LIÇÃO
12 - NÃO COBIÇARÁS
TEXTO
ÁUREO
"De ninguém cobicei a prata, nem o
ouro, nem a veste." (At 20.33)
VERDADE
PRÁTICA
A cobiça é a raiz da qual surge todo
pecado contra o próximo, tanto em pensamento como na prática.
INTRODUÇÃO
O décimo mandamento envolve atos e sentimentos.
O sétimo mandamento proíbe o adultério,
e aqui Deus proíbe o desejo de adulterar. O Senhor Jesus foi direto ao ponto:
"qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu
adultério com ela" (Mt 5.28). O último mandamento protege o ser humano de
ambições erradas. A cobiça infecta pobres e ricos nas suas mais diversas
formas.
I -
O DÉCIMO MANDAMENTO
1.
Abrangência. O tema diz respeito à proibição da
concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida (Gn
3.6; 1 Jo 2.16). Isso envolve muitos tipos de pecado como sensualidade,
luxúria, busca desenfreada por possessões ilícitas, obsessão pelo poder,
ostentação esnobe e orgulho. Esse mal continua no gênero humano desde a sua
queda até a atualidade.
2.
Objetivo. O propósito divino é estabelecer limites à vontade
humana, para que haja respeito mútuo entre as pessoas e seus bens. Muitos
outros vícios acompanham a cobiça, como lascívia, concupiscência, inveja e
avareza, entre outros (Gl 5.20,21; Tg 4.2). Não pode haver paz num contexto
como esse. É necessário que cada pessoa se controle para viver uma vida
virtuosa, e isso é fundamental na construção de uma sociedade justa e feliz.
Melhor é o que domina seu espírito do que o que toma uma cidade (Pv 16.32). Nós
levamos vantagem por termos Jesus e o Espírito Santo (Gl 2.20; 5.5).
3.
Contexto. Há algumas variações entre os dois textos (Êx 20.17; Dt
5.21). A ordem das cláusulas está invertida. Em Deuteronômio, aparece um
sinônimo do verbo "cobiçar" e acrescenta-se a palavra
"campo". Isso mostra que o formato de Êxodo está adaptado ao estilo
nômade de vida de Israel no deserto, ao passo que Deuteronômio é o modelo para
o país prestes a ser estabelecido na terra de Canaã.
4.
Esclarecimento. Os católicos romanos e os luteranos dividem
em dois o décimo mandamento: "Não cobiçarás a casa do teu próximo",
um; e "Não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Êx 20.17), dois.
Enquanto essas sentenças são lidas como mandamentos distintos, eles consideram
"Não terás outros deuses [...]" e "Não farás para ti imagem de
escultura [...]" como um único mandamento. Na soma permanecem os dez
mandamentos. Ambos mantiveram a tradição catequética medieval desde Agostinho
de Hipona. Nós seguimos o sistema das igrejas reformadas, que vem dos judeus e
é anterior a tudo isso (cf. Flávio Josefo. História dos Hebreus. Edição CPAD,
pp.165-66).
II -
COBIÇA
1.
Significado. O verbo hebraico hamad indica o ato de
desejar aquilo que é gerado pela emoção, que começa com a impressão visual pela
coisa ou pessoa desejada. Tudo isso se resume a "desejar, tentar adquirir,
almejar, cobiçar". O termo é usado para "encontrar prazer em" (Is
1.29; 53.2). Hamad aparece duas vezes aqui no décimo mandamento (Êx 20.17). A
Septuaginta traduz pelo verbo epithymeo, literalmente, "fixar desejo
sobre"; de epi, "sobre", e thymos, "paixão, ira". O
termo em ambas as línguas pode se referir a coisa boa ou coisa má, dependendo
do contexto (Mt 5.28; 13.17).
2.
Cobiçar. Desejar o que pertence a outro é o pecado que o décimo
mandamento condena. O Novo Testamento menciona esse último mandamento do
Decálogo (Rm 7.7; 13.9). Trata-se de cobiçar a casa do outro, a mulher do
próximo e em seguida o mandamento inclui servo e serva, boi e jumento, e
termina com as palavras "nem coisa alguma do teu próximo". A cobiça é
o desejo excessivo de possuir aquilo que pertence ao outro. A descrição deixa
claro que não se trata de simplesmente almejar uma casa ou um boi, mas de
desejos incontroláveis de possuir a casa e o boi que já tem dono, e isso por
meio ilícito (At 20.33; 1 Co 10.6; Tg 4.2). É o mesmo que roubar (Mq 2.2).
