LIÇÃO
04 - O SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO
TEXTO
ÁUREO
"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho,
e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim." (Jo 14.6)
VERDADE
PRÁTICA
Cremos no Senhor Jesus Cristo, o Filho
Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem e o único Salvador do
mundo.
João
1.1-14
1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 - Ele estava no princípio com Deus.
3 - Todas as coisas foram feitas por
ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 - Nele, estava a vida e a vida era a
luz dos homens;
5 - e a luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a compreenderam.
6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo
nome era João.
7 - Este veio para testemunho para que
testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 - Não era ele a luz, mas veio para que
testificasse da luz.
9 - Ali estava a luz verdadeira, que
alumia a todo homem que vem ao mundo,
10 - estava no mundo, e o mundo foi
feito por ele e o mundo não o conheceu.
11 - Veio para o que era seu, e os seus
não o receberam.
12 - Mas a todos quantos o receberam
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome,
13 - os quais não nasceram do sangue,
nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
14 - E o Verbo se fez carne e habitou
entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de
graça e de verdade.
INTRODUÇÃO
Há inúmeros pontos da cristologia dignos
de ocupar a mente e o coração de todos os seres humanos. O nosso espaço aqui é
exíguo para um estudo completo. Temos de nos contentar com alguns pontos
relevantes sobre a verdadeira identidade de Jesus. A provisão do Antigo
Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes. Os
escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de Cristo na
história da redenção, nas suas instituições e festas. O nosso enfoque aqui é a
verdadeira identidade Jesus.
I -
O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS
1. O
Filho de Deus. O apóstolo João explica o motivo que o
levou a escrever o seu evangelho com as seguintes palavras: "Estes, porém,
foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31). Temos aqui dois pontos
importantes. O primeiro é sobre a identidade de Jesus: Ele é o Cristo e o Filho
de Deus; o outro é o motivo dessa revelação, a redenção de todo aquele que crê
nessa verdade. É de toda importância saber o significado do título "Filho
de Deus". A profecia de Isaías anuncia: "Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu" (Is 9.6). Note que o menino nasceu, mas o Filho,
segundo a palavra profética, não nasceu, mas "se nos deu". O nascimento
desse menino aconteceu em Belém, mas o Filho foi gerado desde a eternidade (Jo
17.5, 24), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e
todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). É como disse Atanásio, em
resposta aos arianistas, referindo-se à eternidade de Jesus: "o Pai não
seria Pai se não existisse o Filho".
2.
Significado. O significado do termo "filho"
nas Escrituras é amplo, e uma das acepções diz respeito à mesma natureza do pai
(Jo 14.8,9). Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua divindade,
e os judeus entenderam perfeitamente a mensagem (Jo 5.17,18). O Mestre disse:
"Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). E, mais adiante, no mesmo debate
com os judeus, Jesus esclareceu o que significa ser Filho de Deus: "àquele
a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse:
Sou Filho de Deus?" (Jo 10.36). Alegar que Jesus não é Deus, mas o Filho
de Deus, como fazem alguns, é uma contradição.
3.
Significado de "unigênito" (v.14b). A etimologia do
termo "unigênito", monogenés, em grego, indica a deidade do Filho.
Essa palavra só aparece nove vezes no Novo Testamento, sendo três em Lucas
(7.12; 8.42; 9.38), uma em Hebreus (11.17) e as outras cinco em referência a
Jesus nos escritos joaninos (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1 Jo 4.9). O vocábulo vem de
monós, "único", e de genés, que nos parece derivar de genós,
"raça, tipo", e não necessariamente do verbo gennao,
"gerar". Então, unigênito, quando empregado em relação a Jesus,
transmite a ideia de consubstancialidade. É exatamente o que declara o Credo
Niceno: "E [cremos] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o
Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz,
verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância com
o Pai".
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Jesus Cristo é o Filho Unigênito de
Deus.
II -
A DEIDADE DO FILHO DE DEUS
1. O
Verbo de Deus (Jo 1.1). O "Verbo" é a Palavra, do
grego Logos. O termo "Deus" aparece duas vezes nessa passagem, uma
delas em referência ao Pai: "e o Verbo estava com Deus". Aqui temos
uma indicação do relacionamento intratrinitariano, ou seja, entre a Trindade,
antes mesmo da fundação do mundo. A preposição grega pros, usada para
"com" nessa segunda cláusula, diz respeito ao plano de igualdade e
intimidade, face a face, além de mostrar a distinção entre o Pai e o Filho, um
golpe mortal contra o sabelianismo. A segunda referência,"e o Verbo era
Deus", aponta para o Filho. Não se trata de acréscimo de mais um Deus
aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o Verbo
divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade, embora seja Ele
distinto do Pai (Jo 8.17,18; 2 Jo 3). Da mesma forma, o apóstolo Paulo
transmitiu essa verdade, ao dizer que "para nós há um só Deus, o Pai, de
quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual
são todas as coisas, e nós por ele" (1 Co 8.6). Trata-se do monoteísmo
cristão.
