LIÇÃO
02 – O PADRÃO DA LEI MORAL
TEXTO
ÁUREO
"Então, vos anunciou ele o seu
concerto, que vos prescreveu, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas
de pedra." (Dt 4.13)
VERDADE
PRÁTICA
As chamadas "lei moral",
"lei cerimonial" e "lei civil" são, na verdade, três partes
de uma mesma lei que o Senhor Jesus já cumpriu na sua totalidade.
INTRODUÇÃO
Desde o princípio do mundo todos sabem
que é imoral matar, adulterar, furtar, dizer falso testemunho, desonrar pai e
mãe, pois Deus colocou a sua lei no coração e na mente de todos os seres
humanos desde o início (Rm 1.19,20). Eram princípios éticos, e não um código de
lei. As dez proposições agora foram colocadas em forma de lei, como código, e
entregues a Israel por intermédio de Moisés
I -
AS TÁBUAS DA LEI
1.
Formato. Era um jogo de duas tábuas com quatro faces. Não é
possível saber qual era seu tamanho. A arca do concerto media um metro e dez
centímetros de comprimento por 66 cm de largura e 66 cm de altura (Êx 25.10,
NTLH). Cada uma dessas tábuas não devia passar de 75 cm x 55 cm x 55 cm,
considerando que elas foram colocadas na arca juntamente com a vara de Arão,
que floresceu, e um vaso com o maná (Hb 9.4). Contém 172 palavras. Um homem
podia transportá-las tranquilamente.
2. A
divisão das tábuas. Em nenhum lugar a Bíblia diz quantos e
quais eram os mandamentos em cada uma dessas tábuas. Escritores antigos, judeus
e cristãos, como o pensador judeu Fílon de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.), o
historiador judeu Flávio Josefo (37 - 100) e um dos pais da igreja, Irineu de
Lião (125-202), dentre outros, diziam haver cinco mandamentos em cada tábua.
Segundo Calvino, eram quatro e seis, e não cinco e cinco. Esta nova
interpretação tem encontrado eco nos tempos modernos.
3. A
rebelião. Ao fim de quarenta dias, Moisés desce do monte com as
tábuas da lei (Dt 9.11). Nessa ocasião Israel havia se corrompido com o bezerro
de ouro* (Êx 32.7-9). Ainda muito cedo na história, vemos como a natureza
humana é inclinada ao pecado. Onde está o compromisso do povo quando declarou
na cerimônia do concerto: "Tudo o que o SENHOR tem falado faremos e
obedeceremos" (Êx 24.7)?
4.
Deus renova o concerto. A revelação do Sinai prosseguiu após
ser interrompida por causa da rebelião do bezerro de ouro. Nessa ocasião, as
tábuas do concerto foram quebradas (Êx 32.15-19). Mas Deus perdoou o povo, e o
concerto foi renovado (Êx 34.10,27).
II -
OS DEZ MANDAMENTOS
1.
Origem do termo. A expressão "dez mandamentos", em
hebraico asseret hadevarim, significa literalmente "as dez palavras"
e só aparece três vezes na Bíblia (Êx 34.28; Dt 4.13; 10.4). A Septuaginta
traduziu por dekalogos, "decálogo", a partir de dois termos gregos:
deka, "dez", e logos, "palavra". O sentido de
"palavra" nesses idiomas é amplo e indica "discurso,
pronunciamento, proposição". O termo hebraico específico para
"mandamento" é mitsvah, usado também em referência aos Dez
Mandamentos (Êx 24.12). A Septuaginta utiliza o termo entolé, a mesma palavra
usada no Novo Testamento (Mt 19.17-19).
2. Classificação. As
autoridades religiosas de Israel sempre classificaram os Dez Mandamentos em
dois grupos: teológico e ético; vertical e horizontal; relação do ser humano
com Deus e com o próximo. Os primeiros mandamentos são teológicos e se resumem
no primeiro e grande mandamento (Dt 6.5; Mt 22.37,38; Mc 12.30; Lc 10.27). Os
da segunda tábua são éticos, e consistem em amar o próximo como a si mesmo (Lv
19.18; Mt 22.39; Mc 12.31).
3.
Forma. A forma dos Dez Mandamentos é geralmente chamada de
categórica ou absoluta. É uma das formas de lei que apresenta um estilo sóbrio
e de estrutura rítmica, assonante, paralela e poética. Isso facilita a
memorização e é apropriado para a leitura litúrgica e em grandes eventos
religiosos (Dt 31.11). As proibições são sem concessão; não admitem exceção.
Aqui temos oito proibições absolutas com a negação hebraica, lo,
"não", forma incondicional, em tempo verbal que nas línguas
ocidentais é chamado de "futuro". Os outros dois mandamentos dados a
Israel são positivos: guardar o sábado e honrar pai e mãe (Êx 20.8-12; Dt
5.12-16).
III
- A QUESTÃO DOS PRECEITOS DA LEI
1.
Uma só lei. Há uma corrente de interpretação que ensina ser o
Decálogo a lei moral, enquanto a parte da legislação mosaica que trata das
cerimônias de sacrifícios e festas religiosas, entre outras, é chamada de lei
cerimonial. Esse pensamento nos parece inconsistente, pois não é ensino bíblico
nem os judeus jamais dividiram sua lei em moral e cerimonial. Ao longo da
história, eles observaram o sábado e a circuncisão com o mesmo cuidado. Jesus
disse que a circuncisão está acima do sábado (Jo 7.22,23).
