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30 julho 2013
LIÇÃO 5 – AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO / SUBSÍDIOS
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LIÇÃO 5 – AS VIRTUDES DOS SALVOS EM CRISTO
TEXTO ÁUREO
"Porque
Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade" (Fp 2.13).
VERDADE PRÁTICA
A
salvação é obra da graça de Deus, garantida à humanidade mediante a morte
expiatória de Jesus.
INTRODUÇÃO
Na
lição de hoje, aprenderemos que a obediência a Deus é uma virtude que deve ser
buscada por todos aqueles que são salvos em Cristo. O apóstolo Paulo não
duvidava da obediência dos irmãos filipenses, contudo, ele reafirma aos crentes
a verdade de que a submissão ao Evangelho de Cristo é uma das principais
virtudes dos salvos. Assim, a intenção do apóstolo é estimular os cristãos de
Filipos a continuar perseverando na obediência ao Santo Evangelho.
1. O caráter dinâmico da salvação. No
texto de Filipenses 2.12 “De sorte que, meus amados,
assim como sempre obedecestes, não só na minha presença, mas muito mais agora
na minha ausência, assim também operai a vossa salvação com temor e tremor”,
podemos destacar três aspectos da salvação operada em nossa vida pelo Senhor
Jesus. O primeiro refere-se à obra realizada e consumada de forma suficiente na
cruz do Calvário. É a salvação da pena do pecado. Não somos mais escravos, e
sim libertos em Cristo (Rm 8.1) “Portanto, agora,
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo
a carne, mas segundo o espírito”. O segundo aspecto diz respeito ao
caráter progressivo da salvação na vida do crente. Mesmo que o nosso corpo
ainda não tenha sido transformado, resistimos ao pecado e este não mais nos
domina (Rm 8.9) “Vós, porém, não estais na carne, mas
no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem
o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (cf. 1 Jo 2.1,2) “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não
pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o
Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos,
mas também pelos de todo o mundo.”
Não
obstante o fato de a salvação eterna vir de Deus, Paulo diz que o Senhor nos
chama a zelar e a "desenvolvê-la" em nosso cotidiano. Por último, o
texto trata da plenitude da salvação, quando finalmente o nosso corpo receberá
uma redenção gloriosa e não mais teremos dor, angústia ou lágrima, pois
estaremos para sempre com o Senhor (1 Ts 4.14-17) “Porque,
se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem
Deus os tornará a trazer com ele. Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do
Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos
os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de
arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão
primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente
com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre
com o Senhor.”
2. Deus é a fonte da vida.
Por si só o crente não pode ser salvo (Fp 2.13) “porque
Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa
vontade”, pois é o Espírito Santo quem "opera" no homem a
salvação (Jo 16.8-11) “E, quando ele vier, convencerá o
mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da
justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o
príncipe deste mundo está julgado”. Sem o Senhor, a humanidade está
cega, morta no pecado e carente da iluminação do Espírito para o
arrependimento. Se na vida dos ímpios Satanás opera instigando-os à prática das
obras más (2 Ts 2.9) “a esse cuja vinda é segundo a
eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira”,
é o Espírito de Deus quem opera nos crentes a vida eterna (Jo 16.7-12) “Todavia, digo-vos a verdade: que vos convém que eu vá,
porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for,
enviar-vo-lo-ei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da
justiça, e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim; da justiça, porque vou
para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste
mundo está julgado. Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis
suportar agora” (cf. Rm 8.9,14) “Vós, porém, não
estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós.
Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. [...] Porque
todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus”.
Dessa forma, o salvo torna-se um instrumento de justiça num mundo corrompido.
