LIÇÃO
04 - OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
“Mas Deus prova o seu amor para conosco
em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Rm 5.8)
VERDADE
PRÁTICA
A justificação pela fé em Cristo nos
libertou de Adão, símbolo do velho homem, para nos colocar em Cristo, onde
fomos feitos uma nova criação.
INTRODUÇÃO
Nos quatro primeiros capítulos da
Epístola aos Romanos, Paulo já havia escrito a respeito das origens e das bases
da nossa justificação. Faltava agora falar dos resultados dessa justificação.
Que benefícios ela nos trouxe? Quais seriam as bênçãos a ela associada? Paz,
alegria, esperança são algumas dessas bênçãos associadas à justificação.
Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo isso só foi possível porque Deus
nos fez participante de uma bênção maior - sermos parte da nova criação. Esse
fato será mostrado através do contraste feito entre Adão, símbolo da velha
criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de uma nova criação
I -
A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)
1. A
bênção da paz com Deus. No capítulo cinco de Romanos, Paulo
mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo:
"Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor
Jesus Cristo". O uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele
usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém,
Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e
cujo significado era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
Embora os manuscritos mais aceitos do
original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam
que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação.
Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em
grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto,
uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: "Já que
fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus".
Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que
desfrutemos dela.
2. A
bênção de esperar em Deus. Antes de falar da bênção de esperar em
Deus, Paulo fala como se deu esse acesso: "Pelo qual também temos entrada
pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da
glória de Deus" (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da
graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto:
"O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de
acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos
é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e
imerecido amor de Deus". A porta se abriu para a esperança. No contexto de
Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus
desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais
desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino.
3. A
bênção de sofrer por Jesus. Na lista dos benefícios ou bênçãos
vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente.
Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! "E não somente
isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz
a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança"
(Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação,
significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se
alegrava no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da
Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos
modernos.
II -
AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)
1. O
amor que o Pai outorga. A visão que Paulo possui a respeito do
Senhor é muito diferente da do judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está
revelando em suas epístolas é amor. Por isso, muito diferente daquele que os
judeus conheciam. A expressão amor de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no
original está no caso genitivo, indicando origem ou posse. Deus é a origem e a
fonte do amor. Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno
de punição, Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é
o amor que perdoa. O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova
maior desse amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A
justificação pela fé nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus
atributos, e essa percepção mostra que Ele é amor.
2. O
amor que o Espírito distribui. Deus é a fonte do amor e o
Espírito Santo é quem o instrumentaliza na vida do crente. Paulo diz que o amor
de Deus está "[...] derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos
foi dado" (Rm 5.5b). O apóstolo tem em mente a profecia de Joel 2.28 e o
evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2.4, onde há a infusão do Espírito
Santo sobre os crentes. Há alguns fatos interessantes com o tempo verbal grego
(tempo perfeito) da palavra ekchéo, traduzida aqui como derramar. Esse verbo
enfatiza uma ação passada, mas que continua com os efeitos no presente. É como
se ele dissesse, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações no
passado quando cremos no Senhor, mas seus efeitos continuam vivos no
presente". Temos, pois, razão para amarmos porque o Espírito Santo faz-nos
viver esse amor.
3. O
amor que o Filho realiza. O amor é originário do Pai,
operacionalizado pelo Espírito e realizado pelo Filho. Cristo é a manifestação
suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se quisermos conhecer o amor de Deus, basta
olharmos para Cristo, o bendito Filho de Deus.
III
- AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)
1. O
homem em Adão. Os efeitos e as bênçãos da justificação são
agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo
fala do "homem em Adão", em Romanos 5.12-14. Existem várias
interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos
intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a
humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para
Paulo, o "homem em Adão", símbolo da velha criação, está condenado;
em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é,
portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele.
2. O
homem em Cristo. O contraste entre Adão e Cristo é feito com
cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O "homem em Cristo",
símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça
e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é
Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o
primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o
segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos
cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos
espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos;
fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu
sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13).
CONCLUSÃO
O capitulo cinco de Romanos mostra de
que forma Deus amou os homens. Ele os encontra pecadores, ímpios, e
indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo assim os ama. Numa demonstração
inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé na pessoa bendita de Jesus Cristo
e os abençoa com todas as bênçãos espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor
de Deus parece romper todos os limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que
Cristo fez por nós! Como disse certo autor: "Não há nada que eu possa
fazer para Deus me amar mais e não há nada que eu possa fazer para Ele me amar
menos".
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Referências
Revista Lições Bíblicas. MARAVILHOSA GRAÇA, O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Lição 04
– Os benefícios da justificação. I – A bênção da graça justificadora. 1. A
bênção da paz com Deus. 2. A bênção de esperar em Deus. 3. A bênção de sofrer
por Jesus. II – As bênçãos do amor trinitário. 1. O amor que o Pai outorga. 2. O
amor que o Espírito distribui 3. O amor que o Filho realiza. III – As bênçãos
da nova criação. 1. O homem em Adão. 2. O homem em Cristo. Editora CPAD. Rio de
Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2016.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 –
81264038 (Tim), pregação e ensino.
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