2. A
lei do Senhor e a lei de Moisés. O que de fato existem são
preceitos morais, cerimoniais e civis, mas a lei é uma só. É chamada de lei do
Senhor porque veio de Deus, e de lei de Moisés porque foi ele o mediador entre
Deus e Israel (Ne 10.29). Ambos os termos aparecem alternadamente na Bíblia (Ne
8.1,2,8,18; Lc 2.22,23). A cerimônia dos holocaustos, a circuncisão e o
preceito sobre o cuidado dos bois são igualmente reconhecidos como lei de
Moisés (2 Cr 23.18; 30.16; At 15.5; 1 Co 9.9).
3. A
lei de Deus. A lei de Deus é todo o Pentateuco; trata-se
de um livro, e não meramente das palavras escritas em tábuas de pedra (Js
24.26; Ne 8.8,18). Isso precisa ficar muito claro porque certos grupos
sectários argumentam: "Você guarda a lei de Deus?". Isso por causa do
sábado, e transmite a falsa ideia de que a lei de Deus se restringe aos Dez
Mandamentos. Se eles guardam a lei de Deus, precisam observar os seus 613 preceitos;
do contrário, estão sob a maldição (Gl 3.10).
IV -
A LEI A GRAÇA
1. A
transitoriedade da lei. O Senhor Jesus cumpriu toda a lei, os
preceitos morais, cerimoniais e civis (Mt 5.17,18). O apóstolo Paulo é muito
claro quando fala que “o ministério da morte, gravado com letras em pedras [...] era transitório” (2 Co
3.7,11). No entanto, a verdade moral contida no sistema mosaico, como disse o
teólogo Chafer, “foi restaurada sob a graça, mas adaptada à graça, e não à lei”.
Isso diz respeito a sua função e não compromete a sua autoridade como revelação
de Deus e parte das Escrituras divinamente inspiradas (2 Tm 3.16,17).
2. A
graça. O Senhor Jesus e
o apóstolo Paulo citaram Levítico 18.5 como meio hipotético de salvação pela
observância da lei (Mt 19.17; Gl 3.11). Mas ninguém jamais conseguiu cumprir
toda a lei, exceto Jesus. O mais excelente dos rabis de Israel só conseguiu
cumprir 230 pontos dos 613 preceitos da lei. A lei diz “faça e viva”, no
entanto, a graça diz “viva e faça”. Por esta razão os cristãos estão debaixo da
graça, e não da lei (Rm 6.14; Gl 3.23-25). A lei não tem domínio sobre nós (Rm
7.1-4).
3.
Os mandamentos de Cristo. Perguntaram a Jesus o que se deve
fazer para executar as obras de Deus. A resposta não foi guardar o sábado, nem
a lei e nem os Dez Mandamentos, mas exercer fé em Jesus (Jo 6.28,29). Essa
doutrina é ratificada mais adiante (1 Jo 3.23,24). Jesus falou diversas vezes
sobre o novo mandamento, a lei de Cristo, o amor operado pelo Espírito Santo na
vida cristã (Jo 13.34; 14.15, 21; 15.10). O Senhor Jesus não incluiu o sistema
mosaico na Grande Comissão. Ele disse para “guardar todas as coisas que eu vos
tenho mandado” (Mt 28.20). O mandamento de Cristo é a fé nEle, é a lei do amor
(Rm 13.10; Gl 5.14) e não a letra da lei. Quem ama a Cristo tem a lei do
Espírito em seu coração.
CONCLUSÃO
A tendência humana é se esforçar para
merecer a salvação, por isso ainda há aqueles que se ofendem com a mensagem de
que a salvação é pela fé em Jesus, sem as obras da lei (Gl 2.16). O que tais
pessoas querem é fazer do cristianismo um remendo de pano novo em veste velha
(Mt 9.16; Mc 2.21).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. OS DEZ MANDAMENTOS, Valores divinos para uma sociedade em
constante mudança. Lição 02 – O padrão da lei moral. I – As tábuas da lei. 1.
Formato. 2. A divisão das tábuas. 3. A rebelião. 4. Deus renova o concerto. II
– Os dez mandamentos. 1. Origem do termo. 2. Classificação. 3. Forma. III – A
questão dos preceitos da lei. 1. Uma só lei. 2. A lei do Senhor e a lei de
Moisés. 3. A lei de Deus. IV – A lei da Graça. 1. A transitoriedade da lei. 2. A
graça. 3. Os mandamentos de Cristo. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1°
Trimestre de 2015.
Elaboração
dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus
ResponderExcluirhttp://waldirmadruga.blogspot.com.br/2013/07/no-principio-era-o-verbo-e-o-verbo.html
http://waldirmadruga.blogspot.com.br/2013/07/no-principio-era-o-verbo-e-o-verbo.html
ResponderExcluirse nao ha duas leis, temos um problema. Jesus veio pra abolir a lei, segundo esse estudo, mas em Matheus 5:17 ele disse que nao. Moises escreveu a lei cerimonial, a lei de ordenacas e Jesus veio abolir essa lei, ja a Moral e eterna e pra sempre. temos uma lei temporal e com um proposito, e temos uma lei moral atemporal que e pra sempre.
ResponderExcluirleiam esse link e tenham conhecimento das mesmas
ResponderExcluirhttps://welesonfernandes.com.br/a-lei-moral-e-a-lei-cerimonial/