LIÇÃO 01
- A SOBREVIVÊNCIA EM TEMPOS DE CRISE
TEXTO
ÁUREO
"Tenho-vos dito isso, para que em mim
tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o
mundo." (Jo 16.33)
VERDADE
PRÁTICA
As crises podem ser superadas com
sabedoria, fé e com a ajuda de Deus.
INTRODUÇÃO
Neste trimestre, estudaremos as crises que
o mundo decaído vem enfrentando ao longo do tempo. Jesus nos alertou que no
mundo teríamos aflições, mas prometeu estar conosco todos os dias, até a
consumação dos séculos (Mt 28.20). Não estamos sozinhos em meio às crises.
Sabemos que o Brasil enfrenta uma séria crise política, moral e econômica sem
precedentes. Já se fala em 11 milhões de desempregados. Muitas empresas estão
fechando suas portas; a indústria não consegue escoar a produção, pois o
comércio não tem para quem vender os produtos. E o resultado é a tão temida
recessão econômica. A crise também tem afetado a área da saúde. Os que buscam
os hospitais públicos sofrem nas filas de espera. Faltam médicos, remédios e
leitos, e muitas pessoas morrem sem conseguir atendimento. A Educação também
tem enfrentado crises. Vivemos em uma sociedade caótica, porém temos um Deus
que cuida de nós. É o que veremos nesta lição.
I - A
CRISE COMO UMA REALIDADE
1. Deus
criou um mundo perfeito. Deus criou um mundo perfeito e nele
colocou o homem, para cuidar da criação e com ela habitar. Adão recebeu do
Criador a missão de governar a Terra e cultivar o solo. Por um período de tempo
(não sabemos quanto tempo), Adão e Eva viveram sem crise e em harmonia,
governando o mundo. Todavia, Adão e Eva caíram na tentação do Diabo,
desobedecendo à ordem de Deus. Com o pecado veio o juízo divino sobre Adão, Eva
e a serpente. A terra também sofreu as consequências do pecado (Gn 3.17). O
pecado deformou a raça humana e fez com que o mundo viesse experimentar as
diferentes crises que temos visto. A primeira crise que Adão enfrentou foi no
seu relacionamento com sua esposa, Eva. Adão culpou a Deus e a mulher pelo seu
erro (Gn 3.12). Em meio às crises, sejam elas de diferente ordem, temos a
tendência de sempre culpar alguém.
2. Uma
sociedade em crise. Com a Queda, vieram os males e as crises, que
assolam a Terra até os dias atuais. A apostasia tornou-se universal. Hoje
parece não haver mais limites ao adultério, a imoralidade e a corrupção. O
homem está cada dia mais distante de Deus e cometendo toda sorte de torpeza.
Nossa geração assemelha-se a dos dias de Noé. Contudo, Deus está no controle. O
Dia do Senhor virá e a sua justiça será feita. Vivemos em uma sociedade
corrupta e perversa, mas não pertencemos a este mundo, por isso, não podemos
nos conformar com a sua maneira de pensar e agir (Rm 12.2).
II - A
CRISE COMO UMA CONSEQUÊNCIA DO PECADO
1. A
crise na sociedade antediluviana. Depois da Queda, o pecado se
alastrou pela raça humana como um vírus letal (Gn 6.5). Porém, o mundo
antediluviano ainda não vivia o caos. Segundo as Escrituras Sagradas não havia
fome e a saúde do homem era boa, pois a expectativa de vida era bem elevada,
chegando quase a mil anos (Gn 5.27). Embora houvesse provisão, saúde e
expectativa de vida, o homem continuava longe de Deus e entregue a toda a sorte
de torpeza. A terra encontrava-se corrompida
e cheia de violência (Gn 6.11). Muitos, erroneamente, acreditam que a
violência é consequência da modernidade e do capitalismo. A violência é
consequência do pecado e da dureza do coração do homem, que vive longe do
Criador. Dizendo isso, não estamos negando que a pobreza, o desemprego e a
falta de acesso à educação contribuem para o aumento da violência.
