LIÇÃO 01 - INSPIRAÇÃO DIVINA E AUTORIDADE DA BÍBLIA
TEXTO
ÁUREO
"Porque a profecia nunca foi
produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo." (2 Pe 1.21)
VERDADE
PRÁTICA
Cremos na inspiração divina, verbal e
plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e
o caráter cristão.
2
Timóteo 3.14-17
14 - Tu, porém, permanece naquilo que
aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 - E que, desde a tua meninice, sabes
as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em
Cristo Jesus.
16 - Toda Escritura divinamente
inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para
instruir em justiça,
17 - para que o homem de Deus seja
perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.
INTRODUÇÃO
A Bíblia é a revelação de Deus escrita
para a humanidade. Disso decorre o fato de ela ser nossa exclusiva fonte de
autoridade espiritual. Sua inspiração divina e sua soberania como única regra
de fé e prática para a nossa vida constituem a doutrina basilar da fé cristã.
Essa inspiração é um fato singular que ocorreu na história da redenção humana.
O enfoque da presente lição é sobre a importância e o significado dessa
inspiração divina.
I -
REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
1.
Revelação. A palavra "revelação", apocalipsis, em grego,
significa o ato e o efeito de tirar o véu que encobre o desconhecido. Nas
Escrituras, essa palavra é usada em relação a Deus, pois é Ele quem revela a si
mesmo, a sua vontade e natureza e os demais mistérios. Ele "não fará coisa
alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am
3.7). Deus conhece tudo aquilo que está fora do alcance dos seres humanos. A
busca da verdade, sem Deus, é vã e está destinada ao fracasso (1 Co 1.21).
2.
Inspiração. É o registro dessa revelação sob a influência do
Espírito Santo, que penetra até as profundezas de Deus (1 Co 2.10-13).
Divinamente inspirados são os 66 livros da Bíblia. Os escritores sagrados foram
os receptáculos da revelação: "homens santos falaram da parte de Deus,
movidos pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21, ARA). Eles receberam os oráculos
divinos de forma especial, exclusiva, única e milagrosa. Ninguém mais, além
deles, foi usado por Deus dessa maneira específica.
3. A
forma de comunicação. O processo de comunicação divina aos
profetas do Antigo Testamento se desenvolveu por meio da palavra e da visão, do
som e da imagem (Jr 1.11-13). A revelação aos apóstolos no Novo Testamento veio
diretamente do Senhor Jesus Cristo (Gl 1.11,12; 2 Pe 1.16-18; 1 Jo 1.3) e do
Espírito Santo (Ef 3.4,5). A frase "veio a palavra do SENHOR a",
"veio a mim a palavra do SENHOR" ou fraseologia similar, tão
frequente no Antigo Testamento, diz respeito a uma revelação direta, externa e
audível. Essa forma de comunicação não aparece no Novo Testamento na
comunicação divina aos apóstolos, exceto uma única vez no ministério de João
Batista: "veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias"
(Lc 3.2), pois ele é o último profeta da dispensação da lei (Lc 16.16).
SÍNTESE
DO TÓPICO I
A Bíblia é a revelada e inspirada
Palavra de Deus.
II -
A INSPIRAÇÃO DIVINA
1. A
inspiração divina. "Toda a Escritura é inspirada por
Deus" (v.16, ARA). A palavra grega, aqui traduzida por "inspirada por
Deus" ou "divinamente inspirada", é theopneustos. Ela só aparece
uma única vez na Bíblia, vinda de duas palavras gregas: theos,
"Deus", e pneo, "respirar, soprar". Isso significa que o
texto sagrado foi "soprado por Deus". A palavra teopneustia significa
"inspiração divina da Bíblia". Segundo o Dicionário Contemporâneo da
Língua Portuguesa, de Caudas Aulete, o termo quer dizer "inspiração divina
que presidiu à redação das Sagradas Escrituras". Josefo, o historiador
judeu, e Fílon de Alexandria, disseram que as Escrituras são divinamente
inspiradas, mas usaram outros termos.
2.
Uma avaliação exegética. Estamos acostumados com duas traduções:
"toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa" e "toda
Escritura é divina inspirada e proveitosa". Ambas as versões são
permitidas à luz da gramática grega. Mas a primeira é mais precisa, pois a
conjunção grega kai, "e", aparece entre os dois adjetivos
"inspirada" e "proveitosa". Isso significa que o apóstolo
está afirmando duas verdades sobre a Escritura, a saber: divinamente inspirada
e proveitosa; e não somente uma dessas duas coisas. Dizer que "toda a
Escritura divinamente inspirada é proveitosa" pode dar margem para alguém
interpretar que nem toda Escritura é inspirada.
3.
Autoridade. A autoridade da Bíblia deriva de sua origem
divina. O selo dessa autoridade aparece em expressões como "assim diz o
SENHOR" (Êx 5.1; Is 7.7); "veio a palavra do SENHOR" (Jr 1.2);
"está escrito" (Mc 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das
Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a
Palavra de Deus (Mc 7.13; 1 Pe 1.23-25).
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Toda a Bíblia é inspirada
por Deus
III
- INSPIRAÇÃO PLENA E VERBAL
1.
Inspiração plenária. Tal expressão significa que todos os livros
das Escrituras são inspirados por Deus. O apóstolo Paulo deixa isso muito claro
quando afirma que "toda a Escritura é divinamente inspirada". A
inspiração da Bíblia é especial e única. Não existe na Bíblia um livro mais
inspirado e outro menos. Todos têm o mesmo grau de inspiração e autoridade.
