LIÇÃO
05 - A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO
TEXTO
ÁUREO
"Não sabeis vós que sois o templo de
Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16)
VERDADE
PRÁTICA
Cremos que o Espírito Santo é a Terceira
Pessoa da Santíssima Trindade, Senhor e Vivificador, que convence o mundo do
pecado, da justiça e do juízo, regenera o pecador, e que falou por meio dos
profetas.
João
14.15-18,26
15 - Se me amardes, guardareis os meus
mandamentos.
16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
17 - o Espírito da verdade, que o mundo
não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque
habita convosco e estará em vós.
18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei
para vós.
26 - Mas aquele Consolador, o Espírito
Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará
lembrar de tudo quanto vos tenho dito.
INTRODUÇÃO
As Escrituras Sagradas revelam a
identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua
consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas
obras no contexto histórico-salvífico. Todos esses dados da revelação só foram
definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica
aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A
presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da
Bíblia.
I - O
ESPÍRITO SANTO
1. A
revelação divina. A Bíblia mostra que a revelação divina foi
progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: "O Antigo
Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo
manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo.
Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer"
(Gregório de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito
Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).
2. O
esquecimento. Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a
identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e
divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece,
literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o
Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí
a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural
em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia
penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias
tentativas resultaram também em heresias.
3. O
Espírito Santo e os primeiros cristãos. À luz do Novo Testamento e
comparando com a literatura patrística dos séculos II e III, fica claro que os
cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do Espírito Santo
do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira identidade do
Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de Atanásio e dos três
grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o Espírito Santo era
quase sempre inadequada.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
O Espírito Santo está presente em toda a
Bíblia.
II - A
DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA
1. A
divindade declarada. O Espírito Santo é chamado de Senhor nas
Escrituras Sagradas: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17; ARA).
Os nomes "Deus" e "Espírito Santo" aparecem alternadamente
na Bíblia: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao
Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não mentiste aos
homens, mas a Deus" (At 5.3,4b). Deus e o Espírito Santo aqui são uma
mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de linguagem:
"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita
em vós?" (1 Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento: "O Espírito
do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de
Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (2 Sm 23.2,3). É nessa linguagem
que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus.
2. A
divindade revelada. O relacionamento do Espírito Santo com o Pai
e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles. Isso
está claro nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19, 1 Co
12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito penetra
todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11); é igualmente
chamado de "Espírito de Deus" (Gn 1.2) e de "o Espírito que
provém de Deus" (1 Co 2.12). Concernente ao Filho, Ele é chamado por Jesus
de "outro Consolador" (Jo 14.16). O termo grego para
"Consolador" aqui é parácleto, que significa "ajudador,
advogado" e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1 Jo 2.1). Ele é
chamado de "Espírito de Jesus" (At 16.7), "Espírito de
Cristo" (Rm 8.9) e ainda "Espírito de seu Filho" (Gl 4.6).
3.
Obras divinas. A divindade do Espírito Santo é vista não
apenas na declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento
dEle com o Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o
Criador do Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Ele gerou
Jesus (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1 Pe 3.18); e
ressuscitará os fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do
novo nascimento (Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e
distribui os dons espirituais (1 Co 12.7-11). Assim, o Credo
Niceno-Constantinopolitano declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e
Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o
Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas". A
confirmação bíblica dessa verdade é abundante (2 Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp
3.3; 2 Pe 1.21).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Cremos na deidade do Espírito Santo.
III -
OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE
1.
Alguns atributos incomunicáveis. A divindade do Espírito
Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui apresentamos apenas
alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a
fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). Ele é onipresente,
está em toda parte do Universo (Sl 139.7-10); e é onisciente, pois conhece
todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11), passando pelo
coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1
Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14).
2.
Alguns atributos comunicáveis. A santidade de Deus é o
atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo
"santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua
natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo;
assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co
6.11). A bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: "Ninguém
há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17;
Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; Sl
143.10). O Espírito é a verdade (1 Jo 5.6) e sábio (Is 11.2).
3. O
Espírito Santo e a Trindade. O Espírito Santo iguala-se ao Pai e ao
Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus
discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito
Santo" (Mt 28.19). Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé,
pois em seu nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do
Filho. A expressão "comunhão com o Espírito Santo" (2 Co 13.13)
mostra que Ele é não apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e
adoração. Há uma absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três
Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia na substância
divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os
interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14).
SÍNTESE
DO TÓPICO III
O Espírito Santo possui todos os atributos
da divindade.
IV -
PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
1. As
faculdades da personalidade. A personalidade do Espírito Santo está
presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido
crença da Igreja desde o princípio. Há nEle elementos constitutivos da
personalidade, tais como intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co
2.10,11) e inteligência (Rm 8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef
4.30) e também possui vontade (At 16.7; 1 Co 12.11). As três faculdades
intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade.
2.
Reações do Espírito Santo. Outra prova da personalidade do Espírito
Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelo ser humano. Pedro obedeceu
ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3);
Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o
apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os
fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são
batizados em nome do Espírito Santo (Mt 28.19).
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
O Espírito Santo possui personalidade.
CONCLUSÃO
A frase que se refere ao Espírito Santo
como "terceira Pessoa da Trindade" se deve ao fato de seu nome
aparecer depois do Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de
hierarquia intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um
só Deus que subsiste em três Pessoas distintas.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A RAZÃO DA NOSSA FÉ, Assim cremos, assim vivemos. Lição 05 – A
identidade do Espírito Santo. I – O Espírito Santo. 1.A revelação divina. 2. O
esquecimento. 3. O Espírito Santo e os primeiros cristãos. II – A divindade do
Espírito Santo à luz da Bíblia. 1. A divindade declarada. 2. A divindade
revelada. 3. Obras divinas. III – Os atributos da divindade. 1. Alguns
atributos incomunicáveis. 2. Alguns atributos comunicáveis. 3. O Espírito Santo
e a trindade. IV – Personalidade do Espírito Santo. 1. As faculdades da
personalidade. 2. Reações do Espírito Santo. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ.
3° Trimestre de 2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038
(Tim), pregação e ensino.
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