LIÇÃO 08 - SALVAÇÃO E LIVRE-ARBÍTRIO
TEXTO ÁUREO
"Qual é o homem que
teme ao Senhor? Ele o ensinará no caminho que deve escolher." (Sl 25.12)
VERDADE PRÁTICA
O projeto primário de Deus
foi salvar a humanidade. Todavia, de acordo com sua soberania, concedeu o
livre-arbítrio ao homem.
João 3.14-21
14 - E, como Moisés levantou
a serpente no deserto, assim importa que o Filho do Homem seja levantado,
15 - para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
16 - Porque Deus amou o
mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
17 - Porque Deus enviou o
seu Filho ao mundo não para que condenasse o mundo,
mas para que o mundo fosse
salvo por ele.
18 - Quem crê nele não é
condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do
unigênito Filho de Deus.
19 - E a condenação é esta:
Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque
as suas obras eram más.
20 - Porque todo aquele que
faz o mal aborrece a luz e não vem para a luz para que as suas obras não sejam
reprovadas.
21 - Mas quem pratica a
verdade vem para a luz, a fi m de que as suas obras sejam manifestas, porque
são feitas em Deus.
INTRODUÇÃO
Na cruz do Calvário, Jesus
Cristo ofereceu a salvação indistinta e gratuitamente para todos os seres
humanos (Ap 22.17). Por decisão pessoal, e liberdade
individual, os que recebem a oferta de salvação são destinados à vida eterna,
pois o Pai quer que todo homem se salve e que ninguém se perca (2
Pe 3.9).
I - A ELEIÇÃO BÍBLICA É SEGUNDO A
PRESCIÊNCIA DIVINA
1.
A eleição de Israel. A eleição no Antigo Testamento tem um
significado mais específico que no Novo Testamento. Exemplo disso é o chamado
de Abraão e sua descendência, que mais tarde formariam a nação de Israel. Deus
chamou o patriarca e lhe fez promessas (Gn 12.1-3). Livre
e espontaneamente, o "amigo de Deus" respondeu positivamente ao
chamado. Entretanto, diante dele havia a possibilidade de não atender a essa
convocação. Nesse sentido, é importante ressaltar que a eleição de Israel (Is 51.2; Os 11.1) é
específica e pontual. Deus tinha um propósito de enviar o Salvador ao mundo por
intermédio da nação judaica. Por ser pontual, específica e coletiva, a eleição
de Israel não pode ser usada como base para fundamentar a salvação individual
do crente, nem mesmo dos judeus, no sentido de Deus decretar uns para a vida
eterna e outros para a eterna danação. Além do mais, por meio do livre-arbítrio
que Deus deu a Israel, a nação chegou a perder algumas bênçãos prometidas
porque se rebelou contra o Senhor e desobedeceu à sua ordem (Jr
6.30;
7.29). Segundo o apóstolo Paulo,
isso nos serve de exemplo a fim de não repetirmos os mesmos erros do povo de
Deus do Antigo Testamento (1 Co 10.6,11).
2.
A eleição para a salvação. A eleição divina é o ato pelo qual
Deus chama os pecadores à salvação em Cristo e os torna santos (Rm 8.26-39).
Essa eleição é proclamada por meio da pregação do Evangelho (Jo
1.11; At 13.46; 1
Co 1.9), pois o Altíssimo deseja que todos sejam salvos,
respondendo afirmativamente ao seu chamado para a salvação (At
2.37;
1 Tm 2.3,4;
2 Pe 3.9). Entretanto, as Escrituras mostram claramente que quem
crer será salvo, mas quem não crer será condenado (Mc
16.16).
3.
A presciência divina. Presciência é a capacidade de Deus saber
todas as coisas de antemão (At 22.14; Rm
9.23)
e de interferir na história humana (Ne
9.21;
Sl 3.5; 9.4; Hb
1.1-3). Ele é soberano (Jó
42),
provedor (Sl 104) e sabe quem responderá positivamente
ao convite de salvação (Rm 8.30; Ef
1.5).
Deus proveu o meio de salvação para todas as pessoas, mas nem todas atenderão
ao seu convite. Em sua soberania e presciência, estamos sob os seus cuidados,
mas paradoxalmente, também desfrutamos do livre-arbítrio que Ele nos deu, o que
aumenta mais a responsabilidade humana de obedecer à sua vontade (Rm 11.18-24).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A eleição é segundo a
presciencia de Deus.
II - ARMÍNIO E O LIVRE-ARBÍTRIO
1.
Breve histórico de Jacó Armínio. Jacó Armínio (*1560 +1609)
nasceu na Holanda, foi pastor de uma igreja em Amsterdã e recebeu o título de
doutor em teologia pela Universidade de Leiden. Tendo sido envolvido numa
disputa calvinista, desenvolveu uma tese bíblica a partir dos primeiros Pais da
Igreja, que foi denominada de Arminianismo. Sua principal característica é a
defesa do livre-arbítrio humano. Por esse posicionamento, enfrentou forte
oposição, perseguição e falsas acusações por parte dos teólogos calvinistas.