3. A bondade divina. A
ideia que a salvação tem um caráter seletivo não é bíblica. Todos têm o direito
de recebê-la. O querer e o efetuar de Deus não anulam esse direito, pelo
contrário, a operação do Eterno habilita qualquer pessoa à salvação através da
iluminação do Evangelho (Jo 1.9) “Ali estava a luz
verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo”, tornando-se
posteriormente útil ao Corpo de Cristo (Ef 4.11-16) “E
ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para
evangelistas, e outros para pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos
santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo, até que
todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão
perfeito, à medida da estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais
meninos inconstantes, levados em roda por todo vento de doutrina, pelo engano
dos homens que, com astúcia, enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade
em caridade, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, do qual todo o
corpo, bem ajustado e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa
operação de cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”
(1 Co 12.7) “Mas a manifestação do Espírito é dada a
cada um para o que for útil”.
1. "Fazei todas as coisas sem
murmurações nem contendas". No versículo 14, o
apóstolo Paulo destaca duas posturas nocivas à predisposição dos filipenses:
a) Murmurações. O
Antigo Testamento descreve a murmuração dos judeus como uma atitude de
rebelião. Quando os israelitas atravessaram o deserto, sob a liderança de
Moisés, passaram a reclamar da pessoa do líder hebreu. Para eles, Moisés jamais
deveria ter estimulado a saída do povo judeu do Egito (Nm 11.1) “E aconteceu que, queixando-se o povo, era mal aos ouvidos do
SENHOR; porque o SENHOR ouviu-o, e a sua ira se acendeu, e o fogo do SENHOR
ardeu entre eles e consumiu os que estavam na última parte do arraial”
(Nm 14.1-4) “Então, levantou-se toda a congregação, e
alçaram a sua voz; e o povo chorou naquela mesma noite. E todos os filhos de
Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a congregação lhe disse:
Ah! Se morrêramos na terra do Egito! Ou, ah! Se morrêramos neste deserto! E por
que nos traz o SENHOR a esta terra, para cairmos à espada e para que nossas
mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos ao
Egito? E diziam uns aos outros: Levantemos um capitão e voltemos ao Egito”
(Nm 20.2-5) “E não havia água para a congregação;
então, se congregaram contra Moisés e contra Arão. E o povo contendeu com
Moisés, e falaram, dizendo: Antes tivéssemos expirado quando expiraram nossos
irmãos perante o SENHOR! E por que trouxestes a congregação do SENHOR a este
deserto, para que morramos ali, nós e os nossos animais? E por que nos fizestes
subir do Egito, para nos trazer a este lugar mau? Lugar não de semente, nem de
figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber”. Esse ato
constrangeu o homem mais manso da face da terra, e os israelitas receberam dele
a alcunha de "geração perversa e rebelde" (Dt 32.5,20) “Corromperam-se contra ele; seus filhos eles não são, e a sua
mancha é deles; geração perversa e torcida é [...]e disse: Esconderei o meu
rosto deles e verei qual será o seu fim; porque são geração de perversidade,
filhos em quem não há lealdade”. Tal "titulação" não se
aplicava aos filipenses, pois eles não eram rebeldes nem murmuradores, ainda
assim o apóstolo Paulo os exortou a fazer todas e quaisquer coisas sem
murmurações ou queixas, tal como convém aos mansos.
b) Contendas. Em
o Novo Testamento, a expressão grega para contendas é dialogismos. Essa
expressão descreve as disputas e os debates inúteis que geram dúvidas e
separações na igreja local. É o mesmo que discussões, litígios e dissensões.
Infelizmente, muitos hoje as promovem levando, inclusive, seus irmãos aos
tribunais (1 Co 6.1-8) “Ousa algum de vós, tendo algum
negócio contra outro, ir a juízo perante os injustos e não perante os santos? Não
sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deve ser
julgado por vós, sois, porventura, indignos de julgar as coisas mínimas? Não
sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a
esta vida? Então, se tiverdes negócios em juízo, pertencentes a esta vida,
pondes na cadeira aos que são de menos estima na igreja? Para vos envergonhar o
digo: Não há, pois, entre vós sábios, nem mesmo um, que possa julgar entre seus
irmãos? Mas o irmão vai a juízo com o irmão, e isso perante infiéis. Na
verdade, é já realmente uma falta entre vós terdes demandas uns contra os
outros. Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o
dano? Mas vós mesmos fazeis a injustiça e fazeis o dano e isso aos irmãos”.
