LIÇÃO
12 – OS PECADOS DE OMISSÃO E DE OPRESSÃO
TEXTO
ÁUREO
"Aquele, pois, que sabe fazer o bem
e o não faz comete pecado" (Tg 4.17).
VERDADE
PRÁTICA
Os pecados de omissão e opressão são tão
repulsivos diante de Deus quanto às demais transgressões.
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos a contundente
reprimenda da Palavra de Deus à opressão dos ricos contra os pobres. A denúncia
de Tiago é semelhante a dos profetas do Antigo Testamento: de Isaías, de Ezequiel,
de Amós, de Miqueias e de Zacarias (Is 3.14,15; 58.7; Ez 16.49; Am 4.1;
5.11,12; 8.4-8; Mq 6.12; Zc 7.10) contra os senhores que oprimiam os pobres. É
importante refletirmos sobre este assunto, pois alguns pensam que as
advertências dos santos profetas ficaram restritas à época da Lei (Lv 25.35; Dt
15.1- 4,7,8). Entretanto, o mesmo tema é alvo do ensinamento do próprio Senhor
Jesus (Lc 6.24,25). Igualmente, o livro de Atos nos informa que a Igreja do
primeiro século cuidava dos pobres (At 2.42-45). Isso significa que o tema
abordado nesta lição é atual e urgente.
I -
O PECADO DE OMISSÃO (Tg 4.17)
1 -
A realidade do pecado. Um dia o homem resolveu voluntariamente
desobedecer a Deus (Gn 3.1-24). O pecado, então, tornou-se uma realidade fatal.
A partir dessa atitude rebelde, todas as relações dos seres humanos entre si,
com o Criador e com a criação, foram distorcidas (Rm 1.18-32). Assim, a
humanidade e a criação sofrem e gemem como vítimas da vaidade humana (Rm
8.19-22). Não somos capazes de, por nós mesmos, vencermos o pecado! Contudo, em
Jesus toda essa grave realidade pode ser superada, pois o Pai enviou o seu
Filho para que morresse por nós e, assim, resgatasse-nos da miséria do pecado
(Rm 8.3; Hb 10.1-39).
2 -
O pecado de comissão (Gn 3.17-19). A partir da realidade do
pecado algumas formas de pecados podem ser verificadas nas Escrituras. Uma
delas é o pecado de comissão, ou seja, realizar aquilo que é expressamente
condenado por Deus. Os nossos pais, Adão e Eva, foram proibidos de comer do
fruto da árvore do bem e do mal. Entretanto, ainda assim dela comeram. Realizar
conscientemente o que Deus de antemão condenou é um atentado à sua santidade e
justiça (Sl 106.6).
3 -
O pecado de omissão (Tg 4.17). Outra forma muito comum é o
pecado de omissão. Essa forma de transgredir as leis divinas, muitas vezes, é
ignorada entre o povo de Deus. Porém, as consequências do seu julgamento não
serão menores diante do Altíssimo (Mt 25.31-46). Não é apenas deixando de
obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em pecado, mas de igual modo,
quando omitimo-nos de fazer o bem pecamos contra Deus e a sua justiça (Lc
10.25-37; Jo 15.22,24).
II -
O PECADO DE ADQUIRIR BENS À CUSTA DA EXPLORAÇÃO ALHEIA (Tg 5.1-3)
1 -
O julgamento divino sobre os comerciantes ricos (v.1). Não
é a primeira vez que Tiago menciona os ricos em sua epístola (Tg 1.9-11;
2.2-6). Entretanto, aqui há uma particularidade. Enquanto nos outros textos o
meio-irmão do Senhor faz advertências ou denúncias contra os ricos, o quinto
capítulo apresenta o juízo divino contra eles. Da forma em que o texto da
epístola está construído, percebemos que não há indício algum de que a sentença
divina é exclusiva para os que conhecem a Deus, deixando “os ricos ignorantes”
de fora do juízo divino. O alvo aqui são todos os ricos, crentes ou descrentes,
que conduzem os seus negócios de maneira desonesta e opressora contra os menos
favorecidos.
2. O
mal que virá (v.2). De modo geral, onde se encontra a confiança
dos ricos? A Bíblia afirma que a confiança dos ricos está amparada nos bens que
possuem (Pv 10.15; 18.11; 28.11). Não atentando para a brevidade da vida e a
transitoriedade dos bens materiais, eles orgulham- -se e confiam na quantidade
de bens que possuem (Jr 9.23; 1 Tm 6.9,17). Tiago diz que as riquezas dos ricos
desonestos e arrogantes estão apodrecidas e as suas roupas comidas pela traça,
isto é, brevemente elas se mostrarão ineficazes para garantir-lhes o futuro. Os
ricos opressores terão uma triste surpresa em suas vidas!
