LIÇÃO
04 - A TENTAÇÃO DE JESUS
TEXTO
ÁUREO
"Porque não temos um sumo sacerdote
que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em
tudo foi tentado, mas sem pecado." (Hb 4.15)
VERDADE
PRÁTICA
Jesus firmou-se na Palavra de Deus para
vencer Satanás. Assim devemos agir para obter a vitória.
INTRODUÇÃO
A tentação é uma realidade com a qual
todo crente, em algum momento, irá se deparar. Não existe ninguém que seja
imune à tentação, pois até mesmo Jesus, o homem perfeito, foi tentado! A
resposta à tentação não é, portanto, negá-la, mas enfrentá-la à luz da Palavra
de Deus.
Nesta lição iremos aprender como Jesus
enfrentou a tentação e derrotou Satanás. Veremos a sutileza do Diabo em tentar o
Filho de Deus em um momento de extrema carência e necessidade física, e como o
Filho do Homem o derrotou ao dizer "não" a cada uma de suas
propostas. Por fim, destacaremos que a vitória de Jesus é também a nossa.
I -
A REALIDADE DA TENTAÇÃO
1.
Uma realidade humana. Já foram assinalados em comentários
anteriores que devemos levar em conta o fato bíblico e teológico incontestável
de que Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Como Deus, não podia
ser tentado, mas como homem, mesmo sendo perfeito, sim (Jo 17.5; Fp 2.5-11; Hb
2.17). No mistério da encarnação, Jesus não perdeu a sua natureza divina, nem
tampouco os atributos da divindade, mas, como diz a tradução americana de
Philips, Ele "abdicou de seus privilégios" (Fp 2.7). Como homem Ele
foi tentado em todas as coisas, assim como nós, porém, não transgrediu (Hb 4.15). À luz do ensino bíblico, portanto,
a tentação de Jesus Cristo foi real e não apenas uma encenação. O homem
perfeito, Jesus, foi tentado em tudo, mas não pecou! (1 Pe 2.22).
2.
Vencendo a tentação. Lucas revela que Cristo foi conduzido pelo
Espírito Santo ao deserto para ser tentado pelo Diabo. Jesus, em sua condição
humana, foi capacitado pelo Espírito Santo para enfrentar Satanás. A
capacitação de poder sobre Jesus revela o lado messiânico da sua missão. Na
teologia lucana, o Messias seria revestido pelo Espírito para realizar a obra
de Deus, e isso incluía desfazer as obras do Diabo. A vitória de Jesus sobre a
tentação é também a nossa vitória. Jesus, o homem perfeito, venceu a sedução do
pecado com oração, com a Palavra e por andar no Espírito. Todos os que estão em
Cristo podem sim, também, vencer a tentação (1 Co 10.13).
II -
A TENTAÇÃO DE SER SACIADO
1. A
sutileza da tentação. A primeira tentação de Jesus se dá na
esfera dos apetites. A essa tentação Jesus respondeu: "Escrito está que
nem só de pão viverá o homem" (Lc 4.3,4). O Diabo, por certo, sabia que
por ocasião do batismo de Jesus, Deus, o Pai, falara-lhe da sua filiação divina
(Lc 3.22). Jesus, como o homem perfeito que era, precisava enfrentar a tentação
em sua condição humana, e não fazer uso de seus atributos divinos como queria o
Diabo. Como Filho de Deus que era, evidentemente Jesus poderia usar os
atributos da divindade para transformar todo aquele deserto em pão. Todavia, se
assim procedesse, negaria a sua missão de homem perfeito. Quer o Diabo estimule
um apetite legítimo, quer não, o seu alvo é sempre o mesmo - colocar tropeços
no caminho do servo de Deus.
2. Gratificação
pessoal. Depois de 40 dias de jejum total, Jesus, sem dúvida
alguma, encontrava-se debilitado fisicamente. Todo o seu ser, por certo, exigia
ser saciado. Tanto a água quanto o pão são elementos necessários para a manutenção
do corpo. Não há, portanto, nada de errado com o desejo de comer ou beber.
Todavia, se esse desejo é apenas para uma gratificação pessoal, como queria o
Diabo, então ele se converte em pecado. Satanás queria que Jesus visse as
coisas materiais como sendo mais necessárias do que as espirituais. Jesus
mostra que mais importante do que o pão material era o pão espiritual, a
Palavra de Deus. Ainda hoje, o Diabo usa a mesma artimanha quando convence os
homens de que ter abundância, fartura ou prosperidade material é melhor do que
desfrutar da comunhão com Deus.
III
- A TENTAÇÃO DE SER CELEBRADO
1. O
príncipe deste mundo. No texto de Lucas 4.5-8, o Diabo oferece a
Jesus domínio sobre os reinos do mundo. Jesus não contestou as palavras de
Satanás quando este afirmou que possuía autoridade sobre este mundo (Lc 4.6).