Deus é santo e não pode tolerar o pecado,
por isso, decidiu frear a maldade do homem trazendo o dilúvio (Gn 6.13). Mas
Deus também é misericordioso. Em sua bondade e misericórdia, Ele determinou que
Noé construísse uma arca. A arca serviria para abrigar Noé e sua família, os
animais e todos aqueles que acreditassem na pregação do servo de Deus. A arca
era um refúgio contra a ira de Deus. Mas aquelas pessoas não creram nas
advertências de Noé e não quiseram buscar refúgio em Deus. Somente Noé e sua
família foram salvos das águas do dilúvio formando uma nova civilização.
2.
Crise na sociedade pós-dilúvio. Noé repovoou a terra, porém
o homem continuou com a semente do pecado em seu coração. Não demorou muito
para a crueldade adentrar na casa do próprio Noé. O servo do Senhor plantou uma
vinha, fez vinho e se embriagou (Gn 9.20,21). Seu filho Cam, vendo o pai
bêbado, expôs a sua nudez. Cam foi amaldiçoado por Noé (Gn 9.25), numa mostra
clara de que o pecado traz maldição para a família e para a nação. Muitas vezes
a crise é consequência do pecado.
Os homens se estabeleceram na antiga
planície da Suméria e não demorou muito para iniciarem a construção de uma
torre. Esse era um monumento para engrandecimento do homem. Era a busca pelo
poder. Muitos, na atualidade estão construindo monumentos para si mesmo (casas,
carros importados, joias, roupas de grife), mas não ajudam aqueles que estão
necessitados. Deus não se agradou desse projeto arrogante e fez com que cada um
falasse uma língua diferente, dificultando o ajuntamento das pessoas em um só
lugar. A sociedade pós-diluviana não se tornou melhor do que a antediluviana,
pos a iniquidade humana continuou a crescer.
3.
Crise nos tempos de Jesus e na Igreja Primitiva.
Jesus nasceu na terra de Israel, em uma região conhecida como Palestina. O
Filho de Deus veio ao mundo em um tempo em que o Império Romano dominava
Israel. A tensão política e a instabilidade social eram grandes. Era um tempo
de crise política, social, moral e espiritual. Mas, em meio às crises a luz
raiou dissipando as trevas e trazendo esperança para a humanidade. Nos dias de
Jesus, havia muitos pobres e necessitados. Por isso, o Mestre ensinava que era
preciso cumprir o que fora dito pelo profeta Isaías (Is 58.6,7). Não adiantava
dizer que eram filhos de Abraão, caso não desfizessem o jugo do oprimido e
repartissem o pão com o faminto. Isso nos faz lembrar que a fé sem as obras é
morta (Tg 2.15-17).
A Igreja Primitiva enfrentou uma terrível
perseguição. Havia muitos necessitados, todavia os irmãos acudiam os pobres e
necessitados. Em tempos de crise, os
bens eram partilhados (At 4.34,35). É em meio à crise que podemos ver o
quanto as pessoas são generosas. A generosidade aliada à comunhão fazia com que
muitos fossem atraídos a Jesus Cristo, contribuindo para o crescimento da
igreja.
III -
A CRISE
1. A
crise política. Israel enfrentou uma terrível crise política
depois da morte de Salomão. Roboão, o filho sucessor, pede conselhos aos
anciãos, mas ignora as orientações deles. Ele prefere seguir os conselhos de
seus amigos (1 Rs 12.10). Roboão buscou fazer aquilo que era melhor para si e
não para o seu povo. Os resultados foram os piores possíveis. A nação foi
dividida, afastando o povo de Deus. Essa divisão perdurou por muito tempo
trazendo dor e sofrimento para todos. Quando homens insensatos assumem o poder,
toda a nação sofre as consequências.