A Bíblia que Jesus e seus apóstolos
usavam era formada pela Lei de Moisés, os Profetas e os Escritos; essa terceira
parte é encabeçada pelos Salmos (Lc 24.44). O termo "Escritura" ou
"Escrituras" que aparece no Novo Testamento refere-se a esse Cânon
tripartido, que é o mesmo Antigo Testamento de nossa Bíblia. Cabe ressaltar que
o apóstolo Paulo, ao afirmar que "toda a Escritura é divinamente
inspirada", se referia também aos escritos apostólicos.
Os escritos dos apóstolos se revestiam
da mesma autoridade dos livros do Antigo Testamento já desde a Era Apostólica.
Inclusive, "profetas e apóstolos", às vezes, aparecem como termos
intercambiáveis (2 Pe 3.2). O apóstolo Pedro considera ainda as epístolas
paulinas como Escrituras (2 Pe 3.15,16). O apóstolo Paulo ensinava:
"Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é
o obreiro do seu salário" (1 Tm 5.18). O apóstolo aqui coloca lado a lado
citações da lei de Moisés (Dt 25.4) e dos Evangelhos (Mt 10.10; Lc 10.7),
chamando ambas de "Escritura". Outras vezes, ele deixa claro que seus
escritos são de origem divina (2 Co 13.3; 1 Ts 2.13). Isso nos permite afirmar
que a frase "Toda Escritura é divinamente inspirada" se refere à
Bíblia completa, aos 66 livros do Antigo e Novo Testamento.
2.
Inspiração verbal. Essa característica bíblica significa que
cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1 Co 2.13); e também que as
ideias vieram de Deus (2 Pe 1.21). O tipo de linguagem, o vocabulário, o estilo
e a personalidade são diversificados nos textos bíblicos porque Deus usou cada
escritor em sua geração e em sua cultura, com seus diversos graus de instrução.
Isso mostra que quem produziu esses livros sagrados eram seres humanos que
viveram em várias regiões e pertenceram a diversas gerações desde Moisés até o
apóstolo João, passaram-se cerca de mil anos. Eles não foram tratados como
meras máquinas, mas como instrumentos usados pelo Espírito Santo. Deus
"soprou" nos escritores sagrados. Uns produziram som de flauta e
outros de trombetas, mas era Deus quem soprava. Assim, eles produziram esse
maravilhoso som que são as Escrituras Sagradas.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
A inspiração da Bíblia Sagrada é plena e
verbal.
IV -
ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA
1.
"Proveitosa para ensinar". O propósito das Escrituras
é o ensino para a salvação em Jesus, pois elas "podem fazer-te sábio para
a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus" (2 Tm 3.15). São ensinos
espirituais que não se encontram em nenhum lugar do mundo. A Bíblia revela os
mistérios do passado como a criação, os do futuro como a vinda de Jesus, os
decretos eternos de Deus, os segredos do coração humano e as coisas profundas
de Deus (Gn 2.1-4; Is 46.10; Lc 21.25-28).
2. A
conduta humana. A Bíblia corrige o erro e é útil para
orientar a vida sendo "proveitosa para ensinar, para redarguir, para
corrigir, para instruir em justiça" (v.16b). Uma das grandezas das
Escrituras é a sua aplicabilidade na vida diária, na família, na igreja, no
trabalho e na sociedade. Deus é o nosso Criador e somente Ele nos conhece e
sabe o que é bom para suas criaturas. E essas orientações estão na Bíblia, o
"manual do fabricante".
3.
As traduções da Bíblia. A autoridade e as instruções das
Escrituras valem para todas as línguas em que elas forem traduzidas. É vontade
de Deus que todos os povos, tribos, línguas e nações conheçam sua Palavra (Mt
28.19; At 1.8). Em que idioma essa mensagem deve ser pregada? Hebraico? Grego?
Aramaico? Não! Na língua do povo. Os apóstolos citam diversas traduções gregas
da Septuaginta no Novo Testamento. Isso mostra que a mesma inspiração do Antigo
Testamento hebraico se manteve na Septuaginta. A citação de Salmos 8.4-6 em
Hebreus 2.6-8 é um bom exemplo. A inspiração divina se conserva em outras
línguas. Desde os tempos do Antigo Testamento, até hoje, Deus se manifestou e
se manifesta a cada um de seus servos e suas servas no seu próprio idioma.
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
A Bíblia Sagrada é a nossa única regra
de fé e prática.
CONCLUSÃO
Cremos que a Bíblia é a única revelação
escrita de Deus para toda a humanidade e que seu texto foi preservado e sua
inspiração divina é mantida nas 2.935 línguas em que ela é traduzida (segundo
dados da Sociedade Bíblica do Brasil). Que cada um possa receber a Bíblia sem
restrição alguma, pois ela é a Palavra de Deus em qualquer língua em que vier a
ser traduzida.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A RAZÃO DA NOSSA FÉ, Assim cremos, assim vivemos. Lição 01 – Inspiração
divina e autoridade da Bíblia. I – Revelação e inspiração. 1.Revelação. 2. Inspiração.
3. A forma de comunicação. II – A inspiração divina. 1. A inspiração divina. 2.
Uma avaliação exegética. 3. Autoridade. III – Inspiração plena e verbal. 1. Inspiração
plenária. 2. Inspiração verbal. IV – única regra infalível de fé e prática. 1.
“Proveitosa para ensinar”. 2. A conduta humana. As traduções da Bíblia. Editora
CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 –
981264038 (Tim), pregação e ensino.
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