LIÇÃO
8 - OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS
TEXTO
ÁUREO
"E o reino, e o domínio, e a
majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do
Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e
lhe obedecerão" (Dn 7.27).
VERDADE
PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o
Reino de Deus se expande através de Jesus Cristo
Na lição desta semana, veremos uma
mudança narrativa no capítulo sete de Daniel. Agora estamos diante de uma série
de quatro visões do profeta. É o "apocalipse do Antigo Testamento"
apresentando quatro impérios simbolizados por quatro animais. A visão do
capítulo dois foi dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do
capítulo sete, a um servo de Deus, o profeta Daniel.
Veremos que em Nabucodonosor, a visão
revela o lado político dos impérios apresentados como uma grande estátua. Em
Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado moral e espiritual desses
impérios. Os fatos são os mesmos, mas os objetivos das duas visões têm
finalidades distintas. No capítulo sete, Deus revela a Daniel o fim dos quatro
impérios e o surgimento do reino eterno do Messias prometido.
I
- A VISÃO DOS QUATRO ANIMAIS (Dn 7.1-8)
1. A
visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais no
primeiro ano do rei Belsazar da Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que
Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente com o seu pai, Nabonido.
Veremos agora a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3):
a) O "leão com asas de águia"
(v.4). O versículo quatro descreve um animal semelhante ao leão com asas de
águia. Enquanto Daniel o contemplava, as asas do leão eram arrancadas.
Posteriormente, o animal foi erguido da terra, posto de pé como um ser humano
e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O leão representava o império da
Babilônia.
b) O urso
(v.5). Daniel viu uma figura semelhante a um urso. Este fora erguido de um lado
e tinha em sua boca três costelas. A este animal as pessoas diziam:
"Levanta-te, devora muita carne". O urso simbolizava o império
Medo-Persa.
c) O leopardo com quatro asas
(v.6). Outro animal era uma figura semelhante ao leopardo. Este possuía quatro
cabeças e tinha quatro asas de aves em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O
leopardo simbolizava o império da Grécia.
d) Uma aparência indescritível
(vv.7,8). "Terrível, espantosa e extremamente forte" era a figura do
quarto animal. Ela tinha enormes dentes de ferro, comia e triturava o que
encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia ainda dez chifres. Enquanto
Daniel prestava atenção nos dez chifres, um chifre pequeno surgiu entre os dez;
mas três dos primeiros dez chifres foram arrancados pela raiz. No chifre
pequeno havia também olhos como "olhos humanos" e uma boca que
proferia "palavras arrogantes". O animal, aqui descrito, simbolizava
o império romano.
2. A
interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais
duas figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem. Após este bloco de versículos,
Daniel passa a narrar a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma
visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais
(15-18). As figuras representadas pelo leão, urso, leopardo e o quarto animal,
significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da
Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal
(vv.23-27). O quarto animal foi o que mais chamou a atenção do profeta Daniel:
"Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que
era diferente de todos os outros" (v.19). Daniel precedeu o tempo em que o
império romano se tornara uma superpotência. Roma foi o império mais devastador
da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia
administrativa, mas frágil (barro), dada a grande corrupção que ajudou a
sepultar "um sonho chamado Roma".
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os
dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez reis advindos
do antigo império romano. Mas outro rei, representado pelo pequeno chifre, se
levantará após os dez reis e abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como
descreve a visão. Este pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na
pessoa de Antíoco Epifânio, o qual estudaremos rapidamente na próxima lição e,
com maiores detalhes, na lição 12
II
- O CLÍMAX DA VISÃO PROFÉTICA
1.
Tronos, "ancião de dias" e juízo divino
(vv.9-14). Entramos na segunda parte da visão de Daniel, que trata do
julgamento celeste. O versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e
um ancião de dias se assentou" (v.9). A figura de vários tronos tipifica
um contexto de julgamento e justiça. A profecia nos fala que o juiz do
julgamento é o "ancião de dias", isto é, Deus é retratado no livro
tendo cabelos brancos e vestido de branco. É aquele que Abraão reconheceu como
o "Juiz de toda a terra" (Gn 18.25). O tribunal demonstrado no sétimo
capítulo de Daniel revela que Deus julgará "o pequeno chifre" e
decretará a sentença final contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui está
o ápice da visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades,
crueldades e perversidades das nações deste mundo!
