LIÇÃO
07 - JESUS - SUMO SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR
TEXTO
ÁUREO
"Porque
nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos
pecadores, e feito mais sublime do que os céus." (Hb 7.26)
VERDADE
PRÁTICA
Como
Sumo Sacerdote de outra ordem, a de Melquisedeque, Jesus possui um sacerdócio
imutável, perfeito e eterno.
Hebreus
7.1-19
1
- Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do Deus
Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança
dos reis, e o abençoou;
2
- a quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por
interpretação, rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
3
- sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de
vida, mas, sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para
sempre.
4
- Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os
dízimos dos despojos.
5
- E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a
lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham
descendido de Abraão.
6
- Mas aquele cuja genealogia não é contada entre eles tomou dízimos de Abraão e
abençoou o que tinha as promessas.
7
- Ora, sem contradição alguma, o menor é abençoado pelo maior.
8
- E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem
se testifica que vive.
9
- E, para assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou
dízimos.
10
- Porque ainda ele estava nos lombos de seu pai, quando Melquisedeque lhe saiu
ao encontro.
11
- De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico (porque sob ele o
povo recebeu a lei), que necessidade havia logo de que outro sacerdote se
levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não fosse chamado segundo a
ordem de Arão?
12
- Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da
lei.
13
- Porque aquele de quem essas coisas se
dizem pertence a outra tribo, da qual ninguém serviu ao altar,
14
- visto ser manifesto que nosso Senhor procedeu de Judá, e concernente a essa
tribo nunca Moisés falou de sacerdócio.
15
- E muito mais manifesto é ainda se, à semelhança de Melquisedeque, se levantar
outro sacerdote,
16
- que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude
da vida incorruptível.
17
- Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem
de Melquisedeque.
18
- Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua fraqueza e inutilidade
19
- (pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou), e desta sorte é introduzida uma
melhor esperança, pela qual chegamos a Deus.
INTRODUÇÃO
O
capítulo sete de Hebreus apresenta o sacerdócio de Jesus numa nova perspectiva
- Ele é sumo sacerdote segundo a Ordem de Melquisedeque (Sl
110.4 cf. Hb
7.17). O autor mostra
que a profecia do salmista, na qual revela um sacerdócio de outra ordem,
superior à de Arão e à levítica, teve seu fiel cumprimento em Jesus (Hb 7.13). Mas mesmo pertencendo à mesma ordem sacerdotal, o
autor sublinha a proeminência de Jesus sobre Melquisedeque quando afirma que
este "foi feito semelhante ao Filho de Deus" (Hb 7.3)
e não o contrário. O pensamento do autor é mais bem compreendido se observarmos
o sacerdócio de Jesus quanto aos aspectos de sua tipologia, de sua natureza e
de seus atributos. Há muitas especulações sobre a pessoa de Melquisedeque, mas
à luz do contexto bíblico é melhor vê-lo como uma pessoa histórica de natureza
tipológica. Melquisedeque, portanto, deve ser visto como um tipo que aponta
para Jesus Cristo. Nesse aspecto, o escrito sagrado mostra o sacerdócio de
Jesus como de natureza eterna, imutável e perfeita.
I
- QUANTO AO ASPECTO DE SUA TIPOLOGIA
1. Um sacerdócio com
realeza. O autor
sacro destaca que Melquisedeque era um sacerdote-rei. Como sacerdote, recebeu
dízimos de Abraão e como rei governava sobre Salém (Hb 7.2).
Embora os reis tivessem alguma participação no culto da Antiga Aliança (2 Sm 6.12-14; 1 Rs 3.4,15; 9.25),
todavia, a função sacerdotal levítica, de oferecer sacrifícios e representar o
povo diante de Deus, cabia somente aos sacerdotes (1 Sm 13.9,13; 2 Cr 26.16-18).
Eles não eram reis. A ordem do sacerdócio levítico não previa a existência de
um sacerdote-rei. A existência de um sacerdote-rei, portanto, no contexto
bíblico só poderia acontecer se este fosse de outra ordem. Jesus, que era da
tribo de Judá, é levantado por Deus como sumo sacerdote segundo essa nova
ordem, da qual Melquisedeque é o tipo (Sl 110.4).
2. Um sacerdócio firmado
na justiça. Mostrando
a tipologia sobre o sacerdócio de Melquisedeque, o autor destaca que este fora
"rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz" (Hb 7.2). A figura histórica de Melquisedeque como rei de
Salém aparece em Gênesis
14.18-20 no contexto
da guerra de cinco reis contra quatro no vale do Rei. O nome Melquisedeque,
cujo significado original era "Sedeque é rei", é interpretado pelo
autor de Hebreus como "rei de justiça" (Hb 7.2).
É fora de qualquer dúvida que Melquisedeque é um tipo de Jesus, que reinaria
com justiça e cujo reinado não teria fim (Is 32.1; Jr 23.5; Lc 1.33).
3. Um sacerdócio com
legitimidade divina.
O versículo três de Hebreus sete - "sem pai, sem mãe, sem genealogia"
-, deve ser visto como um contraste entre o sacerdócio levítico e o de
Melquisedeque. O sacerdócio levítico dependia da genealogia para se legitimar.
Quem não fosse da tribo de Levi não podia oficiar como sacerdote. É exatamente
isso o que o autor quer mostrar, pois assim como o sacerdócio de Melquisedeque
não dependia de genealogia para mostrar sua legitimidade sacerdotal, da mesma
forma o sacerdócio de Cristo era também legítimo por pertencer a uma ordem
superior, a ordem de Melquisedeque.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Como
o sacerdócio de Melquisedeque, o sacerdócio de Cristo tem grande realeza, é
firmado na justiça e é legitimamente divino.