Esta, definitivamente, não é a vontade de Deus para a sua Igreja.
2. "Sejais irrepreensíveis e
sinceros". O apóstolo apela aos filipenses para que se
achem irrepreensíveis e sinceros. Ser irrepreensível significa conduzir-se de
forma correta e moralmente pura, não necessitando de repreensão. É alguém que
dominou a carne, pois anda no Espírito (Gl 5.16,17) “Digo,
porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a
carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se
um ao outro; para que não façais o que quereis.”. A sinceridade é outra
virtude que se opõe ao mal, ao dolo, ao engano e à má fé. A pessoa sincera
pauta-se pela lealdade, a lisura e a boa fé. Nada menos que isso é o que o
Eterno espera do seu povo.
3. "Retendo a palavra da vida".
Para o apóstolo, reter a Palavra de Deus não é apenas assimilá-la, mas, sobretudo
praticá-la, pois o poder da Palavra gera vida (Hb 4.12) “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do
que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do
espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e
intenções do coração”. Por isso, Paulo encoraja os filipenses a
guardarem a Palavra, pois além de promover a vida no presente, ela ainda nos
garante esperança e vida eterna para o futuro próximo.
1. O contentamento da salvação operada. O
apóstolo Paulo reporta-se ao Antigo Testamento para mostrar aos filipenses
como, a fim de servi-los, ele entregou sua vida: "ainda que seja oferecido
por libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé" (v.17). O apóstolo
está ciente das privações que impôs a si mesmo para edificar o Corpo de Cristo
em Filipos. Ele, porém, se regozija e alegra-se pelo privilégio de servir aos
filipenses. Em outras palavras, a essa altura, o sacrifício e os desgastes do
apóstolo são superados pela alegria de contemplar, naquela comunidade, o fruto
da sua vocação dada por Cristo Jesus: a salvação operada em sua vida também
operou na dos filipenses.
2. A alegria do povo de Deus. O
apóstolo estimula os filipenses a celebrarem juntamente com ele esta tão grande
salvação (Hb 2.3) “como escaparemos nós, se não
atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo
Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram”. O apelo de
Paulo é contagiante: "regozijai-vos e alegrai-vos comigo por isto
mesmo" (v.18). A alegria de Paulo é proveniente do fato de que uma vez que
Jesus nos salvou mediante o seu sacrifício no Calvário, agora o Mestre nos
chama para testemunharmos a verdade desta mesma salvação operada em nós (v.13).
Portanto, alegremo-nos e regozijemo-nos nisto.
O
Evangelho nos convoca a desenvolvermos a salvação recebida por Deus através de
Cristo Jesus. Devemos ser santos, como santo é o Senhor nosso Deus. Para isso,
precisamos nos afastar de todas as murmurações e contendas e abrigarmo-nos no
Senhor, vivendo uma vida irrepreensível, sincera e que retenha a palavra da
vida (Fp 2.16) “retendo a palavra da vida, para que, no
Dia de Cristo, possa gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão”.
Somente assim a alegria do Senhor inundará a nossa alma e testemunharemos do
seu poder salvador para toda a humanidade.
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. FILIPENSES, A humildade de Cristo como exemplo para a
Igreja. Lição 5 – As virtudes dos salvos em Cristo. Texto áureo. Verdade
prática. Introdução. I – A dinâmica da Salvação (2.12,13). 1. O caráter
dinâmico da salvação. 2. Deus é a fonte da vida. 3. A bondade divina. II – Operando
a salvação com temor e tremor (2.12-16). 1. “Fazei todas as coisas sem
murmurações nem contendas”. A) Murmurações. B) Contendas. 2. “Sejais
irrepreensíveis e sinceros”. 3. “Retendo a palavra da vida”. III – A salvação
opera o contentamento e a alegria (2.17,18). 1. O contentamento da salvação
operada. 2. A alegria do povo de Deus. Conclusão. Editora CPAD. Rio de Janeiro
– RJ. 3° Trimestre de 2013.