2.
Reações à divindade de Jesus. É digno de nota que os
apóstolos João e Paulo, como os demais, eram judeus e foram criados num
contexto monoteístico. Portanto, não admitiam em hipótese alguma outra
divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30).
Observemos que, a cada fala do Senhor Jesus a respeito de sua divindade, de sua
igualdade com o Pai, o próprio apóstolo João registra a reação dos judeus como
protesto (Jo 5.18; 8.58,59; 10.30-33). Mesmo assim, esses apóstolos não
hesitaram em declarar, com ousadia e abertamente, a deidade absoluta de Jesus
(Jo 20.28; Rm 9.5; Cl 2.9; Tt 2.13; 1 Jo 5.20).
3. O
relacionamento entre o Pai e o Filho. Os pais da Igreja
perceberam também que, além das construções tripartidas, do relacionamento
intratrinitariano e histórico-salvífico revelado nas Escrituras Sagradas, havia
ainda as construções bipartidas que identificam a mesma deidade no Pai e no
Filho. O Pai e o Filho aparecem no mesmo nível de divindade (Gl 1.1; 1 Tm 6.13;
2 Tm 4.1). Essas expressões bipartidas provam que o Pai e o Filho são o mesmo
Deus, possuindo a mesma substância, mas são diferentes na forma e na função,
não em poder e majestade. Veja o seguinte exemplo: "Graça e paz de Deus,
nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm 1.7). Os primeiros cristãos não
precisavam de explicações adicionais para compreender a divindade de Jesus em
declarações como essas (2 Pe 1.1).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem.
III
- A HUMANIDADE DO FILHO DE DEUS
1.
"E o Verbo se fez carne" (Jo 1.14a). O
prólogo do Evangelho de João começa com a divindade de Jesus e conclui com a
sua humanidade. O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem.
A sua divindade está presente na Bíblia inteira, de maneira direta e indireta,
nos ensinos e nas obras de Jesus, com tal abundância de detalhes que
infelizmente não é possível mencioná-los aqui por absoluta falta de espaço. A
encarnação do Verbo significa que Deus assumiu a forma humana. A concepção e o
nascimento virginal de Jesus (Is 7.14; Mt 1.12) são obra do Espírito Santo (Mt
1.20; Lc 1.35). Tal encarnação do Verbo é um mistério (1 Tm 3.16).
2.
Características humanas. Assim como as Escrituras revelam a
deidade absoluta de Jesus, da mesma forma elas ensinam que Ele é plenamente
homem: "Jesus Cristo, homem" (1 Tm 2.5). Há abundantes e
incontestáveis provas de sua humanidade, ou seja, de que Ele nasceu, cresceu e
viveu entre nós. Seu nascimento é contado com detalhes nos dois primeiros
capítulos de Mateus e de Lucas. Ele cresceu em estatura física e intelectual
(Lc 2.52); e sentiu fome, sede, sono e cansaço (Mt 4.2; 8.24; Jo 4.6; 19.28).
3.
Necessidade da encarnação do Verbo. Jesus foi revestido do
corpo humano porque o pecado entrou na humanidade por meio do casal Adão e Eva,
seres humanos, e pela justiça de Deus o pecado tinha de ser vencido também por
um ser humano (Rm 5.12, 17-19). Jesus se fez carne. Fez-se homem sujeito ao
pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem (Rm 8.3). A
Bíblia mostra que todo o gênero humano está condenado; que o homem está perdido
e debaixo da maldição do pecado (Sl 14.2,3; Rm 3.23). Todos são devedores, por
isso, ninguém pode pagar a dívida do outro. A Bíblia afirma que somente Deus
pode salvar (Is 43.11). Então, esse mesmo Deus tornou-se homem, trazendo-nos o
perdão de nossos pecados e cumprindo Ele mesmo a lei que promulgara (At 4.12; 1
Tm 3.16; Cl 2.14).
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Cremos na humanidade do Filho de
Deus.
CONCLUSÃO
O Senhor Jesus Cristo é a mais
controvertida de todas as personagens da História porque é o único que é o
verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, e a sua verdadeira identidade só é
possível pela revelação (Mt 16.17; 1 Co 12.3). Isso revela a sua divindade.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A RAZÃO DA NOSSA FÉ, Assim cremos, assim vivemos. Lição 04 – O
Senhor e Salvador Jesus Cristo. I – O filho unigênito de Deus. 1. O filho de
Deus. 2. Significado. 3. Significado de “unigênito”. II – A deidade do Filho de
Deus. 1. O Verbo de Deus. 2. Reações à divindade de Jesus. 3. O relacionamento
entre o Pai e o Filho. III – A humanidade do Filho de Deus. 1. “E o verbo se
fez carne”. 2. Características humanas. 3. Necessidade da encarnação do Verbo. Editora
CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 –
981264038 (Tim), pregação e ensino.
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