LIÇÃO
10 - O LÍDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE
TEXTO
ÁUREO
"Combati o bom combate, acabei a
carreira, guardei a fé." (2 Tm 4.7)
VERDADE
PRÁTICA
A morte do crente não é o fim, mas a
passagem para a glória eterna, na presença de Deus.
INTRODUÇÃO
Paulo tem consciência de que seu
ministério está chegando ao fim. A segunda Epístola a Timóteo, na verdade é uma
forma, comovente, de dizer adeus ao seu "amado filho" e à Igreja do
Senhor. Paulo exorta Timóteo a respeito da responsabilidade que é estar na
liderança de uma igreja e faz uma revisão do caminho que havia percorrido em
sua jornada com o Salvador: "Combati o bom combate" (2 Tm 4.7). Paulo
não estava pesaroso com a partida, pois suas dores e sofrimentos, com certeza,
foram esquecidos, diante da certeza de que fez um bom trabalho e que cumpriu a
missão para qual fora designado pelo Senhor.
A morte é inevitável. Um dia líderes e
liderados terão que enfrentá-la, porém, o que faz a diferença é a maneira como
a encaramos.
I - A CONSCIÊNCIA DA MORTE NÃO TRAZ DESESPERO AO CRENTE FIEL
1.
Seriedade diante da morte. Enquanto Timóteo ainda era um jovem
obreiro, Paulo já estava idoso (Fm 1,9), e tinha consciência de que estava no
fim de sua longa, sacrificada e honrosa missão (v. 6). Paulo assegura que seu
sangue seria derramado como uma oferta de libação. Esta era uma oferta de
caráter voluntário, "de cheiro suave ao Senhor" (Lv 2.2). Segundo a
Bíblia de Aplicação Pessoal, "libação era uma oferta líquida e consistia
em derramar vinho sobre o altar como um sacrifício a Deus". Não era uma
oferta pelos pecados, mas uma oferta de gratidão ao Senhor.
2. A certeza da missão cumprida (vv. 7,8). No
texto, que indica a consciência da proximidade da partida para a eternidade,
queremos destacar três aspectos:
a) "Combati o bom combate".
Todos os apóstolos de Jesus eram homens que combatiam "pela fé que uma vez
foi dada aos santos" (Jd 3). Mas nenhum teve tantas oposições e ameaças
quanto Paulo. Foi um obreiro muito perseguido, mas nunca desistiu da luta
espiritual em prol do evangelho (1 Tm 1.20; 2 Tm 3.11, 12; 4.14 ). Que você
também não desista diante das dificuldades e oposições.
b) "Acabei a carreira". O
texto indica que Paulo se referia à "pista de corrida", das
competições em Atenas e em Roma. Em sua carreira ou "corrida", ele
diz que não olhava para trás, mas para as coisas que estavam diante dele,
prosseguindo "para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em
Cristo Jesus" (Fp 3.13,14). Muitos começam a carreira da vida cristã bem,
mas desistem ou recuam ante os obstáculos e os problemas que surgem. O pastor
de uma igreja não pode se acovardar diante das dificuldades, mas firmado em
Cristo precisa prosseguir até o final.
c) "Guardei a fé". Isso
quer dizer que Paulo foi fiel a Deus, em todas as circunstâncias de sua vida
cristã. Ele não se embaraçou "com os negócios dessa vida" e militou
legitimamente (2 Tm 2.4,5). Guardar a fé significa guardar a fidelidade a
Cristo e a seus ensinamentos. O crente precisa guardar a fé até o seu último
momento de vida. Paulo ensinou a Timóteo e à Igreja do Senhor a respeito desse
cuidado. O crente é consolado pela fé (Rm 1.12); a justiça de Deus é pela fé
(Rm 3.22); o homem é justificado pela fé (Rm 3.28; 5.1; Gl 2.16); o justo vive
pela fé (Gl 3.11); a salvação é pela fé em Jesus (Ef 2.8). Paulo sabia o que
era lutar e guardar a "fé que uma vez foi dada aos santos" (Jd 3).
II -
O SENTIMENTO DE ABANDONO
1. O
clamor de Paulo na solidão. No início da Segunda Carta, Paulo já
havia demonstrado que sentia muito a falta de Timóteo: "[...] desejando
muito ver-te [...]" (1.4). No final da epístola, vemos a súplica de Paulo
ao seu filho na fé: "Procura vir ter comigo depressa" (4.9). Ele
também revela o porquê de sua pressa em rever seu filho na fé. Vejamos:
a) Demas o desamparou.
"Porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para
Tessalônica" (2Tm 4. 10). Demas era um dos cooperadores de Paulo (Cl 4.14;
Fm 24). Porém, será que ele havia se desviado? Não sabemos ao certo. O texto
bíblico mostra que ele abandonou Paulo quando este precisava muito de sua
ajuda. O versículo também afirma que no momento, Demas amava mais o
"presente século" do que o amigo e irmão em Cristo. Os momentos de adversidade
revelam aqueles que são realmente amigos e que nos amam.
b) Só o médico amado ficou com Paulo.