2. O
"Filho do Homem" (vv.13,14). A expressão "filho do
homem" ou, de acordo com os melhores manuscritos antigos, "filho de
homem", aparece mais de 80 vezes no livro de Ezequiel. A fórmula é
regularmente traduzida como "homem" ou "ser humano", pois
na Bíblia trata-se de expressões sinônimas. Tanto em Daniel quanto em Ezequiel,
"filho do homem" refere-se a um ser humano distinto que recebe de
Deus a soberania celestial. Posteriormente, os santos apóstolos de Cristo
identificaram "filho do homem" com a pessoa de Jesus de Nazaré (Mt
24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino de Deus no mundo como
o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus ( Jo 1.1,14).
Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra (Fp
2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de
Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6).
3. A Grande Tribulação
(vv.24,25). Segundo a visão conservadora-tradicional e evangélica, estamos
diante de um texto que aponta para um tempo de grande sofrimento no mundo,
especialmente em relação à nação de Israel. "O chifre pequeno",
advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro no
planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o "Anticristo", o
blasfemador de Deus e dos seus preceitos. Por "um tempo, e tempos, e
metade de um tempo", o "Anticristo" terá autoridade no mundo.
Esse período equivale a "três anos e meio", ou "quarenta e dois
meses" ou "mil e duzentos e sessenta dias" (Dn 12.7; 9.27; Ap
12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos como a
Grande Tribulação e o fim do "tempo dos gentios". Nos primeiros
"três anos e meio" o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os
cumprirá. Este é o período de grande poder e influência política desse líder
mundial sobre o mundo e os judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu
reino de mentira. O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus
será estabelecida para sempre!
III
- A VINDA DO FILHO DO HOMEM
1. A
visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a expressão
"filho do homem" e vimos que ela fora atribuída pelos apóstolos a
Jesus Cristo. O versículo 13 de Daniel afirma que o "filho do homem"
voltará nas nuvens do céu. Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11
quando da afirmação dos santos anjos sobre a volta do Cristo de Deus: "E,
quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu,
ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes disseram: Varões galileus, por
que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima
no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". Da mesma forma o
apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio Jesus:
"Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o
traspassaram" (Ap 1.7). O reino de Cristo será eterno, único e jamais
perecerá (v.14).
2.
"Os santos do Altíssimo" (v.18). Para os primeiros leitores do livro de
Daniel, a expressão "os santos do Altíssimo" era identificada por
eles como o povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de modo mais
abrangente, e de acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação
progressiva da Palavra de Deus ao longo da história bíblica, esses grupos de
mártires e santos são os crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os
lugares, tribos e nações, que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do
Cordeiro.
3. A
destruição do Anticristo (vv.26,27). Deus intervirá na história
dos judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será julgado e condenado
para sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do segundo período de
"três anos e meio" da Grande Tribulação. Mas a Igreja de Cristo,
lavada e remida no sangue do Cordeiro, não passará pela Grande Tribulação.
Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo será tirado
do mundo para estar para sempre com o Senhor.
Lamentavelmente, devido à multiplicação
da "doutrina" da prosperidade, e de muitas igrejas e pregadores
propalarem o "aqui e agora", a profecia bíblica quanto ao futuro
ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as profecias de Daniel e do
Apocalipse são alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão
com a era atual. Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos soberbos,
deleitosos e não sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea (Ap 3.14-22)!
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. INTEGRIDADE MORAL E
ESPIRITUAL, O legado do livro de
Daniel para a Igreja hoje. Lição 08 – Os impérios mundiais e o Reino do
Messias. I – A visão dos quatro animais. 1. A visão. A) O leão com asas de
águia. B) O urso. C) O leopardo com quatro asas. D) Uma aparência
indescritível. 2. A interpretação. A) As figuras dos animais. B) A ênfase no
quarto animal. C) Os dez chifres e o pequeno chifre. II – O clímax da visão
profética. 1. Tronos, ancião de dias e juízo divino. 2. O filho do homem. 3. A
grande tribulação. III – A vinda do filho do homem. 1. A visão. 2. Os santos do
Altíssimo. 3. A destruição do Anticristo. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4°
Trimestre de 2014.
Elaboração
dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira