LIÇÃO
05 - A MARAVILHOSA GRAÇA
TEXTO
ÁUREO
"Porque o pecado não terá domínio
sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça." (Rm
6.14)
VERDADE
PRÁTICA
Cristo Jesus é a graça divina
manifestada em forma humana
INTRODUÇÃO
O capítulo cinco da Epístola aos Romanos
mostra o triunfo da graça sobre o pecado. Paulo já havia falado a respeito da
justificação, mas o que significava isso na prática? Que implicações teria na
vida dos crentes? O apóstolo não procurou filosofar a respeito da origem do
pecado e suas consequências. Ele buscou mostrar, de forma clara, como Deus
resolveu essa questão. A graça de Deus nos justificou, abolindo o domínio do
pecado e fazendo-nos viver livres em Cristo.
I -
OS INIMIGOS DA GRAÇA
1.
Antinomismo. Paulo percebeu que a sua argumentação a
respeito da graça poderia gerar um mal-entendido. Por isso, tratou logo de
esclarecer o seu pensamento a respeito do assunto. Usando o método de diatribe,
ele dialoga com um interlocutor imaginário, procurando explicar de forma clara
o seu argumento. Paulo já havia dito que onde o pecado abundou, superabundou a
graça (Rm 5.20). Tal argumento seria uma afirmação ao estilo dos antinomistas,
pois estes acreditavam que podemos viver sem regras ou princípios morais.
2.
Paulo não aceita e não confirma o antinomismo. No antimonismo não
há normas. Os que erroneamente aceitavam tal pensamento acreditavam que quanto
mais pecarmos mais graça receberemos. Em outras palavras, a graça não impõe
limite algum. Antevendo esse entendimento equivocado, o apóstolo pergunta:
"Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais
abundante?" (Rm 6.1). A resposta é não! A graça não deve servir de
desculpa para o pecado.
Infelizmente, o antinomismo tem ganhado
força em nossa sociedade, passando a ser socialmente aceito até mesmo dentro
das igrejas evangélicas. Esta é uma doutrina venenosa, que erroneamente faz com
que a graça de Deus pareça validar todo tipo de comportamento contrário à
Palavra de Deus. Em geral, tal pensamento vem "vestido" de uma
roupagem espiritual, porém o antinomista costuma ser relativista quando se
utiliza da expressão "não tem nada a ver".
3.
Legalismo. Em Romanos 6.15, o apóstolo tem em mente o judeu
legalista, quando pergunta: "Pois quê? Pecaremos porque não estamos
debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum!" A doutrina da
justificação pela fé, independentemente das obras da lei, levaria o legalista a
argumentar que Paulo estaria ensinado que, em virtude de não estarmos mais
debaixo da lei, então não há mais obrigação alguma com o viver santo. Nesse
caso, não haveria mais nenhuma barreira de contenção contra o pecado. Na mente
do legalista, somente a lei de Moisés era o instrumento adequado para agradar a
Deus. Isso justifica as dezenas, e às vezes, centenas de preceitos que o
judaísmo associou com o Decálogo. Os legalistas criaram como desdobramento da
lei 613 preceitos. A teologia de Paulo irá ensinar que mesmo não estando mais
debaixo da lei, o cristão não ficou sem parâmetros espirituais. Pelo contrário,
agora que ele tem a vida de Jesus Cristo dentro de si, está capacitado a
agradar a Deus, mesmo sem se submeter à letra da Lei de Moisés.
II -
A VITÓRIA DA GRAÇA
1. A
graça destrói o domínio do pecado. Para Paulo, o pecado era
como um tirano impiedoso que não poupava seus súditos. Ele reinou desde que
entrou no mundo e seu domínio parecia não ser ameaçado. O pecado dominou os que
não estavam debaixo da Lei e dominou também os que estavam sob sua égide. Não havia
escapatória. Por causa do "velho homem", uma expressão que para Paulo
é sinônimo de natureza caída e pecaminosa, que esse iníquo tirano conseguia
reinar. Como se libertar, então, desse tirano? Paulo mostra que a solução de
Deus foi aquilo que lhe servia de base de sustentação, o corpo do pecado:
"Sabendo isto: que o nosso velho
homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja
desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado" (Rm 6.6). O
"corpo do pecado" significa mais do que simplesmente o corpo físico,
mas o corpo como algo que instrumentaliza o pecado e que precisava ser
destruído. A palavra grega katargeo, traduzida em Romanos 6.6 como destruído,
possui o sentido de destronado ou tornado inoperante. Foi, portanto, através da
cruz de Cristo que esse tirano foi destronado e teve seu domínio desfeito. A
graça de Deus triunfou sobre o pecado. Glória a Deus pelo seu dom inefável (1
Co 9.15).