24 julho 2013
JORNAL MISSÃO PUBLICA MATÉRIA SOBRE O SITE DA EBD
O Jornal Missão publicou hoje uma matéria que fala sobre o site da EBD. O Diretor do jornal, irmão Ricardo, fala sobre a importância e o crescimento do site.
Quero aproveitar para agradecer a todos os amados irmãos que contribuem com esse projeto intercedendo, comentando e sugerindo melhorias. Deus abençoe a todos! Vocês fazem parte desses 2 (dois) anos de história.
Acessem a matéria clicando AQUI
Um grande abraço a todos!
Ev. Ismael Pereira de Oliveira
21 julho 2013
LIÇÃO 4 – JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE / SUBSÍDIOS
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LIÇÃO 4 – JESUS, O MODELO IDEAL DE HUMILDADE
LIÇÃO 4 – JESUS, O MODELO IDEAL DE
HUMILDADE
TEXTO ÁUREO
De
sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus"
(Fp 2.5).
VERDADE PRÁTICA
Jesus
Cristo é o nosso modelo ideal de submissão, humildade e serviço.
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, enfocaremos as atitudes de Cristo que revelam a sua natureza humana,
obediência e humilhação, bem como a sua divindade. Humanidade e divindade,
aliás, são as duas naturezas inseparáveis de Jesus. Esta doutrina é apresentada
por Paulo no segundo capítulo da Epístola aos Filipenses.
Veremos
ainda que Jesus nunca deixou de ser Deus, e que encarnando-se, salvou-nos de
nossos pecados. A presente lição revela também a sua exaltação.
1. Ele deu o maior exemplo de humildade. Na
Epístola aos Filipenses, lemos: "De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus" (v.5). Este texto reflete a
humildade de Cristo revelada antes da sua encarnação. Certa feita, quando
ensinava aos seus discípulos, o Mestre disse: "Aprendei de mim, que sou
manso e humilde de coração" (Mt 11.29).
Jesus
Cristo é o modelo perfeito de humildade. O apóstolo Paulo insta a que os
filipenses tenham a mesma disposição demonstrada por Jesus.
2. Ele era igual a Deus.
"Que, sendo em forma de Deus" (v.6). A palavra forma sugere o objeto
de uma configuração, uma semelhança. Em relação a Deus, o termo refere-se à
forma essencial da divindade. Cristo é Deus, igual com o Pai, pois ambos têm a
mesma natureza, glória e essência (Jo 17.5) “E, agora,
glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo
antes que o mundo existisse”. A forma verbal da palavra sendo aparece em
outras versões bíblicas como subsistindo ou existindo.
Cristo
é, por natureza, Deus, pois antes de fazer-se humano "subsistia em forma
de Deus". Os líderes de Jerusalém procuravam matar Jesus porque Ele dizia
ser "igual a Deus". A Filipe, o Senhor afirmou ser igual ao Pai (Jo
14.9-11) “Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo
convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como
dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em
mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está
em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim;
crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras”. A divindade de Cristo é
fartamente corroborada ao longo da Bíblia (Jo 1.1) “No
princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo
20.28) “Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus
meu!” (Tt 2.13) “aguardando
a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor
Jesus Cristo” (Hb 1.8) “Mas, do Filho, diz: Ó
Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos, cetro de eqüidade é o cetro
do teu reino” (Ap 21.7) “Quem vencer herdará
todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu filho”. Portanto,
Cristo, ao fazer-se homem, esvaziou-se não de sua divindade, mas de sua
glória.
