LIÇÃO 13 – TEMA A DEUS EM TODO TEMPO
TEXTO ÁUREO
"De
tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos;
porque este é o dever de todo homem" (Ec 12.13).
VERDADE PRÁTICA
Obedecer
aos mandamentos do Senhor é a prova de que vivemos uma vida justa diante dos
homens e de Deus
Salomão
chega ao final de suas reflexões acerca da vida "debaixo do sol". O
pregador conclui o seu ensino no capítulo 12 de Eclesiastes, contrastando
vividamente os distintos momentos da vida humana: juventude e velhice, alegria
e tristeza, vida e morte, presente e futuro, temporal e eterno. O estilo
adotado por Salomão deixa-nos a sensação de que ele processa a sua reflexão de
trás para frente.
O
autor fala da juventude a partir de uma análise realista da velhice. Fala da
vida com os olhos fitos na morte. Fala do temporal com os olhos voltados ao
eterno. Fala da criatura a partir do Criador. E fala do prazer da vida sem
perder de vista o julgamento final.
Nessa
última lição, veremos como o ensinamento do pregador nos ajuda a construir uma
fé sadia e fundamentada no temor do Altíssimo.
I
- UMA VERDADE QUE NÃO PODE SER ESQUECIDA
1. Somos criatura. O
último capítulo de Eclesiastes inicia-se com uma exortação a que nos lembremos
do nosso Criador. Uma das doutrinas mais bem definidas da Bíblia é a da
criação. Pela fé cremos no Deus criador do universo (Hb 11.3) “Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus,
foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente”.
Mas aqui, não temos o interesse apologético de provar a existência de Deus,
pois Salomão parte do princípio de que Deus é, e que os seus leitores têm isso
muito bem resolvido.
Com
a expressão "lembra-te do teu Criador", o sábio ensina aos homens que
eles não passam de criaturas. O termo hebraico para lembrar, zakar, reforça
essa ideia. Ele significa recordar, trazer a mente, fazer um memorial. É como
se o pregador dissesse: "Coloque isso em sua mente e, se possível, faça um
memorial. Não esqueça que você é criatura e que há um Criador".
2. Há um Criador. Se
em Eclesiastes 12.1 “Lembra-te do teu Criador nos dias
da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais
venhas a dizer: Não tenho neles contentamento” o pregador revela Deus
como o Criador, no versículo 13 “De tudo o que se tem
ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é o
dever de todo homem”, o livro mostra o Pai Celeste como o Supremo Juiz.
Foi Deus quem criou e modelou a criatura a quem Ele chamou de homem! Este fato
nos obriga a enxergar o ser humano como criatura e Deus como o Criador. O homem
como ser temporal e Deus como o Eterno. Portanto, a partir dessa compreensão,
podemos encarar a vida com mais humildade e prudência.
II
- OS DOIS GRANDES MOMENTOS DA VIDA
1. A juventude.
Salomão passa a falar sobre a juventude, ou seja, o estágio da vida que
representa o período de maior vigor. Ele se vale de várias figuras para
demonstrar a nossa finitude e o quão frágeis somos. Em Eclesiastes 11.9 “Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e alegre-se o teu coração
nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração e pela vista dos
teus olhos; sabe, porém, que por todas essas coisas te trará Deus a juízo”,
Salomão havia falado da juventude, destacando-a como uma fase de recreação e de
satisfação.
Tais
metáforas criam a imagem da exuberância, elemento característico da mocidade.
Elas denotam que, nessa fase da vida, as pessoas não se preocupam com
lembranças, memoriais ou história. É como se não houvesse um referencial. Mas
em o Novo Testamento, o autor sagrado mostra esse referencial (Hb 12.2) “olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo
que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se
à destra do trono de Deus”- Jesus Cristo - e exorta-nos a viver a vida
com os olhos fitos no Mestre.
2. A velhice. No
Eclesiastes, a juventude é vista como um estágio inicial e intenso da vida,
enquanto a velhice aparece como o último estágio da existência, onde nada mais
parece fazer sentido. O corpo físico, outrora forte, robusto e cheio de vigor,
agora se mostra enfraquecido pelos anos da vida.
De
forma metafórica, o sábio prova que a velhice é bem diferente da juventude. O
prazer não é como antes (12.1) “Lembra-te do teu
Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os
anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles contentamento”, o sol não
brilha com o mesmo esplendor (12.2) “antes que se
escureçam o sol, e a luz, e a lua, e as estrelas, e tornem a vir as nuvens
depois da chuva”, e o metabolismo do corpo não funciona como no passado
(Ec 12.3-5) “no dia em que tremerem os guardas da casa,
e se curvarem os homens fortes, e cessarem os moedores, por já serem poucos, e
se escurecerem os que olham pelas janelas; e as duas portas da rua se fecharem
por causa do baixo ruído da moedura, e se levantar à voz das aves, e todas as
vozes do canto se baixarem; como também quando temerem o que está no alto, e
houver espantos no caminho, e florescer a amendoeira, e o gafanhoto for um
peso, e perecer o apetite; porque o homem se vai à sua eterna casa, e os
pranteadores andarão rodeando pela praça”. Enfim, a velhice mostra-nos
como somos frágeis, sujeitos a quebrar a qualquer instante (12.6) “antes que se quebre a cadeia de prata, e se despedace o copo
de ouro, e se despedace o cântaro junto à fonte, e se despedace a roda junto ao
poço”.
