LIÇÃO 02 - ÉTICA CRISTÃ E IDEOLOGIA DE GÊNERO
TEXTO ÁUREO
“E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
macho e fêmea os criou.” (Gn 1.27)
VERDADE PRÁTICA
A doutrina da criação do ser humano revelada nas Escrituras
Sagradas, em que a distinção dos sexos é o padrão, não pode ser relativizada.
Isaías 5.18-24
18 - Ai dos que puxam pela iniquidade com cordas de vaidade e
pelo pecado, como se fosse com cordas de carros!
19 - E dizem: Apresse-se e acabe a sua obra, para que a
vejamos; e aproxime-se e venha o conselho do Santo de Israel, para que o
conheçamos.
20 - Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da
escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce,
amargo!
21 - Ai dos que são sábios a seus próprios olhos e prudentes
diante de si mesmos!
22 - Ai dos que são poderosos para beber vinho e homens
forçosos para misturar bebida forte!
23 - Ai dos que justificam o ímpio por presentes e ao justo
negam justiça!
24 - Pelo que, como a língua de fogo consome a estopa, e a
palha se desfaz pela chama, assim será a sua raiz, como podridão, e a sua flor
se esvaecerá como pó; porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos e
desprezaram a palavra do Santo de Israel.
INTRODUÇÃO
Teorias sociais, que nascem em laboratórios de ciências
sociais das principais universidades do mundo, ensinam que as diferenças entre
os sexos são resultados da relação histórica de opressão e preconceito entre
homem e mulher. A este entendimento dá-se o nome de “ideologia de gênero”. Os
defensores deste conceito promovem a inversão dos valores e afrontam os
princípios cristãos. Apesar de cada época apresentar desafios diferentes à fé
cristã, as Escrituras advertem aos cristãos o viver em santidade em todas as
épocas e culturas (1 Pe 1.15, 23-25).
I – A IDEOLOGIA DE GÊNERO
1. Definição de Ideologia. O termo foi desenvolvido pelo
francês Destutt de Tracy (1758-1836). O conceito foi amplamente usado pelos
alemães Karl Marx e Fredrich Engels, autores do Manifesto Comunista (1848). A
palavra é composta pelos vocábulos gregos eidos, que indica “ideia”, e logos
com o sentido de “raciocínio”. Assim, ideologia significa qualquer conjunto de
ideias que se propõe a orientar o comportamento, a maneira de pensar e de agir
das pessoas, seja individual, ou seja socialmente. Em sentido amplo, a
ideologia se apresenta como o que seria ideal para um determinado grupo.
2. Ideologia de Gênero. A palavra “gênero” tem origem no grego genos e
significa “raça”. Na concepção da Lógica, o termo indica “espécie”. Usualmente
deveria indicar o “masculino” e o “feminino”, como ocorre na Gramática. Nesse
sentido, a expressão é inofensiva; porém, na sociedade pós-moderna tal
significado é relativizado e distorcido em “ideologia de gênero”. Essa
ideologia também é conhecida como “ausência de sexo”. Esse conceito ignora a
natureza e os fatos biológicos, alegando que o ser humano nasce sexualmente
neutro. Os ideólogos afirmam que os gêneros — masculino e feminino — são
construções histórico-culturais impostas pela sociedade.
3. Marxismo e Feminismo como fonte dessa ideologia. Nos escritos marxistas a ideologia
deixa de ser apenas “o conhecimento das ideias” e passa a ser um “instrumento”
que assegura o domínio de uma classe sobre outra. O marxismo exerceu forte
influência no feminismo, especialmente o livro “A Origem da família, a
propriedade privada e o Estado” (1884), onde a família patriarcal é tratada
como sistema opressor do homem para com a mulher. Desse modo a ideia central do
conceito de gênero nasceu com a feminista e marxista Simone de Beauvoir autora
da obra “O Segundo Sexo” (1949), onde é afirmado que “não se nasce mulher,
torna-se mulher”. Assim, do contexto social marxista, que deu origem à “luta de
classes”, surgiu a ideologia culturalista como sendo “luta de gêneros”, ou
seja, uma fantasiosa “luta de classes entre homens e mulheres”. Nesse aspecto,
a Ideologia de Gênero pretende desconstruir os papéis masculinos e femininos na
sociedade atual.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Criada a partir do Marxismo e do Feminismo, a Ideologia de
Gênero relativiza os conceitos de masculino e feminino.
II – CONSEQUÊNCIAS DA IDEOLOGIA DE GÊNERO
1. Troca de papéis entre homens e mulheres. A ideologia de gênero propaga que
os papéis dos homens e das mulheres foram socialmente construídos e que tais
padrões devem ser desconstruídos. Essa posição não aceita o sexo biológico
(macho e fêmea) como fator determinante para a definição dos papéis sociais do
homem e da mulher. Entretanto, as Escrituras Sagradas ensinam com clareza a
distinção natural dos sexos (Gn 2.15-25; cf. Pv 31.10-31). Outra consequência lógica dessa ideologia
é que a determinação do sexo de uma pessoa agora é definida pelo fator
psicológico, bastando ao homem, ou à mulher, aceitarem-se noutro papel. Além
disso, faz-se apologia à prática do homossexualismo e do lesbianismo. Tanto as
Escrituras quanto a tradição eclesiástica sempre confrontaram essa tendência
humana de inverter os papéis naturais (Rm 1.25-32; Ef 5.22-33).
