LIÇÃO
10 - A ORIGEM DA DIVERSIDADE CULTURAL DA HUMANIDADE
TEXTO
ÁUREO
"[...] Eis que o povo é um, e todos
têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá
restrição para tudo o que eles intentarem fazer" (Gn 11.6).
VERDADE
PRÁTICA
Apesar da multiplicidade de línguas e
dialetos, decorrente da confusão de Babel, o Evangelho de Cristo pode ser
perfeitamente entendido em todos os idiomas e culturas.
INTRODUÇÃO
Um dos fatores que levaram a primeira
civilização humana à depravação total foi o monolinguismo. Entre os filhos
imediatos de Adão e Eva, inexistiam fronteiras idiomáticas, culturais e
geográficas. Eis por que os exemplos de Caim e Lameque alastraram-se logo por
toda a terra.
Na lição de hoje, encontraremos a
família noética correndo o mesmo perigo. Temendo um novo dilúvio, e
recusando-se a povoar a terra, puseram-se os descendentes de Noé a construir
uma torre, cujo topo, segundo imaginavam, tocaria os céus.
A fim de impedir a degeneração da
segunda civilização, o Senhor confunde-lhes a língua, levando a linhagem de
Sem, Cam e Jafé a espalhar-se pelos mais longínquos continentes.
Deste episódio, surge a multiplicidade linguística
e cultural da humanidade.
I - A TORRE DE BABEL
Não sabemos quanto tempo se havia
passado desde que Noé saiu da arca até a construção da torre de Babel. De
qualquer forma, seus filhos, Sem e Jafé, não puderam impedir seus descendentes
de cair na apostasia de Cam.
1. O
monolinguismo. Naquele tempo, a humanidade ainda era
monolíngue; todos falavam uma só língua (Gn 11.1). Sobre o idioma original da
humanidade, há muita especulação.
Alguns sugerem o hebraico. Nada mais
ilógico. Abraão, ao deixar a sua terra natal, falava o arameu (Dt 26.5) que,
nos lábios de seus descendentes, sofreria sucessivas mudanças até
transformar-se na belíssima língua hebreia. O interessante é que depois do
cativeiro babilônico, os israelitas voltariam a usar o aramaico, inclusive
Jesus (Mc 15.34).
2.
Uma nova apostasia. Se por um lado o monolinguismo facultava a
rápida disseminação do conhecimento, por outro, propagava com a mesma rapidez
as apostasias da nova civilização. E, assim, não demorou para que a revolta,
misturada ao medo, se tornasse
incontrolável. Por isso, revoltam-se os descendentes de Noé contra Deus:
"Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e
façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a
terra" (Gn 11.4).
Se Deus não tivesse intervindo a
situação ficaria mais insustentável do que no período anterior ao Dilúvio.
3.
Um monumento à soberba humana. Apesar das garantias
divinas de que não haveria outro dilúvio, os filhos de Noé buscavam agora
concentrar-se num lugar alto e forte. Entregando-se ao medo, acabaram por
erguer um monumento à soberba e à rebelião.
A ordem do Senhor àquela gente era
clara: espalhar-se até aos confins da terra (Gn 9.7; Mt 28.19,20). Séculos mais
tarde, o Senhor Jesus Cristo também ordenou aos seus discípulos que fossem
proclamar o Evangelho até os confins da Terra. Quando não a obedecemos,
edificamos dispendiosas torres, onde a confusão é inevitável. Cada um fala a
sua língua, e ninguém se entende mais.
II -
A CONFUSÃO DE LÍNGUAS
1.
Uma cidade à prova d'água. A engenharia dos descendentes de Noé
era bastante avançada. De início, projetaram uma cidade cujo epicentro seria
uma torre que, segundo imaginavam, arranharia o céu (Gn 9.4). Aquele lugar se
tornaria uma fortaleza impenetrável, mas independente dos planos dos homens,
Deus lhes frustraria os objetivos e cumpriria sua vontade espalhando-os pela
terra.