III
- AS DIFERENTES DIMENSÕES DA EXISTÊNCIA HUMANA
1. Corporal. Os
sentimentos e fatos experimentados na vida - alegrias ou tristezas, acertos ou
erros, o presente ou o passado - apenas são possíveis por causa da dimensão
corporal de nossa existência. O rei Salomão chama-nos a atenção para esse fato
ao dizer que "o pó volte à terra, como o era" (Ec 12.7a). O texto
bíblico denota que possuímos um corpo sujeito às limitações de espaço e tempo.
Por isso, não devemos esquecer que somos absolutamente finitos. Isso não
significa que não temos valor. Ao contrário, a Escritura demonstra que a
dimensão temporal é tão importante quanto a espiritual. Em 1 Coríntios 6.19,20
“Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito
Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque
fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no
vosso espírito, os quais pertencem a Deus”, não há dualismo entre corpo
e espírito, como se este fosse bom e aquele mau. Portanto, devemos cuidar do
nosso corpo e usá-lo sempre para a glória de Deus.
2. Espiritual.
Eclesiastes 12.7b “e o espírito volte a Deus, que o deu”
revela que possuímos uma dimensão espiritual da vida, pois o nosso espírito
voltará "a Deus, que o deu". O contexto do capítulo 12 de Eclesiastes
faz um contraste entre o temporal e o eterno, não deixando dúvidas que o termo
hebraico ruach, traduzido por fôlego, hálito e espírito, significa precisamente
"espírito" como a parte imaterial do homem (1 Ts 5.23) “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Co 5.8) “Mas
temos confiança e desejamos, antes, deixar este corpo, para habitar com o
Senhor” (Fl 1.23) “Mas de ambos os lados estou
em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito
melhor”.
Assim
como cuidamos da nossa dimensão material, devemos cuidar da espiritual (2 Co
7.1) “Ora, amados, pois que temos tais promessas,
purifiquemo-nos de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a
santificação no temor de Deus” (1 Tm 4.8) “Porque
o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é
proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir”. E
apesar de o homem ser constituído por duas dimensões existenciais - a humana e a espiritual -, elas não são
independentes entre si, pois o homem é um ser integral (1 Ts 5.23) “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso
espírito, e alma, e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”.
IV -
PRESTANDO CONTA DE TUDO
1. Guardando o mandamento.
Após falar da brevidade da vida e da necessidade de se buscar em Deus um
sentido para ela, o sábio conclui que o dever de todo homem é temer a Deus e
guardar os seus mandamentos (Ec 12.13) “De tudo o que
se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque este é
o dever de todo homem”. Aqui, há duas coisas que precisam ser ditas.
Primeira, a vida é dinâmica, mas precisa de regras e normas. Segunda, é nosso
dever ouvir e guardar a Palavra do Senhor no coração.
O
mandamento divino é constituído de princípios eternos e, para o nosso próprio
bem, temos de observá-los e acatá-los integralmente fazendo tudo quanto o
Criador requer de nós, pois esta é a vontade de Deus (1 Jo 5.3) “Porque esta é a caridade de Deus: que guardemos os seus
mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados”.
2. Aguardando o julgamento.
Nas últimas palavras do Eclesiastes, há uma séria advertência sobre o
julgamento a que todo ser humano estará sujeito. O pregador diz que "Deus
há de trazer a juízo toda obra e até tudo o que está encoberto, quer seja bom,
quer seja mau" (Ec 12.14). As nossas obras e ações serão avaliadas por
Deus, pois para Ele os valores estão bem definidos: o certo e o errado nunca
mudam.
O
termo hebraico mishpat, usado nas últimas palavras de Salomão, possui o sentido
jurídico de tomada de decisão. Chegará, pois o dia da prestação de contas de
todos os homens. O Justo Juiz decidirá o nosso destino (Rm 14.10,12) “Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que
desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal de
Cristo. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus”.
Tais palavras não são intimidatórias, mas um convite a vivermos com
responsabilidade diante de Deus e da sociedade
CONCLUSÃO
A
vida é um contraste entre a alegria e a tristeza, entre a juventude e a
velhice, entre a vida e a morte, entre o passado e o presente. Não há como
fugir a essa realidade. Sabendo que a nossa vida "debaixo do sol" é
tão fugaz, cabe-nos procurar vivê-la da melhor maneira possível, pois esse é um
dom do Criador.
Salomão,
em sua singular sabedoria, nos ensina: tema a Deus em todo o tempo. Só assim
seremos felizes.
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qualidades dos slides, sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. SABEDORIA DE DEUS PARA
UMA VIDA VITORIOSA, A atualidade de
Provérbios e Eclesiastes. Lição 13 – Tema a Deus em todo tempo. I – Uma
verdade que não pode ser esquecida. 1. Somos criatura. 2. Há um Criador. II – Os
dois grandes momentos da vida. 1. A juventude. 2. A velhice. III – As
diferentes dimensões da existência humana. 1. Corporal. 2. Espiritual. IV –
Prestando conta de tudo. 1. Guardando o mandamento. 2. Aguardando o julgamento.
Conclusão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2013.