LIÇÃO 10 - AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO
SANTO
TEXTO ÁUREO
"Porque a promessa vos
diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos
quantos Deus, nosso Senhor, chamar." (At 2.39)
VERDADE PRÁTICA
Cremos na atualidade do
batismo no Espírito Santo e dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito
Santo à Igreja para sua edificação.
Atos 2.1-6; 1 Coríntios 12.1-7
At 2.1 - Cumprindo-se o dia
de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;
2 - e, de repente, veio do
céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que
estavam assentados.
3 - E foram vistas por eles
línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 - E todos foram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem.
5 - E em Jerusalém estavam
habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do
céu.
6 - E, correndo aquela voz,
ajuntou-se uma multidão e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na sua
própria língua.
1 Co 12.1 - Acerca dos dons
espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
2 - Vós bem sabeis que éreis
gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados.
3 - Portanto, vos quero
fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é
anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo.
4 - Ora, há diversidade de
dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 - E há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 - E há diversidade de
operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
7 - Mas a manifestação do
Espírito é dada a cada um para o que for útil.
INTRODUÇÃO
As manifestações do Espírito
de Deus, tais como veremos, dizem respeito, primeiramente ao batismo no
Espírito Santo e aos dons espirituais. São dois temas da teologia pentecostal
que nunca se esgotam e são importantes porque se tratam de evidências bíblicas
de que a comunicação divina com o seu povo, e com cada crente individual, nunca
cessou. Não somente a Bíblia, mas também o testemunho da história, e da
experiência cristã, corrobora essa verdade. É sobre isso que trata o nosso
estudo.
I - A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
1.
A experiência do Pentecostes. Não é difícil descobrir na
Bíblia o que é o batismo no Espírito Santo. João Batista disse: "E eu, em
verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após
mim é mais poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele
vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt
3.11).
Há inúmeras interpretações dessa passagem. No entanto, o próprio Senhor Jesus se
referiu a esse batismo como a promessa do Pai (At
1.4)
e acrescentou: "Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis
batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (At
1.5).
Essa declaração vincula Mateus
3.11
com a experiência do dia de Pentecostes relatada em Atos
2.2-4. A prova disso é que o apóstolo Pedro identificou a
experiência de Cornélio (At
10.44-46) com a promessa anunciada por João Batista e reiterada
pelo Senhor Jesus (At
11.15-17).
2.
Batismo "no" Espírito Santo ou "com o" Espírito Santo? As
duas traduções são legítimas à luz da gramática grega e aceitáveis de acordo
com o contexto. A ideia de batismo no Novo Testamento é de imersão, submersão (Rm
6.3,4; Cl
2.12).
A Almeida Revista e Atualizada tem uma nota em Mateus
3.11
e Atos
1.5
informando "com; ou em" e a Nova Versão Internacional também traz uma
nota similar. A Versão Almeida Revisada da Imprensa Bíblica Brasileira emprega
"batizar em água" e "batizar no Espírito Santo" nas referidas
passagens, respectivamente. Nós adotamos "em água" e "no
Espírito Santo", pois "com", pode parecer aspersão, o que
contradiz a ideia de imersão.
3.
Os sinais sobrenaturais. Há três sinais que mostram a ação
sobrenatural do Espírito Santo por ocasião de sua descida no dia de
Pentecostes: o som como de um vento (At
2.2),
a visão das línguas repartidas como que de fogo (2.3) e
o falar em línguas (2.4).
Os dois primeiros sinais jamais se repetirão, pois foram manifestações
exclusivas que tiveram como objetivo anunciar a chegada do Espírito Santo.
Alguém tão importante quanto o Filho, cuja encarnação e nascimento em Belém,
ainda que extraordinários, porque o Verbo se fez carne (Lc
2.9-11; Jo
1.4),
não tiveram sinais semelhantes. Além de marcar a chegada do Espírito Santo, no
dia de Pentecostes, as manifestações sobrenaturais também inauguraram a Igreja.
Assim, o som soava como vento, mas não era vento, e da mesma forma a visão não
era fogo, mas lembrava o fogo de Deus (Êx
3.2;
1
Rs18.38). Foi um acontecimento singular, algo que ocorreu uma
única vez.
SÍNTESE DO TÓPICO I
O vento, a visão das línguas
e o falar em línguas remontam a descida do Espírito Santo em Pentecostes.
II - A NATUREZA DAS LÍNGUAS
1.
Fonte. As línguas do Pentecostes eram sobrenaturais, pois
foram caracterizadas como "outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem" (At
2.4).
O termo grego para "outras" aqui é héterais, de héteros, "outro
de tipo diferente". Há quem questione esse conceito, mas a fonte delas é o
próprio Espírito Santo, o que torna a evidência visível e contundente. A outra
evidência está presente na audição, e não simplesmente na fala, pois "cada
um os ouvia falar em sua própria língua" (2.6).
Lucas repete essa informação por mais duas vezes (vv.8,11).
E, no versículo
11,
ele acrescenta: [...] "Todos os temos ouvido em nossas próprias línguas
falar das grandezas de Deus".