Entretanto, esse teólogo holandês sempre apresentou uma postura tolerante e não
combativa, embora convicto de suas opiniões.
2.
O livre-arbítrio. O livre-arbítrio é a possibilidade que os
seres humanos têm de fazer escolhas e tomar decisões que afetam seu destino
eterno, especificamente se tratando da salvação. Isso quer dizer que cabe a
cada um deixar-se convencer pelo Espírito Santo para ser salvo por Jesus ou
não, embora Deus dê a todos a oportunidade da salvação. No Jardim do Éden, o
Criador outorgou o livre-arbítrio ao homem (Gn 2.16,17); a Israel deu também essa prerrogativa (Dt 30.19); e à humanidade o Altíssimo possibilitou escolha
entre o caminho da salvação ou o da perdição (Mc
16.16).
3.
O livre-arbítrio na Bíblia. Deus nos criou à sua imagem e
semelhança (Gn 1.26). Logo, por Ele ser naturalmente
livre, também seus filhos possuem a faculdade de escolherem livremente. Por
isso, o Criador sempre incentivou a nação a escolher o caminho da vida (Dt 30.19-20). Assim, segundo as Escrituras, se em Adão
todos são predestinados para a perdição, em Cristo, todos são predestinados
para a salvação: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também
todos serão vivificados em Cristo" (1 Co
15.22; cf. Jo 1.12),
pois "se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração,
creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo" (Rm
10.9).
SÍNTESE DO TÓPICO II
A principal característica
do arminianismo é o livre-arbítrio.
III - ELEIÇÃO DIVINA E LIVRE-ARBÍTRIO
1.
A eleição divina. A eleição é uma escolha soberana de Deus (Ef 1.5,9) que tem como objeto de seu
amor todos os seres humanos (1 Tm 2.3,4).
Não é uma obra que leva em conta o mérito humano, mas que é feita
exclusivamente em Cristo (Ef 1.4). Em Jesus, Deus nos
elegeu com propósitos específicos: para pertencermos a Cristo (Rm
1.6; 1 Co 1.9);
para a santidade (Rm 1.7; 1 Pe
1.15;
1 Ts 4.7); para a liberdade (Gl 5.13); para a paz (1 Co
7.15);
para o sofrimento (Rm 8.17,18); e
para a sua glória (Rm 8.30; 1 Co
10.31).
2.
Escolha humana e fatalismo. A graça comum (Rm
5.18) é estendida a todos os seres humanos, abrindo-lhes a oportunidade
para crerem no Evangelho, o que descarta a possibilidade de a eleição ser uma
ação fatalista de Deus - Fatalismo: acontecimentos que operam independentemente
da nossa vontade, e dos quais não podemos escapar. Ora, a eleição de Deus não é
destinada somente a alguns indivíduos, enquanto os outros, por escolha divina,
vão para o inferno. Isso vai contra a natureza amorosa e misericórdia do
Criador. Por isso, indistintamente, Ele dá a oportunidade para que todos se
salvem (At 17.30),
pois Deus não faz acepção de pessoas (At
10.34).
3.
A possibilidade da escolha humana. Há vários textos bíblicos
que apontam para o fato de o ser humano ser livre para escolher: "todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo
3.16); "o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora" (Jo 6.37); "todo aquele que invocar o nome do Senhor
será salvo" (Rm 10.13). Uma das coisas mais belas
da Palavra de Deus é que, embora o Altíssimo seja soberano, Ele não criou seus
filhos como robôs autômatos milimetricamente controlados. O nosso Deus deseja
que todo ser humano, espontânea e livremente, o ame de todo coração e mente.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Deus nos elegeu, em Jesus,
para pertencermos a Ele.
CONCLUSÃO
O Evangelho é um presente
oferecido a todas as pessoas, independente de méritos pessoais. Por isso o
Senhor convida: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e
eu vos aliviarei" (Mt 11.28). Os que aceitam a esse convite estão
predestinados a "serem conforme a imagem de seu filho", Jesus Cristo
(Rm 8.29). Deus deseja que todo ser humano seja salvo!
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A OBRA DA SALVAÇÃO, Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida.
Lição 08 – Salvação e livre-arbítrio. I – A eleição bíblica é segundo a
presciência divina. 1. A eleição de Israel. 2. A eleição para a Salvação. 3. A
presciência divina. II – Arminio e o
livre-arbítrio. 1. Breve histórico de Jacó Armínio. 2. O livre-arbítrio. 3. O
livre-arbítrio na Bíblia. III – Eleição divina e livre-arbítrio. 1. A eleição
divina. 2. Escolha humana a fatalismo. 3. A possibilidade da escolha humana. Editora
CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 –
981264038 (Tim), pregação e ensino.
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