II
- QUANTO AO ASPECTO DE SUA NATUREZA
1. Um sacerdócio
perfeito. A palavra
teleiôsis (perfeição) usada pelo autor em Hebreus 7.11, quer dizer também um "alvo a
ser atingido". Nesse contexto ela é usada para se referir ao
relacionamento com Deus. Nem a Lei nem o sistema sacerdotal do Antigo
Testamento puderam resolver o problema da culpa e produzir o perdão que a
santidade de Deus exigia. O autor sacro destaca que o problema do
relacionamento do homem com Deus só pode ser resolvido por um sacrifício
perfeito, algo que o sistema levítico não tinha possibilidade de realizar.
2. Um sacerdócio
imutável. O capítulo
sete ainda destaca que "mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz
também mudança da lei" (Hb 7.12). O Espírito Santo
havia falado por boca de Davi que seria levantado um sumo sacerdote de outra
ordem, a ordem de Melquisedeque (Sl 110.4). Se uma nova
ordem se instauraria, consequentemente a antiga passaria. Essa profecia quando
cumprida, necessariamente, tornava obsoleta a lei mosaica e o sacerdócio
levítico, demonstrando dessa forma o seu caráter transitório. Somente o
sacerdócio de Jesus seria imutável e de caráter não transitório.
3. Um sacerdócio eterno. Assim, o sacerdócio de Cristo
"não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas segundo a virtude
da vida incorruptível" (Hb 7.16). A expressão
"vida incorruptível" é uma referência a ressurreição de Jesus e seu
triunfo sobre a morte, demonstrando assim o caráter eterno do seu sacerdócio.
Cristo não era sacerdote por uma imposição humana ou mandamento carnal, mas por
atribuição divina. Como diz o versículo 17:
"Porque dele assim se testifica: Tu és sacerdote eternamente, segundo a
ordem de Melquisedeque" (Hb 7.17).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
A
natureza do sacerdócio de Cristo é expressa pela sua imutabilidade, perfeição e
eternidade.
III
- QUANTO AO ASPECTO DE SEUS ATRIBUTOS
1. Um sacerdócio santo. Santidade é um dos atributos de Deus
(Is 6.3). Em outro ponto da carta aos Hebreus, o autor
sagrado afirma que sem "a santificação, [...] ninguém verá o Senhor"
(Hb 12.14). Esta era uma das exigências da lei mosaica:
que o sumo sacerdote não apresentasse nenhum defeito, inclusive físico (Lv 21.16-23). Assim, devido à condição humana, não apenas
os sacerdotes não eram perfeitos, mas todo sistema sacerdotal levítico era
imperfeito. Somente Cristo podia atender as exigências de um sacerdócio
inteiramente santo e perfeito (Hb 7.26).
2. Um sacerdócio
inculpável. Vimos que
Jesus cumpriu todas as exigências de uma vida santa requerida para o sumo
sacerdote. Mas além desse atributo, Ele deveria ser também "inocente"
(Hb 7.26). A palavra akakos, traduzida aqui como
"inocente", significa também "sem maldade" e é descrita
pelos lexicógrafos como ausência de tudo o que é ruim e errado. O apóstolo
Pedro afirmou sobre Jesus que Este "não cometeu pecado, nem na sua boca se
achou engano" (1
Pe 2.22). Não havia
culpa nem imperfeição no sacerdócio de Cristo Jesus.
3. Um sacerdócio
imaculado. O autor
sacro usa o termo amiantos (Hb 7.26), para dizer que
Jesus é um sacerdote sem "mácula". Essa palavra, que também tem o
sentido de "sem manchas", era usada no contexto bíblico para se
referir tanto a pureza ritual como ética. Foi a essa vida santa, no seu sentido
ético, e não apenas ritual, que o autor alude para retratar o Senhor como
"separado dos pecadores". O Filho de Deus assumiu a condição humana e
se fez pecado pelos homens (2 Co 5.21),
mas sem pecar. Cristo é o sacerdote imaculado e sem manchas.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
O
ministério sacerdotal de Jesus Cristo é santo, inculpável e imaculado.
CONCLUSÃO
A
Carta aos Hebreus é o único texto do Novo Testamento que apresenta uma doutrina
sistematizada do sacerdócio de Cristo. A carta mostra aos leitores que Jesus é
o Sumo Sacerdote-Rei predito nas Escrituras e que, como tal, superior ao
sistema levítico. Melquisedeque, rei de Salém, a quem Abraão entregou o dízimo,
tornou-se um tipo desse sacerdócio eterno. E não só isso, mas todo o sistema
levítico tornara-se obsoleto visto que a nova ordem sacerdotal havia suplantado
a antiga.
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. A SUPREMACIA DE CRISTO,
Fé, esperança e ânimo na Carta aos
Hebreus. Lição 07 – Jesus – Sumo Sacerdote de uma Ordem Superior. I – Quanto
ao aspecto de sua tipologia. 1. Um sacerdócio com realeza. 2. Um sacerdócio
firmado na justiça. 3. Um sacerdócio com legitimidade divina. II – Quanto ao
aspecto de sua natureza. 1. Um sacerdócio perfeito. 2. Um sacerdócio imutável.
3. Um sacerdócio eterno. III – Quanto ao aspecto de seus atributos. 1. Um
sacerdócio santo. 2. Um sacerdócio inculpável. 3. Um sacerdócio imaculado. Editora
CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2018.
Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor
na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12.
Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 -
984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
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