LIÇÃO
11 - A ÚLTIMA CEIA
TEXTO
ÁUREO
"Alimpai-vos, pois, do fermento
velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque
Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós." (1 Co 5.7)
VERDADE
PRÁTICA
A Páscoa comemorava a libertação do
Egito. A Ceia do Senhor celebra a libertação
INTRODUÇÃO
Sem dúvida, a Páscoa era uma das festas
mais importantes do judaísmo, e a sua celebração era carregada de valor
simbólico. O seu ritual era metódico e meticuloso, pois lembrava um dos
momentos mais importantes da história do povo de Deus da Antiga Aliança - a
libertação do cativeiro egípcio! A sua celebração anual mobilizava toda a nação
judaica.
Quando instituiu a Santa Ceia, por
ocasião da celebração da última Páscoa, Jesus tinha em mente esses fatos.
Sabedor de que a Páscoa era apenas um tipo do qual Ele era o antítipo (ou uma
figura da qual Ele era o cumprimento), Ele demostrou alegria e satisfação por
poder celebrá-la na companhia de seus discípulos. Apenas algumas horas depois,
o Filho do Homem estaria libertando o seu povo, não mais de um cativeiro
humano, mas do cativeiro do pecado!
I -
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ÚLTIMA CEIA
1. A
instituição da páscoa judaica. A festa da Páscoa era uma
das celebrações que ocorria na primavera. A palavra é derivada do verbo
hebraico pasah, com o sentido de "passar por cima". Essa festa tem
sua origem nos dias que antecedem o êxodo dos israelitas do Egito, conforme
narrado em Êxodo 12. Até esse momento, Faraó relutava em deixar os israelitas
partirem conforme a determinação do Senhor. A consequência dessa obstinação do
governante egípcio foi o julgamento divino que veio na forma de uma grande
mortandade nos lares egípcios. Somente os primogênitos das famílias egípcias
seriam atingidos, pois os hebreus estavam protegidos com o sangue do cordeiro
pascal (Êx 12.13). O sangue do cordeiro era um tipo do sangue de Cristo, o
cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; 1 Co 5.7).
2. O
ritual da páscoa judaica. A páscoa judaica obedecia a um ritual
detalhado (Dt 16.1-4). Todavia, de acordo com Êxodo 12.3-12, os preparativos
teriam início aos dez do mês com a escolha de um cordeiro, ou cabrito, para
cada família. A família, sendo pequena poderia então convidar o vizinho. O
cordeiro, que seria guardado até ao décimo quarto dia, deveria ser de um ano e
sem defeito. No final do décimo quarto dia era imolado. O sangue era posto
sobre as ombreiras e vergas das portas das casas judaicas. O cordeiro deveria
ser comido assado e com pães asmos e ervas amargas. O resto que sobrasse
deveria ser queimado. Os participantes da Páscoa deveriam ter os lombos
cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Era a Páscoa do Senhor.
II -
A CELEBRAÇÃO DA ÚLTIMA CEIA
1. A
preparação. Ao responder à pergunta dos discípulos sobre onde se
daria os preparativos da Páscoa, Jesus encaminha-os a um homem com um cântaro
de água (Lc 22.10). Lucas deixa claro que Cristo, como filho de Deus e
capacitado pelo Espírito Santo, possuía conhecimento prévio dos fatos. O
expositor bíblico Anthony Lee Ash, observa que o homem com um cântaro de água
seria facilmente notado, pois esse era um trabalho de mulher. Os hospedeiros
costumavam oferecer suas casas durante a festa, em troca das peles de animais e
utensílios usados para a refeição. O preparo da Páscoa incluiria a busca de
fermento na casa e o preparo dos vários elementos da refeição.
2. A
celebração e substituição. Jesus possuía consciência de que a sua
morte na cruz se aproximava e que Ele era o Cordeiro de Deus do qual o cordeiro
da Páscoa era apenas um tipo (Jo 1.29). Com certeza milhares de cordeiros foram
sacrificados em Jerusalém nessa data, mas somente Jesus era o "Cordeiro de
Deus que tiraria o pecado do mundo" (Jo 1.29). Se a Páscoa judaica marcou
a libertação do sofrimento do cativeiro egípcio, agora Jesus, através do seu
sofrimento, libertaria a humanidade da escravidão do pecado. Pedro e João fazem
os preparativos exigidos sobre a última Páscoa (Lc 22.7-20) e é durante a
celebração da última Páscoa que Jesus instituiu a Ceia do Senhor (Lc 22.19,20).
No contexto da Nova Aliança a Ceia do Senhor substituiu a Páscoa judaica (1 Co
11.20,23).
III
- OS ELEMENTOS DA ÚLTIMA CEIA
1. O
vinho. O terceiro Evangelho faz referência ao uso do cálice por
duas vezes, a primeira delas antes de mencionar o pão (Lc 22.17,20). Mas essa
reversão da ordem dos elementos não modifica em nada o significado da
Ceia. Nesse particular, a liturgia
cristã segue o modelo dos outros evangelistas e de Paulo, onde o uso do vinho é
precedido pelo pão (Mc 14.22-26; Mt 26.26-30; 1 Co 11.23-25).
Tomando o cálice, Jesus falou:
"Este cálice é o Novo Testamento no meu sangue, que é derramado por
vós" (Lc 22.20). O sentido desse texto é que o vinho é um símbolo da Nova
Aliança que foi selada com o sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus (Êx 12.6,7,13;
24.8; Zc 9.11; Is 53.12).
2. O
pão.
Após tomar o pão, dar graças e partir, Jesus disse: "Isto é o meu corpo,
que por vós é dado; fazei isso em memória de mim" (Lc 22.19). Jesus usa a
expressão: "isto é o meu corpo" com sentido metafórico, da mesma
forma que Ele disse: "Eu sou a porta" (Jo 10.9). O pão era um símbolo
do corpo de Jesus da mesma forma que o vinho era do seu sangue. A palavra
"oferecido" traduz o verbo grego didomi, que também possui o sentido
de entregar. Esse mesmo verbo é usado nos textos de Isaías 53.6,10,12, onde há
uma clara referência a um sacrifício (cf. Êx 30.14; Lv 22.14). O corpo de Jesus
seria oferecido vicariamente em favor dos pecadores.
CONCLUSÃO
Participar da Ceia do Senhor é um
privilégio do qual todo cristão deve se alegrar. Não se trata de um ritual
vazio, mas de uma celebração carregada de significado, porque aponta para o
sacrifício do calvário. A Ceia celebra a vitória de Cristo, o Cordeiro de Deus,
sobre o pecado e suas consequências.
Ao participarmos da Ceia, devemos manter
uma atitude de eterna gratidão ao Senhor por nos haver dado vida quando nos
encontrávamos mortos em nossos delitos. Assim como os antigos judeus não
deveriam celebrá-la com fermento em seus lares, da mesma forma não devemos
comemorar a Ceia com o velho fermento do pecado. Celebremos a Ceia com os asmos
da sinceridade.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. JESUS, O HOMEM PERFEITO, O Evangelho
de Lucas, o médico amado. Lição 11 – A última ceia. I – Antecedentes
históricos da última ceia. 1. A instituição da páscoa judaica. 2. O ritual da
páscoa judaica. II – A celebração da última ceia. 1. Preparação. 2. A
celebração e substituição. III – Os elementos da última ceia. 1. O vinho. 2. O
pão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2015.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Assembleia de
Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número
do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 – 81264038
(Tim), pregação e ensino.
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