LIÇÃO 02 - A BELEZA E A GLÓRIA DO CULTO LEVÍTICO
TEXTO ÁUREO
“Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação;
depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o
povo.” (Lv 9.23)
VERDADE PRÁTICA
O verdadeiro culto divino não se impõe pelo ritualismo nem
por sua pompa, mas pelo quebrantamento de coração e pela integridade de
espírito. A glória de Deus não pode faltar.
LEVÍTICO 9.15-24
15 - Depois, fez chegar a oferta do povo, e tomou o bode da
expiação do pecado, que era pelo povo, e o degolou, e o preparou por expiação
do pecado, como o primeiro.
16 - Fez também chegar o holocausto e o preparou segundo o
rito.
17 - E fez chegar a oferta de manjares, e a sua mão encheu
dela, e a queimou sobre o altar, além do holocausto da manhã.
18 - Depois, degolou o boi e o carneiro em sacrifício
pacífico, que era pelo povo; e os filhos de Arão entregaram-lhe o sangue, que
espargiu sobre o altar, em redor,
19 - como também a gordura do boi e do carneiro, e a cauda, e
o que cobre a fressura, e os rins, e o redenho do fígado.
20 - E puseram a gordura sobre o peito, e ele queimou a
gordura sobre o altar;
21 - mas o peito e a espádua direita Arão moveu por oferta de
movimento perante o SENHOR, como Moisés tinha ordenado.
22 - Depois, Arão levantou as mãos ao povo e o abençoou; e
desceu, havendo feito a expiação do pecado, e o holocausto, e a oferta
pacífica.
23 - Então, entraram Moisés e Arão na tenda da congregação;
depois, saíram e abençoaram o povo; e a glória do SENHOR apareceu a todo o
povo.
24 - Porque o fogo saiu de diante do SENHOR e consumiu o
holocausto e a gordura sobre o altar; o que vendo todo o povo, jubilou e caiu
sobre as suas faces.
INTRODUÇÃO
O que é o culto divino? Não é fácil responder a essa pergunta,
pois, no ato da adoração ao Deus Único e Verdadeiro, temos de evitar dois
extremos: a informalidade profana e indecente, e o ritualismo que mata o
genuíno culto bíblico. Por esse motivo, o Senhor deixou à congregação
israelita, nos livros de Êxodo e de Levítico, ordenanças e instruções quanto à
essência de seu culto.
Tendo como exemplo a consagração do Santo Templo, em
Jerusalém, mostraremos, nesta lição, a beleza e a glória do culto levítico. Que
a nossa adoração a Deus conte, igualmente, com a presença do Espírito Santo em
todos os atos. Sem a glória de Deus, nenhum culto tem validade.
I – O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Vejamos o que é o culto divino e o seu desenvolvimento na era
patriarcal, no período de Moisés, no tempo de Davi e de Salomão, e após o
Cativeiro babilônico.
1. Definição. O culto divino é o serviço amoroso, voluntário e exclusivo
que Deus requer de cada uma de suas criaturas morais (anjos e homens), mui
particularmente de Israel, no Antigo Testamento, e, agora, da Igreja, para que todos,
em todos os lugares e tempos, glorifiquem-no como o Criador, Senhor e
Mantenedor de todas as coisas (Sl 100.1;
Ap 14.7).
2. Na era patriarcal. O primeiro grande patriarca a prestar culto a Deus
foi Noé (Gn
8.20). Abraão, Isaque e Jacó também construíram altares para adorar ao
Senhor, que os chamara a constituir a nação profética, sacerdotal e real por
excelência (Gn
12.7; 26.25; 35.1-7).
3. No período de Moisés. Deus, através de Moisés, entregou ao seu povo leis e
instruções para que o seu culto passasse da informalidade a uma etapa mais
teológica, litúrgica e congregacional (Êx
12.21-26). A partir daí, estabeleceram-se as festividades sagradas como a
Páscoa e o Dia da Expiação (Êx 12.14,20; Lv 23.27,28). Agora, não somente as famílias,
mas todo o povo é intimado a cultuar ao Senhor.
4. No tempo de Davi e Salomão. Até a ascensão de Davi, como rei de
Israel, a música não era utilizada no culto divino. O cântico de Miriã e o de
Débora constituíam manifestações espontâneas que precederam a inserção da
música na liturgia do Santo Templo (Êx
15.20,21; Jz cap. 5). Mas, com o rei Davi, que também
era profeta, salmista e músico, a celebração oficial ao Senhor foi enriquecida
com a formação de coros e instrumentos musicais (1 Cr 15.16). Buscando sempre a excelência do
culto divino, o rei Davi inventou e fabricou diversos instrumentos musicais (1 Cr 23.5; 2 Cr 7.6).
Salomão dedicou-se igualmente ao enriquecimento litúrgico e
musical na adoração divina (2 Cr 5.1-14). No auge do Santo Templo, a
liturgia hebreia impressionava por sua beleza e arte (2 Cr 5.13). Ezequias também destaca-se pelo
zelo ao culto do Senhor (2 Cr 29.26-28).
5. Após o cativeiro babilônico. Em 586 a.C., os judeus foram
levados em cativeiro à Babilônia, onde permaneceram 70 anos (Jr 25.11,12). Nesse período, pelo que inferimos
do Salmo 137, a adoração divina foi praticamente esquecida. Mas, com o retorno
a Jerusalém, os repatriados, incentivados por Esdras e Neemias, reavivaram o
culto levítico (Ne 12.22-30).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Levítico era o manual do culto no Antigo Testamento.