Atualmente, o Brasil está enfrentando uma
crise política sem precedentes. Ela tem sido destaque nos principais jornais do
mundo. A cada dia surge um novo escândalo. Estamos vivendo um momento muito
delicado. A corrupção tem se alastrado como um câncer, atingindo todos os
poderes. Como Igreja do Senhor, temos que orar em favor da nossa nação e lutar
contra toda a forma de corrupção, pois temos um Deus que é santo e que abomina
tal condição. Quando escolhemos, de forma errada, uma pessoa para nos
representar tanto no Executivo quanto no Legislativo, a injustiça se alastra e
muitos problemas surgem, como os que ocorreram em Israel (Dt 16.18-20; Is
1.23).
2. A
crise econômica. Muitos países já enfrentaram terríveis crises
econômicas ao longo dos anos. Nas Escrituras Sagradas, encontramos, no livro de
Gênesis, a extraordinária crise de alimentos pela qual passou toda a terra (Gn
41.55,56). Porém, a crise foi revelada a Faraó por intermédio de um sonho (Gn
41.1-8). Deus deu a José a interpretação do sonho e ele foi levantado como
governador do Egito. José recebeu de Deus sabedoria para administrar em tempos
de crise. A crise foi tão intensa que pessoas de todas as terras se dirigiam ao
Egito para comprar alimento (Gn 41.57).
No Brasil, a crise econômica que estamos
enfrentando está diretamente ligada à crise política. Segundo alguns
economistas, o "Brasil não sairá da crise econômica se não resolver a
crise política e ética". Em meio à crise não podemos nos desesperar nem
nos entristecer. Precisamos orar e confiar no Deus de toda provisão.
3. A
crise espiritual. No texto bíblico dessa lição, o profeta
Habacuque, que viveu e ministrou em Judá, questionou a Deus a respeito da crise
que seu povo estava enfrentando. O profeta estava em meio a uma sociedade
agonizante, e por isso, desejava algumas respostas de Deus. Muitas vezes, como
Habacuque, diante do caos também nos perguntamos: "Por que Senhor?" O
profeta ficou perturbado ao ver que os ímpios prosperavam e os justos iam mal.
Deus, entretanto, ouviu os questionamentos do profeta. Ele ouve e responde
nossas indagações, embora nem sempre tenhamos as respostas no momento em que
queremos. O Senhor não deixou Habacuque sem resposta (Hc 2.1,2). O Senhor falou
que o seu julgamento viria sobre Judá. Deus não tolera o pecado. Para
disciplinar seu povo, Ele usaria os babilônios (Hc 1.5-12).
Habacuque questiona a Deus, porém ele era
um homem de fé. Suas indagações não eram resultado de dúvida ou incredulidade.
Ele confiava que Deus poderia suprir as necessidades do seu povo mesmo não
florescendo a figueira e não havendo fruto na vide (Hc 3.17). Mesmo que não
houvesse provisão, ele continuaria confiando na fidelidade do Senhor. Confiar
em Deus em tempos de abundância é relativamente fácil; difícil é continuar
confiando na provisão em meio à escassez.
CONCLUSÃO
O mundo pode estar em crise, mas o Reino
dos Céus não. O Senhor é soberano e não perdeu o controle da situação. O
governo está em suas mãos. O Dia do Senhor virá e os justos e ímpios terão a
sua recompensa. Não desanime. Confie, pois em breve o Senhor virá em nosso
socorro.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. O DEUS DE TODA PROVISÃO, Esperança e sabedoria divina para a Igreja
em meio às crises. Lição 01 – Sobrevivência em tempos de crise. I – A crise
como uma realidade. 1. Deus criou um mundo perfeito. 2. Uma sociedade em crise.
II – A crise como uma consequência do pecado. 1. A crise na sociedade
antediluviana. 2. Crise na sociedade pós-dilúvio. 3. Crise nos tempos de Jesus
e na Igreja primitiva. III – A crise. 1. A crise política. 2. A crise econômica.
3. A crise espiritual. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2016.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 –
981264038 (Tim), pregação e ensino.