Tíquico foi mandado para Éfeso (4.12) e só Lucas ficou junto de Paulo (4.11).
Lucas, "o médico amado" (Cl 4.14), escritor do livro de Atos dos
Apóstolos e cooperador do apóstolo (Fm 24), fez-se presente, dando toda
assistência a Paulo. Sem dúvida alguma, fora providência de Deus. Em idade
avançada (Fm 9), Paulo precisava de cuidados médicos, físicos e emocionais. E
ali estava o doutor Lucas, seu amigo, que não o desamparou.
2. A
serenidade dos últimos dias. "Quando vieres, traze
a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os
pergaminhos" (v. 13). A prisão de Paulo se deu tão de repente que ele não
teve tempo para reunir suas coisas. Agora, aproximava-se o inverno (v. 21), e
Paulo sentia a necessidade da capa que deixou na casa de Carpo e também dos
livros. Sabemos quão rigoroso é o inverno europeu. O texto também nos mostra
que até o fim de sua vida, Paulo se preocupou em ler e estudar. Tem você
dedicado tempo ao estudo da Palavra de Deus?
O seu julgamento, perante a justiça de
Roma, poderia demorar alguns dias ou meses. De qualquer forma, é um eloquente
testemunho de que o homem de Deus, quando está seguro com o Senhor, não teme a
morte ou qualquer outra adversidade.
3.
Preocupações finais com o discípulo. Paulo alerta Timóteo a
respeito de "Alexandre, o latoeiro", que foi inimigo do apóstolo (vv.
14,15). "Tu, guarda-te dele." Segundo a Bíblia de Aplicação Pessoal,
Alexandre pode ter sido uma testemunha contra Paulo em seu julgamento. O crente
fiel sempre vai encontrar pessoas difíceis em sua caminhada, por isso, precisa
estar preparados para lidar com toda a sorte de gente, boas e más.
III
- A CERTEZA DA PRESENÇA DE CRISTO
1.
Sozinho perante o tribunal dos homens (v. 16). Nem
Lucas, o "médico amado" se encontrava na cidade, quando Paulo compareceu
a audiência. Mas ele não era murmurador, nem guardou mágoa dos amigos ausentes.
Pelo contrário, demonstrou que os perdoara, pedindo a Deus "que isto lhes
não seja imputado". A atitude de Paulo nos faz recordar a postura de Jesus
na cruz, quando Ele exclamou: "[...] Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o
que fazem" (Lc 23.34). Podem os amigos e companheiros nos abandonar nos
momentos difíceis, mas Deus é fiel e jamais nos deixa sozinho.
2.
Sentindo a presença de Cristo (v. 17). Paulo não tinha a companhia
dos amigos e irmãos em Cristo, mas pôde sentir, de perto, a gloriosa presença
de Deus. O Senhor se fez presente e fortaleceu a alma e o espírito do seu
servo. Mesmo estando preso, ele se sentia "livre da boca do leão", o
que pode referir-se ao sentimento de libertação espiritual em relação a
Satanás, ou de Nero, o sanguinário imperador. Ele não foi liberto da prisão e
da morte, pois suas palavras eram de despedida: "Combati o bom combate,
acabei a carreira, guardei a fé" (v. 7).
3.
Palavras e saudações finais. "E o Senhor me livrará
de toda má obra e guardar-me-á para o seu Reino celestial [...]" (v. 18).
Paulo não estava se referindo ao livramento físico da morte. Ele já havia se
despedido de forma muito comovente nos versículos 6 a 8. Esse texto nos mostra
o quanto ele estava tranquilo, aguardando a vontade de Deus sobre sua vida e o
fim do seu ministério. E conclui, saudando seu amigo e filho na fé, dizendo:
"O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco.
Amém!" (v. 22).
CONCLUSÃO
Os últimos trechos da Segunda Carta de
Paulo a Timóteo nos ensinam que o servo de Deus que tem certeza da sua
salvação, mediante a obra redentora de Cristo, não teme a morte. Paulo sabia
que a morte física aniquilaria apenas o seu corpo, mas seu espírito e sua alma
(o homem interior - 2 Co 4.16) estavam guardados em Cristo Jesus.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A IGREJA E O SEU TESTEMUNHO, As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais.
Lição 10 – O Líder diante da chegada da morte. I – A consciência da morte não
traz desespero ao crente fiel. 1. Seriedade diante da morte. 2. A certeza da
missão cumprida. A) Combati o bom combate. B) Acabei a carreira. C) Guardei a
fé. II – O sentido de abandono. 1. O clamor de Paulo na solidão. A) Demas o
desamparou. B) Só o médico amado ficou com Paulo. 2. A serenidade dos últimos
dias. 3. Preocupações finais com o discípulo. III – A certeza da presença de
Cristo. 1. Sozinho perante o tribunal dos homens. 2. Sentindo a presença de
Cristo. 3. Palavras e saudações finais. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3°
Trimestre de 2015.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 –
81264038 (Tim), pregação e ensino.
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