II – ELEMENTOS DO CULTO LEVÍTICO
A fim de mostrarmos a beleza e a glória do culto divino no
Antigo Testamento, tomemos como exemplo a consagração do Santo Templo, pelo rei
Salomão, em Jerusalém.
1. Sacrifícios. O culto inaugural do Santo Templo, que teve início com a
chegada da Arca Sagrada, foi marcado por uma grande quantidade de sacrifícios
de animais (1 Rs 8.5) − Cf. Levítico cap. 1. De forma sem igual, o rei Salomão e
todo o Israel demonstraram sua ação de graças ao Deus de Abraão, Isaque e
Jacó.
2. Cânticos. Em seguida, os cantores e músicos puseram-se a louvar ao
Senhor, entoando provavelmente os cânticos que Davi e outros salmistas haviam
composto (2 Cr 5.12,13).
3. Exposição da Palavra. Logo após, Salomão dirigiu-se ao povo, fazendo uma
síntese da História Sagrada até aquele instante. Ele mostra a clara intervenção
de Deus em cada etapa da existência de Israel (2 Cr 6.1-13).
4. Oração. O rei dirige-se, agora, a Deus em oração, agradecendo-o por
aquele momento, e intercede não só por Israel, mas pelos gentios que, ouvindo
acerca da intervenção divina na vida de seu povo, para ali acorreriam (2 Cr 6.32,33).
5. Leitura da Palavra. Após o cativeiro babilônico, já no tempo de Esdras e
Neemias, a Palavra de Deus começou a ser lida publicamente como parte da
liturgia do culto (Ne 8.1-8). Nesse período, os sacerdotes
puseram-se também a explicar a Lei ao povo de Deus. Antes disso, a leitura das
Escrituras limitava-se aos montes Gerizim e Ebal (Dt 29).
6. Bênção. O culto levítico era encerrado com a bênção araônica (Nm
6.22-26). Ao serem assim abençoados, os filhos de Israel conscientizavam-se
de que eram propriedade particular do Senhor (Êx 19.5).
SÍNTESE DO TÓPICO II
Os sacrifícios, os cânticos, a exposição da Palavra e a bênção
eram elementos centrais do culto levítico.
III – FINALIDADES DO CULTO LEVÍTICO
O culto levítico, no Antigo Testamento, tinha quatro
finalidades básicas: adorar a Deus, reafirmar as alianças divinas, professar o
credo mosaico e aguardar o Messias. Era uma celebração teológica e messiânica.
1. Adorar ao Único e Verdadeiro Deus. Ao reunir-se para adorar a Deus, a
comunidade de Israel demonstrava duas coisas: a aceitação do Único e Verdadeiro
Deus e a rejeição dos deuses pagãos (Lv 19.4;
Sl 86.10; 97.9). Enfim, o culto afastava os
israelitas da idolatria e aprofundava sua comunhão com o Senhor (Sl 96.5).
Esse era o teor dos cânticos congregacionais do Santo Templo.
2. Reafirmar as alianças antigas. No culto levítico, os filhos de
Israel professavam as alianças que o Senhor firmara com Abraão, Isaque, Jacó e
Davi (Lv
26.9,45). Já em seus cânticos, reafirmavam a fé na presença
de Deus em sua vida familiar e comunal (Sl 47.9),
como mostra o Salmo 105.
3. Professar o credo divino. Em seus cultos, os israelitas,
guiados pelo ministério levítico, professavam o seu credo: “Ouve, Israel, o
Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Dt 6.4).
Nesta sentença resume-se toda a teologia do Antigo Testamento. Que a Igreja de
Cristo recite a doutrina divina.
4. Aguardar o Messias. No livro de Salmos, há uma elevada cristologia, que
descreve a paixão, a morte, a ressurreição e a glorificação do Senhor Jesus
Cristo como Rei dos reis (Sl
22.1-19; 16.10; 110.1-4; 2.1-8). Um israelita crente, e predisposto
a servir a Deus, jamais seria surpreendido com a chegada do Messias, pois o
culto levítico era essencial e tipologicamente cristológico (Lc
2.25-35).
SÍNTESE DO TÓPICO III
As finalidades do culto Levítico eram: adorar a Deus,
reafirmar as alianças divinas, professar o credo mosaico e aguardar o Messias.
CONCLUSÃO
Os filhos de Israel não souberam cultuar a Deus como Ele o
requer de cada um de nós. Por isso, deixaram-se contaminar pelo formalismo.
Apesar de sua rica e significativa liturgia, adoravam a Deus apenas com os
lábios, pois o seu coração achava-se distante do Deus de Abraão (Is 29.13).
Então, adoremos a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.24). Apresentemos ao
Senhor o nosso culto racional (Rm 12.1-3).
Quando cultuamos verdadeiramente a Deus, sua glória jamais
nos faltará (Lv 9.23,24).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. ADORAÇÃO, SANTIDADE E SERVIÇO, Os
princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico. Lição 02 – A beleza e a
glória do culto levítico. I – O culto no Antigo Testamento. 1. Definição. 2. Na
era patriarcal. 3. No período de Moisés. 4. No tempo de Davi e Salomão. 5. Após
o cativeiro babilônico. II – Elementos do culto levítico. 1. Sacrifícios. 2. Cânticos.
3. Exposição da Palavra. 4. Oração. 5. Leitura da Palavra. 6. Bênção. III – Finalidades
do culto levítico. 1. Adorar ao único e verdadeiro Deus. 2. Reafirmar as
alianças antigas. 3. Professar o credo divino. 4. Aguardar o Messias. Editora
CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2018.
Elaboração
dos slides: Ismael
Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA,
matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos
para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
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