Em seguida, prepararam o material:
tijolos bem queimados e betume. O seu objetivo era construir uma cidade à prova
d'água. Se houvesse algum dilúvio, escalariam a torre, e tudo estaria bem. Na
verdade, não queriam cumprir o mandato cultural que o Senhor confiara ao
patriarca: repovoar e trabalhar a terra (Gn 9.4).
2. A
torre que Deus não viu. Aos olhos dos homens, a torre parecia
alta. Mas, à vista de Deus, nada era. Ironicamente, o Altíssimo teve de baixar
à terra para vê-la: "Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre
que os filhos dos homens edificavam" (Gn 11.5).
Assim são os projetos firmados na
vaidade humana. Aos nossos olhos, muita coisa; à vista de Deus, tolas
pretensões. Se o Senhor não tivesse intervindo, a segunda civilização tornar-se-ia
pior do que a primeira (Gn 11.6). Nenhum limite seria forte o bastante para
conter aquela gente, que já começava a depravar-se totalmente.
3.
Quando ninguém mais se entende. Por isso mesmo, o Senhor
decreta: "Eia, desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não
entenda um a língua do outro" (Gn 11.7). Nascia ali, na planície de
Sinear, o multilinguismo.
Como ninguém mais se entendia, os
descendentes de Noé foram apartando-se uns dos outros, e reagrupando-se de
acordo com a sua nova realidade idiomática. Os filhos de Sem formaram uma
grande família linguística, da qual se originaram o aramaico, o moabita, o
árabe e, mais tarde, o hebraico. O mesmo fenômeno deu-se entre as linhagens de
Jafé e Cam. É bem provável que Pelegue tenha nascido nesse período (Gn 10.25).
Apesar da confusão da linguagem humana,
Deus permitiu que os idiomas conservassem evidências de um passado, já bastante
remoto, quando todos os seres humanos falavam uma só língua.
III
- A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL
O episódio da torre de Babel criou
diversas fronteiras entre os descendentes de Noé: linguísticas, culturais e
geográficas.
1.
Linguísticas. Da barreira idiomática, surgiu a noção de
nacionalidade, responsável pela criação de países e reinos. Só os impérios,
geralmente antagônicos a Deus, buscam unificar o que o Senhor separou em Sinear
(Dn.3.7). A multiplicidade linguística dos povos oprimidos, porém, torna
inviável tal unificação, ainda que possa ser considerada "duradoura",
como foi o império romano.
Já imaginou se toda a humanidade falasse
o russo ou o alemão? Homens como Stalin e Hitler teriam certamente dominado
toda a terra.
2.
Culturais. A diversidade linguística trouxe também a diversidade
cultural. Cada povo, uma língua, uma cultura e costumes bem característicos.
Tais fatores tornam inviável um Estado totalitário mundial. O governo do
Anticristo, aliás, reinará absoluto por apenas 42 meses (Ap 13.5). Logo após,
será destruído.
3.
Geográficas. Acrescente-se a essas dificuldades as
fronteiras naturais: rios, mares, montanhas, vales, etc. Cada povo com o seu
território. Deus sabe o que faz.
CONCLUSÃO
O episódio de Babel não impediu a
proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, "todos foram cheios do
Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia que falassem" (At 2.4). A Palavra de Deus, atualmente,
encontra-se em quase todas as línguas. O que parecia maldição fez-se bênção
para todos os povos.
Referências
Revista Lições Bíblicas. O COMEÇO DE TODAS AS COISAS, Estudos sobre o livro de Gênesis. Lição
10 – A origem da diversidade cultural da humanidade. I – A Torre de Babel. 1. O
monolinguismo. 2. Uma nova apostasia. 3. Um monumento à soberba humana. II – A
confusão de línguas. 1. Uma cidade à prova d’água. 2. A torre que Deus não viu.
3. Quando ninguém mais se entende. III – A multiplicidade linguística e
cultural. 1. Linguísticas. 2. Culturais. 3. Geográficas. Editora CPAD. Rio de
Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2015.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 –
81264038 (Tim), pregação e ensino.
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