3. O
texto paralelo. Como ficou dito antes, o décimo mandamento
em Deuteronômio não segue rigorosamente o registro de Êxodo. Mas isso não
altera o sentido da mensagem. O segundo verbo empregado para
"cobiçar" é awah, que significa "desejar ardentemente, ansiar,
almejar, cobiçar". Aparece ao lado de hamad (Gn 3.6) e, como termo
alternativo, em "não cobiçarás a mulher do teu próximo" (Dt 5.21). A
Septuaginta traduz os dois verbos igualmente por epithymeo.
III
- A VINHA DE NABOTE
1.
Proposta recusada. O relato bíblico do confisco criminoso da
vinha de Nabote é um dos mais chocantes da Bíblia e serve como amostra do que a
cobiça é capaz de fazer. A vinha de Nabote era uma propriedade vizinha ao
palácio do rei Acabe, em Samaria. O rei apresentou uma proposta de compra ou
troca aparentemente justa. Mas Nabote recusou a oferta do rei: "Guarde-me
o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais" (vv. 1-3). Havia nessa
recusa uma questão familiar, cultural e religiosa. A propriedade era um bem
sagrado que não se transferia definitivamente para outra família (Lv 25.23-25;
Nm 36.7).
2. O
direito de propriedade. O rei ficou "desgostoso e
indignado [...] deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão"
(v. 4). O rei Acabe adoeceu, pois a cobiça por algo que não lhe pertencia o
havia dominado. A Bíblia diz que a medida da impiedade de Acabe se completou
quando ele se casou com Jezabel, uma princesa fenícia de origem pagã, devota de
Baal. Ela era filha de Etbaal, rei de Sidom (1 Rs 16.29-32). Jezabel não
respeitava o sagrado direito de propriedade estabelecido por Deus na lei de Moisés.
Ela não hesitou em elaborar um plano criminoso para condenar Nabote à morte e
confiscar sua vinha (vv.9,10).
3. O
pecado de Acabe e Jezabel. O plano de Jezabel funcionou com a
conivência do marido. Envolveu a elite da sociedade e a corte palaciana, o que
por si só mostra que a sociedade de Samaria estava completamente dominada, pois
o texto menciona "anciãos e nobres" corrompendo falsas testemunhas (1
Rs 21.8-10). A acusação foi a seguinte: "Blasfemaste contra Deus e contra
o rei" (v.10). Agora, Nabote devia ser "legalmente" apedrejado
até a morte por ter se recusado a negociar sua propriedade com o rei. As duas
testemunhas davam consistência legal ao processo (Lv 24.10-16; Dt 17.6).
4. O
casal não contava com uma testemunha verdadeira.
Estava tudo acabado e benfeito social e juridicamente. Ao saber da notícia,
Acabe ficou curado de sua enfermidade e foi tomar posse da vinha de Nabote (vv.
15, 16). Eles violaram o sexto mandamento, "não matarás"; o oitavo,
"não furtarás"; o nono, "não dirás falso testemunho contra o teu
próximo"; e o décimo, "não cobiçarás" (Dt 5.17, 19-21). Isso sem
contar os três primeiros mandamentos que já vinham violando, com sua idolatria,
desde o princípio. Mas Acabe e Jezabel não contavam com uma testemunha que
sabia de tudo e tinha autoridade para se vingar dessas barbaridades (1 Rs
21.17-19).
CONCLUSÃO
O triste episódio de Acabe se repete ao
longo da história. Que Deus nos livre de todas essas maldades. A lei não proíbe
o desejo em si, mas o desejo daquilo que pertence a outro. Não é pecado desejar
bens e conforto, as coisas boas de que necessitamos na vida. Na verdade, viver
é desejar. Desejar uma casa é mais natural do que respirar, mas para isso é
necessário trabalhar e fazer economias até conseguir a realização do seu desejo
com ajuda de Deus.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. OS DEZ MANDAMENTOS, Valores divinos para uma sociedade em
constante mudança. Lição 12 – Não cobiçarás. I – O décimo mandamento. 1.
Abrangência. 2. Objetivo. 3. Contexto. 4. Esclarecimento. II – O cobiça. 1. Significado.
2. Cobiça. 3. O texto paralelo. III – A vinha de Nabote. 1. Proposta recusada. 2.
O direito de propriedade. 3. O pecado de Acabe e Jezabel. 4. O casal não contava
com uma testemunha verdadeira. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre
de 2015.
Elaboração
dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
A felicidade de poder compartilhar a Palavra e as maravilhas de Deus com todos é imensurável.
ResponderExcluirA sabedoria e o conhecimento da verdade estão somente em Deus, quando aceitamos isto nossa vida é realmente transformada.
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