estudaremos agora duas características principais que revelam a identidade da Igreja, e dessas características não devemos fugir jamais, ou estaremos assumindo outra identidade menos a que Cristo deixou para sua Igreja. Vejamos a primeira:
Um amor devotado ao Pai: Como demonstramos o nosso amor a Deus? Amando a Deus com todas as nossas faculdades humanas, emocionais (coração, alma) e racionais (pensamentos) (Mt 22. 37b). Observe que nesse versículo a palavra "todo" é usada três vezes, isso que dizer que não devemos ter qualquer reserva em devotar o nosso amor ao Pai. Por exemplo; quem dizer que ama a Deus e não o obedece em tudo, não está amando de todo o coração.
Essa relação de amor a Deus é a base de governo do Reino de Deus, pois nós obedeceremos às normas do Reino de Deus por amor e não por temor. Quando obedecemos por amor, somos felizes. Um crente que ama a Deus, vai buscar uma vida santa em qualquer lugar que ele esteja inserido na sociedade, ainda que seja só ele de crente em meio a um grande grupo de não-crentes, ele será diferente. Por isso, esse amor que temos com o nosso Deus nos IDENTIFICA como Igreja do Senhor em qualquer lugar.

[1] "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". [...] Os crentes, além de pregar o Evangelho de Jesus, acolhiam as pessoas com amor e compaixão. A Igreja de Cristo ama a Deus e ao próximo."


[3] Outra forma de sermos identificados como Igreja do Senhor Jesus é amando o nosso próximo como a nós mesmos (Mt 22. 39b). Esta é outra regra básica de governo do Reino de Deus. Se eu amar o próximo como a mim mesmo e o próximo amar a mim como a ele mesmo,  pergunto, quando haverá conflitos nas relações? Quando recorreremos aos tribunais? Quando estaremos frustados com as nossas relações? Quando haverá injúrias ou difamações?  Nunca. Esse é o modelo de governo que se discute hoje no âmbito da justiça humana, fala-se em direitos de terceira geração "solidariedade e fraternidade", mas não adianta colocar isso no ordenamento jurídico sem a chave que abre a porta da fraternidade e da solidariedade que é o "amor", será apenas mais uma lei.
Quantas lideranças hoje estão indo parar na justiça com brigas e intrigas administrativas e pessoais? Quantas igrejas estão dividas em grupinhos sociais? Quantas lideranças desprezam seus liderados? Quantos liderados se rebelam contra suas lideranças? Infelizmente estamos perdendo nossa identidade de Igreja do Senhor Jesus. Clamemos em oração para que o Senhor nos ajude a preservar a nossa identidade e a não sermos mais um dos que entram na fila do conformismo espiritual, na verdade conformismo com o mundo.
Imagine um Reino onde não há conflitos entre o governante e os seus governados, e não há conflitos entre os seus cidadãos. Esse é o Reino de Deus, e essa comunhão plena é a nossa identidade.

[1] Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 09 - Preservando a identidade da Igreja - I O que é a Igreja - 1. Definição - 2. As duas principais dimensões da Igreja. a) Divina. b)Terrena - 3. Sua identidade. a) Um amor devotado ao Pai. b) Amar ao próximo.
[3] Pb. Ismael Pereira de Oliveira

LIÇÃO 09 - PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA - II A PRESERVAÇÃO DA IDENTIDADE DA IGREJA

[1] "A Igreja do Senhor tem uma missão a cumprir neste mundo: anunciar a Palavra de Deus, viver de acordo com os mandamentos de Jesus Cristo e ensinar a toda a criatura a Palavra de Deus. Como Igreja, temos responsabilidade com a educação dos crentes e não-crentes."

[3] Pregação e ensino do evangelho; essas são duas ferramentas inseparáveis da Igreja. A Missão de pregar leva a igreja a um processo de expansão, é uma ferramenta de relação da Igreja com o mundo, de divulgação do Reino de Deus, a igreja jamais deve recuar nessa missão, pelo contrário, assim como Felipe pregou para o eunuco e este se converteu, assim também devemos agir. Devemos sair às ruas, às praças etc. e pregar o evangelho.
Ainda este ano eu ouvi uma pessoa dizer que estava orando  e pedindo a Deus que mostrasse uma igreja que pregasse salvação, pois na Igreja que ela estava participando como membro só falava em dinheiro, prosperidade, maldição etc. Essa é uma triste verdade, muitas Igrejas estão perdendo essa Identidade.
O ensino é uma ferramenta utilizada entre os membros da Igreja, para crescimento, fortalecimento e aperfeiçoamento espiritual dos santos. Sem esta ferramenta a igreja também perde um pouco da sua identidade, pois os prejuízos espirituais serão grandes. Mas o que fortalece o crente e o faz crescer é sã doutrina da Palavra de Deus, e não a imitação de muitos modismos religiosos e até mundano que estão entrando em muitas igrejas. Precisamos preservar nossa identidade nesses dois aspectos também.