2. Confusão de identidade para o ser humano. Os adeptos desta ideologia afirmam
que a sexualidade (desejo sexual) e o gênero (homem e mulher) não estão
relacionados com o sexo (órgãos genitais). Desse modo, a identidade de gênero e
a orientação sexual passam a ser moldadas ao longo da vida. Por exemplo, a
criança passa a decidir depois de crescida se quer ser menino ou menina. É o aprofundamento
dramático da distorção da natureza humana relatada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.26,27). Essa indefinição acerca da própria
identidade produz no ser humano um efeito destruidor e provoca nele uma
confusão de personalidade, gerando graves problemas de ordem espiritual e
psicossocial. Tal ideologia induz ainda ao pior dos pecados: a insolência da
criatura de se rebelar contra o seu Criador (Rm 9.20).
3. Desvalorização do casamento e da família. A ideia é de que o desaparecimento
dos papéis ligado ao sexo provoque um impacto deletério sobre a família. A
Ideologia de Gênero considera a atração pelo sexo oposto, o casamento e a
família estereótipos sociais previamente estabelecidos pela sociedade. Nesse
contexto, a primeira instituição amada pelo Criador (Gn 2.24)
passa a ser constantemente desvalorizada, criticada e massacrada. Estes e
outros males são resultados da depravação humana e sinais da iminente volta do
Senhor Jesus (2 Tm 3.1-5).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A ideologia de gênero propaga distorções da personalidade e
dos traços psicológicos do ser humano.
III – O IDEAL DIVINO QUANTO AOS SEXOS
1. Criação de dois sexos. A Bíblia revela que Deus criou dois
sexos anatomicamente distintos: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de
Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Portanto,
biologicamente o sexo está relacionado aos órgãos genitais e às formas do corpo
humano. Assim sendo, os seres humanos nascem pertencendo ao sexo masculino ou
ao feminino; o homem, designado por Deus como macho, a mulher como fêmea. Por
conseguinte, não podemos alterar a verdade bíblica para acomodar a ideologia de
gênero. A cultura humana permanece sob o julgamento de Deus (1 Pe 4.17-19).
2. Casamento monogâmico e heterossexual. Ao instituir o casamento Deus
ordenou: “deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e
serão ambos uma carne” (Gn 2.24). Isto significa que a
união monogâmica (um homem e uma mulher) e heterossexual (um macho e uma fêmea)
sempre fez parte da criação original de Deus. A diferença dos sexos visa à
complementaridade mútua na união conjugal: “nem o varão é sem a mulher, nem a
mulher, sem o varão” (1 Co 11.11). Assim, mudam-se as
culturas e os costumes, mas a Palavra de Deus permanece inalterável (Mt 24.35).
3. Educação dos filhos com distinção dos sexos. Educar não consiste apenas em
suprir os meios de subsistência e proporcionar o bem-estar necessário à
família. Cabe também aos pais educar os filhos na admoestação do Senhor (Ef 6.4), promover o diálogo e o amor mútuo no lar (Ef 6.1,2). A família cristã não pode perder a referência
bíblica na educação de seus filhos. Por exemplo, explicar e orientá-los de que
homens e mulheres possuem órgãos sexuais distintos, fisiologia diferente e
personalidades díspares é responsabilidade dos pais. Sigamos, pois, com
respeito às pessoas, não discriminando-as, mas se posicionando com toda firmeza
na distinção de homem e mulher e na coibição da inoportuna ideia de “luta de
gêneros” (Gn 1.27; 1 Co 11.11,12;
Ef 5.22-25).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus criou os dois sexos dentro de uma instituição monogâmica
e heterossexual (casamento). Logo, devemos educar nossos filhos no ideal da
distinção dos sexos.
CONCLUSÃO
A Ideologia de Gênero pretende relativizar a verdade bíblica
e impor ao cidadão o que deve ser considerado ideal. Acuada parcela da
sociedade não esboça reação e o mal vem sendo propagado. No entanto, a igreja
não pode fechar os olhos para a inversão dos valores. Os cristãos precisam
reagir e “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd v.3).
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. VALORES CRISTÃOS, Enfrentando as questões morais de nosso
tempo. Lição 02 – Ética Cristã e ideologia de gênero. I – A ideologia de
gênero. 1. Definição de ideologia. 2. Ideologia de gênero. 3. Marxismo e feminismo
como fonte dessa ideologia. II – Consequências da ideologia de gênero. 1. Troca
de papéis entre homens e mulheres. 2. Confusão de identidade para o ser humano.
3. Desvalorização do casamento e da família. III – O ideal divino quanto aos
sexos. 1. Criação de dois sexos. 2. Casamento monogâmico e heterossexual. 3. Educação
dos filhos com distinção de sexos. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2°
Trimestre de 2018.
Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor
na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12.
Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 -
984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
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