2. A
graça destrói o reinado da morte. O apóstolo mostra que o
reinado do pecado e seu domínio caracterizaram-se pela morte. "Porque
o salário do pecado é a morte, mas o dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm
6.23). Não há lugar nesse mundo onde não se sinta as consequências do pecado.
3. A
graça e os efeitos do pecado. Os efeitos do pecado podem
ser vistos por toda parte. Podemos vê-los nas catástrofes naturais, nas
guerras, homicídios, estupros e abortos. O pecado traz a marca da morte. Tanto
a morte física, como a morte espiritual, o afastamento de Deus, são consequências
do pecado. Nada podia destruir esse domínio tenebroso do pecado e fazer parar
seus efeitos. Todavia, Paulo mostra que a Graça de Deus invadiu o domínio do
pecado e destruiu seu principal trunfo - o poder sobre a morte. A graça de
Deus, presente na ressurreição do Senhor Jesus, destruiu o poder sobre a morte
física e essa mesma graça, quando nos reconcilia com Deus, destrói o poder da
morte espiritual.
III
- OS FRUTOS DA GRAÇA
1. A
graça liberta. A graça é libertadora (Rm 6.14) e produz
frutos para a nossa santificação: "Mas, agora, libertados do pecado e
feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação, e por fim a vida
eterna" (Rm 6.22). Somente a graça seria capaz de desfazer o domínio do
pecado. A Bíblia afirma que quem comete pecado é escravo do pecado (Jo 8.34). E
mais, o escravo não possuía domínio sobre o seu arbítrio. Essa situação mudou
quando a graça, revelada na pessoa de Jesus Cristo, entrou na história e desfez
o domínio do pecado. Paulo afirmou que o "pecado não terá domínio sobre
nós". Somos livres em Cristo. Essa liberdade é uma realidade na vida do
crente: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou e
não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão" (Gl 5.1).
2.
Exigências da graça. A graça liberta, mas ao mesmo tempo tem
suas exigências. Isso fica claro pelo uso dos termos considerar (6.11), que no
original (logizomai) significa reconhecer, tomar consciência: "Assim
também vós considerai-vos como mortos
para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm
6.11). Em Romanos 6.13 a palavra "apresentar" (gr. paristemi),
significa colocar-se à disposição de alguém: "Nem tampouco apresenteis os
vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre
mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça" (Rm
6.13).
3. A
graça santifica. Paulo revela que um dos efeitos imediatos
da graça é a justificação e o outro é a santificação: "Mas, agora,
libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso fruto para
santificação, e por fim a vida eterna" (Rm 6.22). A palavra
"santificação", que traduz o grego hagiasmos mantem o sentido de
"separação". A graça nos libertou e nos separou para Deus. A
santificação aparece aqui nesse texto como um fruto da graça. No ensino de
Paulo a santificação ocorre em dois estágios. Primeiramente somos santificados
em Cristo quando o confessamos como Salvador de nossas vidas. Na teologia
bíblica isso é conhecido como santificação posicional. Por outro lado, não
podemos nos acomodar, mas procurar a cada dia nos santificar, isto é, nos
separar para Deus. Essa é a graça progressiva, aquilo que existe como um
processo na vida do crente.
CONCLUSÃO
Vimos nesta lição quem são os inimigos
da graça, conhecemos a vitória da graça e os seus frutos. Tudo que temos e tudo
que somos só foram possíveis pela graça de Deus. Essa graça é que trouxe
salvação. "Porque a graça salvadora de Deus se há manifestado a todos os
homens". Que venhamos viver segundo a recomendação de Tito, renunciando à
impiedade e vivendo neste presente século de forma sóbria, justa e piamente (Tt
2.11,12).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. MARAVILHOSA GRAÇA, O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Lição 05
– A maravilhosa graça. I – Os inimigos da graça. 1. Antinomismo. 2. Paulo não
aceita e não confirma o antinomismo. 3. Legalismo. II – A vitória da Graça. 1. A
Graça destrói o domínio do pecado. 2. A Graça destrói o reinado da morte. 3. A
graça e os efeitos do pecado. III – Os frutos da graça. 1. A graça liberta. 2. Exigências
da Graça. 3. A Graça santifica. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre
de 2016.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 –
81264038 (Tim), pregação e ensino.
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