3. A
corrosão das riquezas e o juízo divino (v.3). Jesus de Nazaré
falou do mesmo assunto no Sermão da Montanha, ao advertir que “não [devemos
ajuntar] tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os
ladrões minam e roubam” (Mt 6.19). Sabemos que nos dias atuais, muitos ignoram
esta admoestação do Senhor, dizendo que não é bem isso que Ele quis dizer. Ora,
então do que se tratava o assunto do nosso Senhor, senão do perigo de se
acumular bens neste mundo? A arrogância demonstrada pelo rico insensato revela
esse desvario do nosso tempo (Lc 12.15-21). Olhando para os dois textos
citados, tanto o de Mateus quanto o de Lucas, é impossível não atentarmos para
essas duas perspectivas: a denúncia para o mal da riqueza e a revelação
profética do juízo divino contra a confiança nela (Ap 3.17; 6.15; 13.16).
III
- O ESCASSO SALÁRIO DOS TRABALHADORES “CLAMA” A DEUS (Tg 5.4-6)
1 -
O clamor do salário dos trabalhadores (v.4). O Evangelho alcança
pessoas de todos os tipos e classes sociais. Muitos que constituem a classe
alta econômica de nossa nação têm crido em Cristo. Outros filhos do nosso meio
têm emergido e alcançado altos patamares econômicos. De funcionários,
tornaram-se patrões, juízes, políticos, etc. Por isso, é preciso advertir que a
Bíblia tem conselhos divinos claros para a ética do homem cristão que se tornou
rico ou do rico que se tornou cristão. Neste quarto versículo, com tons graves,
o líder da igreja de Jerusalém levanta-se como um profeta veterotestaméntario
bradando contra a injustiça social (Jr 22.13; Ml 3.5). Para tal exercício,
Tiago evoca a Lei, isto é, utiliza a Escritura do primeiro testamento para
fundamentar a sua redação epistolar (Dt 24.14,15). O meio-irmão do Senhor
adverte que o Todo-Poderoso certamente se levantará contra toda a sorte de
opressão e injustiça!
2. A
regalia dos ricos que não temem a Deus cessará (v.5). O
versículo cinco lembra a denúncia proferida por Jesus em Lucas 16.19-31,
quando o Senhor fala acerca do mendigo Lázaro e do rico opressor: uma vida
regalada que não se importava com o futuro e com o próximo, vivendo festejos
como se o fim nunca fosse chegar. Deleitando-se em suas riquezas, mal pensava o
rico que entesourava para si juízos de Deus.
3. O pobre não resiste à opressão do
rico (v.6). Há severas condenações no Antigo Testamento contra a opressão
dos menos favorecidos (Êx 23.6; Dt 24.17). O fato de essa advertência aparecer
em o Novo Testamento indica a gravidade dessa atitude (1 Tm 6.17-19). Muitos
podem se perguntar por que a Bíblia é tão dura contra os ricos injustos. Uma vez
que eles estão economicamente bem posicionados, o pobre, ou “justo”, sucumbe à
sua opressão, restando a eles apenas Deus para defendê-los. Assim, mesmo que o
pecado de opressão continue sendo consumado, entendemos biblicamente que o
Senhor dos Exércitos continua a ouvir o clamor dos pobres!
CONCLUSÃO
As advertências de Tiago são relevantes
e oportunas para os nossos dias. Quanto engano tem sido cometido por
ensinamentos deturpados em nome de uma suposta prosperidade. Tal teologia tem
levado muitas pessoas a tornarem-se materialistas. Tiago nos exorta a
demonstrarmos uma fé verdadeira, não apenas de palavras, mas principalmente em
obras (Tg 2.14-26). De igual maneira, conforme a lição de hoje, o nosso desafio
é vivermos um estilo de vida segundo o Evangelho, onde a simplicidade, a
modéstia e o contentamento devem ser as suas marcas.
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Referência
Revista
Lições Bíblicas. FÉ E OBRAS, Ensinos de Tiago para uma vida cristã
autêntica. Lição 12 – Os pecados de omissão e de opressão. I – O pecado de
omissão. 1. A realidade do pecado. 2. O pecado de comissão. 3. O pecado de
omissão. II – O pecado de adquirir bens à custa da exploração alheia. 1. O
julgamento divino sobre os comerciantes ricos. 2. O mal que virá. 3. A corrosão
das riquezas e o juízo divino. III – O escasso salário dos trabalhadores
“clama” a Deus. 1. O clamor do salário dos trabalhadores. 2. A regalia dos
ricos que não temem a Deus cessará. 3. O pobre não resiste à opressão do rico. Conclusão.
Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2014.