3. Mas "não teve por usurpação ser
igual a Deus" (v.6). Isto significa que o Senhor não se
apegou aos seus "direitos divinos". Ele não agiu egoisticamente, mas
esvaziou- se da sua glória, para assumir a natureza humana e entregar-se em
expiação por toda humanidade. O que podemos destacar nesta atitude de Jesus é o
seu amor pelo mundo. Por amor a nós, Cristo ocultou a sua glória sob a natureza
terrena. Voluntariamente, humilhou-se e assumiu a nossa fragilidade, com
exceção do pecado.
1. "Aniquilou-se a si mesmo"
(2.7). Foi na sua encarnação que o Senhor Jesus deu a maior
prova da sua humildade: Ele "aniquilou-se a si mesmo". O termo grego usado pelo apóstolo é o verbo
kenoô, que significa também esvaziar, ficar vazio. Portanto, o verbo esvaziar
comunica melhor do que aniquilar a ideia da encarnação de Jesus; destaca que
Ele esvaziou-se a si mesmo, privou-se de sua glória e tomou a natureza humana.
Todavia, em momento algum veio a despojar-se da sua divindade.
Jesus
não trocou a natureza divina pela humana. Antes, voluntariamente, renunciou em
parte às prerrogativas inerentes à divindade, para assumir a nossa humanidade.
Tornando-se verdadeiro homem, fez-se maldição por nós (Gl 3.13) “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição
por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”.
E levou sobre o seu corpo todos os nossos pecados (1Pe 2.24) “Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro,
para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas
feridas fostes sarados”. Em Gálatas 4.4 “mas,
vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido
sob a lei”, Paulo escreveu que, na plenitude dos tempos, "Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher". Isto indica que Jesus é consubstancial
com toda a humanidade nascida em Adão. A diferença entre Jesus e os demais
seres humanos está no fato de Ele ter sido gerado virginalmente pelo Espírito
Santo e nunca ter cometido qualquer pecado ou iniquidade (Lc 1.35) “E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito
Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o
Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus”. Por isso, o
amado Mestre é "verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus".
2. Ele "humilhou-se a si
mesmo" (2.8). Jesus encarnado rebaixou-se mais ainda ao
permitir ser escarnecido e maltratado pelos incrédulos (Is 53.7) “Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro, foi
levado ao matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não
abriu a boca” (Mt 26.62-64) “E, levantando-se o
sumo sacerdote, disse-lhe: Não respondes coisa alguma ao que estes depõem contra
ti? E Jesus, porém, guardava silêncio. E, insistindo o sumo sacerdote,
disse-lhe: Conjuro-te pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho
de Deus. Disse-lhes Jesus: Tu o disseste; digo-vos, porém, que vereis em breve
o Filho do Homem assentado à direita do Todo-poderoso e vindo sobre as nuvens
do céu” (Mc 14.60,61) “E, levantando-se o sumo
sacerdote no Sinédrio, perguntou a Jesus, dizendo: Nada respondes? Que testificam
estes contra ti? Mas ele calou-se e nada respondeu. O sumo sacerdote lhe tornou
a perguntar e disse-lhe: És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito?”. A
auto-humilhação do Mestre foi espontânea. Ele submeteu-se às maiores afrontas,
porém jamais perdeu o foco da sua missão: cumprir toda a justiça de Deus para
salvar a humanidade.
3. Ele foi "obediente até a morte e
morte de cruz" (2.8). O Mestre amado foi obediente à vontade
do Pai até mesmo em sua agonia: "Não se faça a minha vontade, mas a
tua" (Lc 22.42). No Getsêmani, antes de encarar o Calvário, Jesus
enfrentou profunda angústia e submeteu-se totalmente a Deus, acatando-lhe a
vontade soberana. Quando enfrentou o Calvário, o Mestre desceu ao ponto mais
baixo da sua humilhação. Ele se fez maldição por nós (Dt 21.22,23) “Quando também em alguém houver pecado, digno do juízo de
morte, e haja de morrer, e o pendurares num madeiro, o seu cadáver não
permanecerá no madeiro, mas certamente o enterrarás no mesmo dia, porquanto o
pendurado é maldito de Deus; assim, não contaminarás a tua terra, que o SENHOR,
teu Deus, te dá em herança” (cf. Gl 3.13) “Cristo
nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está
escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro”, passando
pela morte e morte de cruz.
