LIÇÃO
08 - ISRAEL NO PLANO DA REDENÇÃO
TEXTO
ÁUREO
"Porque dele, e por ele, e para ele
são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!" (Rm 11.36)
VERDADE
PRÁTICA
A eleição da graça é formada no presente
por gentios e judeus nascidos de novo, bem como, no futuro, pela conversão da
nação de Israel.
INTRODUÇÃO
Paulo discorreu a respeito da Doutrina
da Salvação nos capítulos 1 a 8 da Epístola aos Romanos. Veremos nesta lição
que nos capítulos 9, 10 e 11, ele abre um parêntese para tratar a respeito da
"sorte de Israel" no plano da salvação. Aprendemos com estes
capítulos que Deus tem um plano especial para com Israel e que a rejeição deles
é apenas temporária até se cumprir a plenitude dos gentios, quando todo o
Israel será salvo.
I -
A ELEIÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO DA REDENÇÃO (Rm 9.1-29)
1. O
anseio de Paulo e a incredulidade de Israel. O apóstolo deixa
explícito a elevada estima que possuía por seus compatriotas. Ele abre o seu
coração para expressar seus sentimentos em relação ao seu povo (Rm 9.1-5). Ele
desejava que todos, assim como ele, entendessem o plano perfeito da salvação
revelado em Jesus Cristo. Esse desejo de Paulo se intensifica quando ele lembra
os crentes romanos de que aos judeus foi dada a adoção, a glória, os pactos, a
Lei, o culto e as promessas. Paulo também os faz recordar que deles (dos
judeus) também descendem os patriarcas e o próprio Cristo! Mas, apesar de todas
essas bênçãos, o entendimento do povo judeu continuava, e continua, endurecido.
2.
Os eleitos e as promessas de Deus. O argumento de Paulo em
Romanos 9.6-13 revela que as promessas de Deus relativas à nação de Israel não
falharam, mesmo que a maioria deles as tenha rejeitado. As promessas terão seu
fiel cumprimento através dos judeus remanescentes, dos gentios que abraçaram a
fé e do Israel que será restaurado no futuro. Essa porção das Escrituras é uma
das mais debatidas entre os teólogos. As posições se polarizam quando o debate
é entre determinismo e livre-escolha. Todavia, Paulo não está se referindo a
eleição individual, mas coletiva. O exemplo dos irmãos Jacó e Esaú, dado para
ilustrar o argumento do apóstolo, deixa isso evidente (Rm 9.10-13). A citação
que Paulo faz de Jacó e Esaú, nesse texto, é tirada do livro do profeta Malaquias
1.2-4. Basta uma olhada nessas passagens para ver que o profeta não estava se
referindo às pessoas ou aos indivíduos "Jacó" e "Esaú", que
nessa época já haviam morrido há muito tempo, mas a grupos ou povos. Isso é
demonstrado em Malaquias 1.4, onde Esaú é identificado com Edom, um povo e não
um indivíduo. Fica, portanto, evidente à luz desse contexto que a predestinação
é corporativa, isto é, de um grupo, povo, ou nação, e não de pessoas.
3.
Eleição, justiça e soberania de Deus. Nos versículos 14 a 29, do
mesmo capítulo nove, Paulo responde as indagações sobre a justiça de Deus e sua
soberania. Deus não poderia ser acusado de ter sido injusto com Israel por eles
se acharem no estado em que se encontravam. Paulo toma Faraó para exemplificar
sua argumentação. O apóstolo afirma que o endurecimento do coração de Faraó
ocorreu quando este resistiu à vontade de Deus (Êx 7.14, 22; 8.15,32; 9.7). Da
mesma forma, Israel foi endurecido porque não aceitou a justificação que lhe
foi dada através de Jesus Cristo. O exemplo extraído da metáfora do vaso do
oleiro serve para fundamentar mais ainda a argumentação em favor da justiça e
da misericórdia de Deus. O argumento determinista que vê os "vasos de
ira" e "vasos de misericórdia", como sendo uma referência aos
salvos e condenados, cai diante da exposição do próprio texto. Deus suportou os
vasos da ira e eles se tornaram, por si mesmos, objetos da ira de Deus; mas os
vasos de misericórdia participarão da glória de Deus, através da fé, pela graça
de Deus, e não como resultado das suas próprias obras.
II -
O TROPEÇO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO DA REDENÇÃO (Rm 9.30 - 10.21)
1.