2.
A glossolalia. É a manifestação das línguas estranhas no
batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais.
Trata-se um termo técnico de origem grega glossa, "língua, idioma", e
de lalía, "modo de falar" (Mt
26.73), conjugado à "linguagem" (Jo
8.43),
substantivo derivado do verbo grego lalein, "falar". A expressão
lalein glossais, "falar línguas" (1 Co
14.5),
é usada no Novo Testamento para indicar "outras línguas". É
importante saber que as línguas manifestas no dia de Pentecostes são as mesmas
que aparecem na lista dos dons espirituais (1 Co
12.10,28; 14.2).
Ambas são de origem divina e sobrenatural, mas são diferentes apenas quanto à
função.
3.
Sua continuação. O falar em "outras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At
2.4),
é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Essa experiência se repete
na história da Igreja. Isso aconteceu na casa do centurião Cornélio: "E os
fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os
gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus" (At
10.45,46),
exatamente como aconteceu no dia de Pentecostes. Outra vez, o mesmo fenômeno
acontece com a chegada de Paulo em Éfeso, em sua terceira viagem missionária (At
19.6).
As línguas, as profecias e a ciência são válidas para os nossos dias, mas vão
cessar por ocasião da vinda de Jesus (1 Co
13.8-10).
SÍNTESE DO TÓPICO II
As línguas do Pentecostes,
línguas estranhas, são de natureza sobrenatural.
III - SIGNIFICADO E PROPÓSITO
1.
O batismo no Espírito Santo não é sinônimo de salvação.
Trata-se de bênçãos diferentes. Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito
Santo. Na regeneração, o Espírito promove o novo nascimento, que é um ato
direto do Espírito Santo (Jo
3.6-8). O pecador recebe o Espírito no exato momento em que
aceita, de verdade, a Jesus (Gl
3.2;
Ef
1.13).
Os discípulos de Jesus já tinham seu nome escrito no céu (Lc
10.20) e igualmente tinham o Espírito Santo mesmo antes do
Pentecostes (Jo
20.22).
2.
Definição e propósitos. O batismo no Espírito Santo é o
recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho
em todo o mundo (Lc
24.46-49). O seu propósito é capacitar o crente a viver uma vida
cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé em
Cristo (At
1.8).
É um revestimento de poder para viver a vida regenerada, um poder espiritual
que contribui para a edificação interior da vida cristã do crente e que o ajuda
quando a mente não pode fazê-lo.
SÍNTESE DO TÓPICO III
O duplo propósito do batismo
no Espírito remonta a expansão do Evangelho e a capacitação do crente.
IV - OS DONS ESPIRITUAIS
1.
Os dons espirituais. São manifestações do poder de Deus que nos
capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse
poder na vida da Igreja (At
1.8).
A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o Senhor Jesus enviou o Espírito
Santo (Jo
14.16-18). Há pelo menos três listas desses dons (Rm
12.6-8; 1 Co
12.8-10,28-30),
embora não ousamos dizer que sejam apenas esses, pois não existe uma lista
exaustiva deles no Novo Testamento.
2.
Os dons são dados aos crentes individualmente. A manifestação dos
dons ocorre por meio das três Pessoas da Trindade: pelo Espírito, na
"diversidade de dons" (1 Co
12.4);
pelo Senhor, na "diversidade de ministérios" (v.5); e
pelo Deus Pai, na "diversidade de operações (v.6).
Mas a fonte dos dons é o Espírito Santo e, por isso, essa manifestação é dada
por Ele "a cada um para o que for útil" (1 Co
12.7)
e não para exibição ou ostentação do crente, porque o mérito é do Senhor Jesus
(At
3.12).
Outra vez o apóstolo enfatiza a origem dos dons, o Espírito Santo, pois
reconhece que é este mesmo quem "opera todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer" (1 Co
12.11).
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Os dons espirituais são
dádivas atemporais de Deus dadas a cada crente.
CONCLUSÃO
A descida do Espírito Santo
é acompanhada dos dons espirituais. Eles são atuais na vida da Igreja e são
dados a cada um para o que for útil, sempre para o bem da igreja local.
Trata-se de ferramentas importantes e indispensáveis para os crentes, razão
pela qual devemos lhes dar a devida atenção.
------------------------------------------------
Referências
Revista Lições Bíblicas. A RAZÃO DA NOSSA FÉ, Assim cremos, assim vivemos. Lição 10 – As
manifestações do Espírito Santo. I – A descida do Espírito Santo. 1. A
experiência do Pentecostes. 2. Batismo “no” Espírito Santo ou “com o” Espírito
Santo? 3. Os sinais sobrenaturais. II – A
natureza das línguas. 1. Fonte. 2. A glossolalia. 3. Sua continuação. III – Significado
e propósito. 1. O batismo no Espírito Santo não é sinônimo de salvação. 2. Definição
e propósitos. IV – Os dons espirituais. 1. Os dons espirituais. 2. Os dois são
dados aos crentes individualmente. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3°
Trimestre de 2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038
(Tim), pregação e ensino.