1. "Deus o exaltou
soberanamente" (2.9). Após a sua vitória final sobre o pecado
e a morte, Jesus é finalmente exaltado pelo Pai. O caminho da exaltação passou
pela humilhação, mas Ele foi coroado de glória, tornando-se herdeiro de todas
as coisas (Hb 1.3) “O qual, sendo o resplendor da sua
glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela
palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos
pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas” (Hb 2.9) “vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que
fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para
que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (Hb 12.2) “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo
gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e
assentou-se à destra do trono de Deus”.
Usado
pelo autor sagrado para designar especialmente Jesus, o termo grego Kyrios
revela a glorificação de Cristo. O nome "Jesus" é equivalente a
"Senhor", e, por decreto divino, Ele foi elevado acima de todo nome.
As Escrituras atestam que ante o seu nome "se dobre todo joelho dos que
estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor [o Kyrios]" (v.10).
2. Dobre-se todo joelho.
Diante de Jesus, todo joelho se dobrará (v.10). Ajoelhar-se implica reconhecer
a autoridade de alguém. Logo, quando nos ajoelhamos diante de Jesus, deixamos
bem claro que Ele é a autoridade suprema não só da Igreja, mas de todo o
Universo. Quando oramos em seu nome e cantamos-lhe louvores, reconhecemos-lhe a
soberania. Pois todas as coisas, animadas e inanimadas, estão sob a sua
autoridade e não podem esquivar-se do seu senhorio.
3. "Toda língua confesse"
(v.11). Além de ressaltar o reconhecimento do senhorio de Jesus,
a expressão implica também a pregação do Evangelho em todo o mundo. Cada crente
deve proclamar o nome de Jesus. O valor do Cristianismo está naquilo que se
crê. A confissão de que Jesus Cristo é o Senhor é o ponto de convergência de
toda a Igreja (Rm 10.9) “A saber: Se, com a tua boca,
confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou
dos mortos, serás salvo” (At 10.36) “A palavra
que ele enviou aos filhos de Israel, anunciando a paz por Jesus Cristo (este é
o Senhor de todos)” (1 Co 8.6) “Todavia, para
nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor,
Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele”. Nosso credo
implica o reconhecimento público de Jesus Cristo como o Senhor da Igreja. A
exaltação de Cristo deve ser proclamada universalmente.
CONCLUSÃO
O
tema estudado hoje é altamente teológico. Vimos a humilhação e a encarnação de
Jesus. Estudamos a dinâmica da sua humanização e a sua consequente exaltação.
Aprendemos também que o Senhor Jesus é o Deus forte encarnado - verdadeiramente
homem e verdadeiramente Deus. E que Ele recebeu do Pai toda a autoridade nos
céus e na terra. Ele é o Kyrios, o Senhor Todo-Poderoso. O nome sob o qual, um
dia, todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o
Senhor. Proclamemos essa verdade universamente.
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. FILIPENSES, A humildade de Cristo como exemplo para a
Igreja. Lição 4 – Jesus, o modelo ideal de humildade. Texto áureo. Verdade
prática. Introdução. I – O filho divino: O estado eterno de pré-encarnação
(2.5,6). 1. Ele deu o maior exemplo de humildade. 2. Ele era igual a Deus. 3.
Mas “não teve por usurpação ser igual a Deus”. II – O filho do homem: O estado
temporal de Cristo (2.7,8). 1. “Aniquilou-se a si mesmo” (2.7). 2. Ele
“humilhou-se a si mesmo” (2.8). 3. Ele foi “obediente até a morte de cruz”
(2.8). III – A exaltação de Cristo (2.9-11). 1. “Deus o exaltou soberanamente”
(2.9). 2. Dobre-se todo joelho. 3. “Toda língua confesse” (v.11). Conclusão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ.
3° Trimestre de 2013.
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