LIÇÃO 05 - CRISTO
É SUPERIOR A ARÃO E À ORDEM LEVÍTICA
TEXTO ÁUREO
"Visto
que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos
céus, retenhamos firmemente a nossa confissão." (Hb 4.14)
VERDADE
PRÁTICA
Como
Filho de Deus e Sumo Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.
Hebreus
4.14-16; 5.1-14
Hb
4.14 - Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que
penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
15
- Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
16
- Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar
misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
Hb
5.1 - Porque todo sumo sacerdote, tomado dentre os homens, é constituído a
favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que ofereça dons e
sacrifícios pelos pecados,
2
- e possa compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele
mesmo está rodeado de fraqueza.
3
- E, por esta causa, deve ele, tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer
oferta pelos pecados.
4
- E ninguém toma para si essa honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
5
- Assim, também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo
sacerdote, mas glorificou aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
6
- Como também diz noutro lugar: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de
Melquisedeque.
7
- O qual, nos dias da sua carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas,
orações e súplicas ao que o podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que
temia.
8
- Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu.
9
- E, sendo ele consumado, veio a ser a causa de eterna salvação para todos os
que lhe obedecem,
10
- chamado por Deus sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
11
- Do qual muito temos que dizer, de difícil interpretação, porquanto vos
fizestes negligentes para ouvir.
12
- Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos
torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos
haveis feito tais que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
13
- Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na
palavra da justiça, porque é menino.
14
- Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume,
têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.
INTRODUÇÃO
A
doutrina do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa seção o autor apresenta Jesus como
"o grande sumo sacerdote que penetrou os céus". Jesus, portanto, era
um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma detalhada uma
discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A intenção dele é
mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico e a ordem
levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram cobertos de
fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens. Todavia,
Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e, por conta
disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim, o autor
finaliza censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma doutrina de
tão grande relevância.
I - UM
SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
1. Por representar melhor os homens diante
de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o
sumo sacerdote do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb
5.1). Com essa exposição o autor quer chamar a atenção para o mistério da
encarnação, quando Deus se humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque,
como afirma certo teólogo, "é necessário que um homem seja escolhido para
representar homens ao tratar dos pecados deles contra Deus". Jesus, nosso
Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio
arônico, que oferecia ofertas e sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida
como oferta a Deus em nosso favor (Hb 4.14-16).
2. Por compreender melhor a condição
humana. Para melhor compreender a condição
humana, o autor prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo
sacerdote era alguém tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a
condição humana. A palavra "compadecer-se" (Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que significa escolher
um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote que trabalhava com
as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas humanas, necessitava, a
todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais emblemático quando ele
precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os seus próprios. Ele não
poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir com extrema severidade.
Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, pôde
cumprir esse requisito.
3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas
aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa
claro que a palavra "honra" tem o sentido de "cargo" ou
"posição" e está relacionada ao ministério sacerdotal ao qual o
Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo extremamente
honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto Arão como
seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse ministério (Êx 28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso
Sumo Sacerdote, em tudo foi superior e mais honrado do que Arão visto pertencer
a uma ordem sacerdotal superior e haver sido enviado do céu para essa missão.
SÍNTESE DO
TÓPICO I
O
sacerdócio de Cristo é mais qualificado do que o de Arão e o da ordem levítica
porque representa melhor o ser humano diante de Deus, pois compreende a
condição humana, e também por pertencer ao "sacerdócio do céu".
II - UM
SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito pelo qual
viveu. Em sua exposição sobre o sacerdócio de
Cristo, o autor combina o Salmo
2.7 com o 110.4.
Essas citações servem para o autor sacro argumentar a favor da filiação divina
e da realeza do sacerdócio de Jesus. Respeitados especialistas em Antigo
Testamento ressaltam que o tipo de "messias" que os judeus da época
de Jesus esperavam era de natureza político-religiosa. Entretanto, os textos
dos Salmos mostram que Jesus Cristo não era um messias político nem meramente
religioso, mas o Messias aclamado por Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4: o Messias que os cristãos reconhecem como o
Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo
Filho de Deus, não glorificou a si mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas
exerceu o sacerdócio por meio da vontade do Pai (Fp 2.5-7).
2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do capítulo
cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida piedosa de
Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um
verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele levantados
aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno, revelando dessa
forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses fatos estão
relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36), conforme narra os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote
assim, santo, piedoso e compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas
e dos que sofriam.
3. Pela submissão que demonstrou. A expressão "foi ouvido quanto ao que
temia" (Hb 5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e
Atualizada (ARA) como "tendo sido ouvido por causa da sua piedade". A
razão da diferença nas traduções é a palavra eulabeia usada pelo autor. Essa
palavra só aparece duas vezes no Novo Testamento grego e as duas ocorrências
encontram-se em Hebreus: uma aqui no capítulo 5 e outra em Hebreus
12.28. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como a ARA traduzem como "reverência". Não há
dúvida que este último sentido deve ser mantido aqui. Eulabeia, portanto,
mantém o sentido de um temor piedoso e reverente. O viver temente de Jesus o
conduziu a suportar o sofrimento em favor da humanidade e, dessa forma, a completar
a obra expiatória em favor de todos.
SÍNTESE DO
TÓPICO II
A
realeza, o propósito pelo qual viveu, a vida santa que possuía e a submissão
demonstrada no seu ministério apontam para superioridade do serviço de Cristo.
III - UM
SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14
forma um parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância
teológica que possuía essa doutrina - o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão
dessa doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de
crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la
compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios
formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se
eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra.
2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza
transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz
substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes,
desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não
se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes,
impossível de se fazer escolhas acertadas.
SÍNTESE DO
TÓPICO III
A
doutrina da superioridade sacerdotal de Cristo é transcendental aos princípios
formadores da fé cristã e essencial à nossa fé.
CONCLUSÃO
O
final do capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos
relevantes sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor
apresentou, primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um sacerdote
e depois as contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus
viveu toda a nossa condição humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado
para interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem.
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. A SUPREMACIA DE CRISTO,
Fé, esperança e ânimo na Carta aos
Hebreus. Lição 05 – Cristo é superior a Arão e à Ordem Levítica. I – Um
sacerdócio superior quanto à qualificação. 1. Por representar melhor os homens
diante de Deus. 2. Por compreender melhor a condição humana. 3. Pela posição
que exerceu. II – Um sacerdócio superior quanto ao serviço. 1. Pela realeza e o
propósito pelo qual viveu. 2. Pela vida santa que possuía. 3. Pela submissão
que demonstrou. III – Um sacerdócio superior quanto à importância teológica. 1.
Uma doutrina transcendente. 2. Uma doutrina essencial. Editora CPAD. Rio de
Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2018.
Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor
na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12.
Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 -
984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
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