[1] "Jesus ensinou aos seus seguidores que o amor evidencia a comunhão com Ele e com o Pai: "Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros"

[2] "Jesus afirmou que nosso amor cristão mostrará que somos seus discípulos (Jo 13.34,35). As pessoas não regeneradas vêem dissensões, ciúme e divisão em nossa Igreja ou reconhecem-nos como seguidores de Jesus pelo amor que demonstramos uns aos outros? Essas coisas são essenciais à salvação e à preservação da identidade da Igreja. O caminho para o Reino dos céus se dá mediante a simples confiança e dependência de uma criança; e o caminho para a grandeza acontece através da humildade de uma criança, expressa pelo serviço modesto (Mt 18.1-55). O amor cristão é mais do que um sentimento de afeto, é uma atitude que se expressa através do serviço desinteressado. O amor cristão tem no amor sacrificial de Cristo o seu modelo e a comunidade de crentes como o primeiro lugar onde esse amor se expressa (Gl 6.10; Ef 5.25). É digno de nota que o amor é a condição sine qua nom para o exercício apropriado de qualquer dom (1C0 13.1)."

[3] Há igrejas que não se percebe o amor fraternal como uma forma identificadora, e isso tem sérias consequências. Observe nas palavras de Jesus o quanto isso é sério; "Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta." (Mt 5 23 e 24).  A Prioridade é a comunhão entre os irmãos, depois vem a apresentação da oferta a Deus. Nessa passagem Jesus não disse "se você tiver alguma coisa contra o teu irmão" mas sim "aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti", ou seja, eu posso estar me sentindo bem em relação a todos, mas isso não é suficiente, é preciso que todos estejam bem em relação a mim.


[1] "Cada crente deve preservar a doutrina de Cristo, lutando contra as várias distorções e heresias que surgem a cada dia. A doutrina bíblica não pode ser modificada, substituída ou anulada por supostas revelações, visões e profecias. Tudo tem de ser devidamente aferido pelas Sagradas Escrituras. Façamos a defesa dos fundamentos de nossa fé, sem arrogância ou dissimulação, mas sobretudo com amor, respeito e mansidão."

[2] "[...] o que é ensinado como teologia cristã; é preciso ter cuidado com o que estamos estudando e passando para nossos alunos, ao mesmo tempo, termos o maior cuidado de estarmos certos de que as respostas às quais chegamos são válidas, alicerçadas na Bíblia. Importante destacar que, o crente deve estar sempre pronto para dar uma resposta branda e respeitosa quando for pedido a razão de sua fé (1Pe 3.15). Quanto à pregação da Palavra em Igrejas quaisquer ter que ser perfeita para que ela seja considerada verdadeira é um ideal inatingível na terra, isso porque só se pode atribuir à Igreja uma relativa pureza doutrinária. Louis Berkhof afirma que “uma Igreja pode ser relativamente impura em sua apresentação da verdade, sem deixar de ser uma Igreja verdadeira.[...]"

[3] As doutrinas bíblicas são suficientes para levar qualquer pessoa para o céu, não é preciso acréscimos de visões, revelações etc. Não podemos ter medo de defender a sã doutrina da Palavra de Deus, nelas não há erro, o erro está em quem tenta distorcer a interpretação da Bíblia Sagrada para tentar ganhar multidões, fundar um novo ministério etc.
Para defender fé é preciso se dedicar a conhecer bem a Palavra de Deus, por isso existe a Escola Bíblica Dominical, e recomendamos a todos os membros da Igreja a leitura diária da Bíblia e o estudo teológico.

[1] Texto extraído da revista Lições Bíblicas CPAD 3°Trimestre, lição 09 - Preservando a identidade da Igreja - II A preservação da identidade da Igreja - 1. Na pregação e no ensino do evangelho - 2. No amor cristão - 3. Na defesa da fé.
[3] Pb. Ismael Pereira de Oliveira