Tropeçaram em Cristo. Partindo do princípio de que a igreja de
Roma era formada em sua maioria por gentios, a parte judaica teria dificuldade
de entender porque os gentios haviam sido aceitos por Deus enquanto a maioria
dos judeus não. Paulo argumenta que o tropeço de Israel se deve ao fato de não
terem crido em Jesus, o Messias prometido (Rm 9.30-33). O que deveria ser
solução para eles tornou-se em tropeço. Por outro lado, os gentios, ao crerem
na graça de Deus, foram justificados, visto que a sua justificação veio em
decorrência da fé e não dos seus méritos.
2.
Tropeçaram na lei. Nesse ponto, o apóstolo realça algo que ele
já vinha argumentando desde o capítulo 3. Os judeus, ao buscarem a sua justiça
própria através da Lei, acabaram por rejeitar a justiça de Deus que vem através
de Jesus Cristo (Rm 10.1-4). Querer agradar a Deus, seguindo os preceitos da
Lei, era andar na direção errada, visto que Cristo é o fim da lei (Rm 10.4).
3.
Tropeçaram na Palavra. O evangelho de João já havia mostrado que
Jesus veio para o que era seu, mas que os seus não o receberam (Jo 1.12). Aqui
Paulo mostrará que a rejeição de Israel aconteceu, não por falta de aviso, mas
porque não quis ouvir aquilo que Deus havia planejado para ele. Endureceram
seus corações e tropeçaram na Palavra (Rm 10.14-21). Por outro lado, os gentios
responderam positivamente a essa mesma Palavra e, por isso, foram aceitos.
I
III
- A RESTAURAÇÃO DE ISRAEL DENTRO DO PLANO DA REDENÇÃO (Rm 11.1-32)
1.
Israel e o remanescente. Os teólogos chamam a atenção para a
importância que a doutrina de um "remanescente" possui dentro da
cultura judaica (Rm 11.1-10). De fato, os profetas que se levantaram contra a
apostasia e o formalismo religioso acreditavam que Deus tinha uma reserva
formada por aqueles que eram fiéis (Am 2.12; 5.3; Is 1.9; 6.9-13; Sf 3.12,13;
Jr 23.3). Em Romanos 11.1-10, Paulo, que se considerava um dos remanescentes,
cita o exemplo de Elias. Para Paulo, da mesma forma que Elias se manteve fiel
no meio do Israel apóstata, assim também havia um remanescente que se mantinha
fiel através de Jesus Cristo.
2.
Israel e o enxerto gentílico. Israel não conseguira
entender que o plano de Deus para a salvação incluía também os gentios (Is
9.6). Tropeçaram ao não aceitarem a justiça de Deus manifestada em Jesus
Cristo. Foi graças a esse tropeço, argumenta Paulo, que os gentios entraram
como um enxerto no plano da salvação. Os gentios, portanto, não deviam assumir
uma posição de orgulho, mas de temor. Eles não eram os ramos naturais, mas
faziam parte da "oliveira brava" (Rm 11.11-24). Se Deus não havia
poupado os ramos naturais, muito menos pouparia os ramos enxertados.
3.
Israel e a restauração futura (11.25-32). Embora Paulo se
entristecesse com a situação espiritual de seus compatriotas judeus, a sua
posição em relação a eles é de esperança e não de desespero (Rm 11.25-32).
Paulo estava convencido de que no futuro Israel será salvo. Para ele, isso terá
seu cumprimento quando se completar a "plenitude dos gentios". A
rejeição dos judeus trouxe a justificação ao mundo gentílico. Quando Deus
cumprir seu propósito para com os gentios cumprirá também suas promessas de
restauração para todo o Israel.
CONCLUSÃO
Como vimos, os capítulos 9 a 11 de
Romanos demonstram a soberania de Deus na história da redenção. Revela que o
propósito de Deus concernente à eleição jamais poderá ser frustrado. Diante
disso, a atitude deve ser de temor, não de jactância. A história de Israel, seu
antigo povo, bem como a inclusão dos gentios no plano da salvação, mostra que
Deus respeita as escolhas, mesmo que estas se revelem danosas para aquele que
as fez. Em todo caso, o arrependimento e a fé são os caminhos que darão acesso
ao portão da graça de Deus.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. MARAVILHOSA GRAÇA, O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Lição 08
– Israel no Plano da Redenção. I – A eleição de Israel dentro do plano da
redenção. 1. O anseio de Paulo e a incredulidade de Israel. 2. Os eleitos e as
promessas de Deus. 3. Eleição, justiça e soberania de Deus. II – O tropeço de
Israel dentro do Plano da Redenção. 1. Tropeçaram em Cristo. 2. Tropeçaram na
lei. 3. Tropeçaram na Palavra. III – A restauração de Israel dentro do Plano da
Redenção. 1. Israel e o remanescente. 2. Israel e o enxerto gentílico. 3. Israel
e a restauração futura. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2016.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 –
81264038 (Tim), pregação e ensino.
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