De fato, o próprio Cristo afirmou que Satanás é o príncipe deste mundo (Jo
16.11). O apóstolo João nos diz que "o mundo está no maligno" (1 Jo
5.19). E o apóstolo Paulo diz que o Diabo é "príncipe das potestades do
ar" (Ef 2.2). Vivemos em um mundo caído e com um sistema iníquo, mas,
assim como Jesus Cristo, não fazemos parte dele (Jo 8.23; 17.9; 18.36). É
lamentável quando crentes não apenas vivem de acordo com os padrões deste
mundo, mas também ficam totalmente comprometidos com ele.
2. A
busca pelo poder terreno. Por trás desse sistema iníquo existe
toda uma filosofia de domínio. Esse poder pode estar presente tanto na esfera
material como na espiritual. É a busca pela glória e poder terreno. O Diabo
sabe que o desejo de ser celebrado, de ser chamado "senhor", é algo
que fascina os homens. Satanás sabia que derrubaria Adão se o convencesse de
que ele poderia se tornar poderoso ao adquirir conhecimento. Adão acreditou que
até mesmo poderia ser como Deus (Gn 3.5). A isca foi lançada e Adão a engoliu!
O Diabo por certo acreditava que o mesmo aconteceria com Jesus, o Filho do
Homem. Mas Jesus não se dobrou diante de Satanás. Por certo, muitos estão
exercitando poder e domínio neste mundo, mas provavelmente também estão se
curvando diante de Satanás.
IV -
A TENTAÇÃO DE SER NOTADO
1. A
artimanha do Inimigo. O Diabo não desiste nas primeiras derrotas
e arrisca tentar Jesus mais uma vez com seu jargão predileto: "Se tu
és" (Lc 4.9). Todavia, agora ele acrescenta a frase: "porque está
escrito" (Lc 4.10). Satanás tenta derrotar Jesus usando a Bíblia!
Evidentemente que ele usa o Salmo 91 fora do seu contexto! Quando a Palavra do
Senhor tem exatamente o sentido do que o Criador disse, então ela é de fato a
Palavra dEle. Porém, quando passa a possuir um sentido particular, isto é, que
Deus não disse, não é mais a Palavra dEle, mas palavras de Satanás. A Bíblia
usada fora do seu contexto, como fez o Diabo e as seitas que ele criou, não é a
Palavra de Deus, mas uma arma do Maligno. É preciso muito cuidado quando se vê
alguém manusear a Bíblia. Pode ser que esse "manuseio" não esteja a
serviço de Deus!
2. A
busca pelo prestígio. Quando o Diabo quer ver a queda de alguém,
procura levá-lo até o ponto mais alto (Lc 4.9). É a tentação de ser visto, de
ser notado. Era algo muito tentador saber que dezenas, talvez centenas de
pessoas, estariam ali para ver e aplaudir aquela cena com características
cinematográficas. Jesus não se dobrou frente aos apelos de Satanás.
Há um reconhecimento e uma fama que são
bíblicas e não há nada pecaminoso nisso (Gn 12.2; 2 Sm 7.9). Todavia, quando o
desejo por publicidade se torna um fim em si mesmo, então passa-se a fazer o
jogo do Diabo. Infelizmente, muitos não medem esforços para se exibir. Isso é
pecado, mesmo que seja na esfera religiosa ou espiritual.
CONCLUSÃO
Jesus venceu Satanás no deserto e em
todas as outras situações em que o confrontou durante o seu ministério terreno
(Lc 4.1-13; 10.18,19). Na cruz do Calvário, o Filho de Deus derrotou Satanás de
forma definitiva (Cl 2.15; Hb 2.14). Posteriormente, o apóstolo Paulo ensinaria
à Igreja que todos aqueles que se encontram em Cristo também participam dessa
vitória (Ef 1.20-22; 2.6). Em Cristo somos mais do que vencedores (Rm 8.37; 1
Co 15.57), todavia, como cristãos criteriosos, não devemos subestimar o mal (Lc
22.31-34).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. JESUS, O HOMEM PERFEITO, O Evangelho
de Lucas, o médico amado. Lição 04 – A tentação de Jesus. I – A realidade
da tentação. 1. Uma realidade humana. 2. Vencendo a tentação. II – A tentação
de ser saciado. 1. A sutileza da tentação. 2. Gratificação pessoal. III – A
tentação de ser celebrado. 1. O príncipe deste mundo. 2. A busca pelo poder
terreno. IV – A tentação de ser notado. 1. A artimanha do Inimigo. 2. A busca
pelo prestígio. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2015.
Elaboração
dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira