LIÇÃO
06 – A VERDADEIRA FÉ NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS
TEXTO
ÁUREO
"Todavia, se cumprirdes, conforme a
Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas,
se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado e sois redarguidos pela lei como
transgressores" (Tg 2.8,9).
VERDADE
PRÁTICA
Não podemos fazer acepção de pessoas,
pois o Senhor não fez conosco.
A discriminação contra as pessoas de
classe social inferior é vergonhosa e ultrajante, principalmente, quando
praticada no âmbito de uma igreja local. Nesta lição estudaremos sobre a fé que
não faz acepção de pessoas. Veremos que erramos - e muito - quando julgamos as
pessoas sob perspectivas subjetivas tais como a aparência física, posição
social, status, a bagagem intelectual, etc. Isso porque tais características
não determinam o caráter (Lc 12.15). Assim, a lição dessa semana tem o objetivo
de mostrar, pelas Escrituras, que a verdadeira fé e a acepção de pessoas são
atitudes incompatíveis entre si e, justamente por isso, não podem coexistir na
vida de quem aceitou ao Evangelho (Dt 10.17; Rm 2.11).
1.
Em Cristo a fé é imparcial. O primeiro conselho de Tiago para a
igreja é o de não termos uma fé que faz acepção de pessoas (v.1). Mas é
possível haver favoritismo social onde as pessoas dizem-se geradas pela Palavra
da Verdade? As Escrituras mostram que sim. Aconteceu na igreja de Corinto
quando da celebração da Ceia do Senhor (1 Co 11.17-34). Hoje, não são poucos os
relatos de pessoas discriminadas devido a sua condição social na igreja. Ora,
recebemos uma nova natureza em Cristo (Cl 3.10), pois Ele derrubou o muro que
fazia a separação entre os homens (Ef 2.14,15) tornando possível a igualdade
entre eles, ou seja, estando em Jesus, "não há grego nem judeu,
circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo
em todos" (Cl 3.11). É, portanto, inaceitável e inadmissível que exista
tal comportamento discriminatório e preconceituoso entre nós.
2. O
amor de Deus tem de ser manifesto na igreja local.
Havia na congregação, do tempo de Tiago, a acepção de pessoas. Segundo as
condições econômicas, "um homem com anel de ouro no dedo, com trajes
preciosos" era convidado a assentar-se em lugar de honra, enquanto o
"pobre com sórdido traje" era recebido com indiferença, ficando em
pé, abaixo do púlpito (vv.2,3). Tudo isso acontecia num culto solene a Deus! A
Igreja de Cristo tem como princípio eterno produzir um ambiente regado de amor
e acolhimento, e para isto "não há judeu nem grego; não há servo nem
livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus"
(Gl 3.28).
3.
Não sejamos perversos (v.4). A expressão "juízes de
maus pensamentos" aplicada no texto bíblico para qualificar os que
discriminavam o pobre nas reuniões solenes, não se refere às autoridades
judiciais, mas aos membros da igreja que, de acordo com a condição social, se
faziam julgadores dos próprios irmãos. O símbolo da justiça é uma mulher de
olhos vendados, tendo no braço esquerdo a balança e, no braço direito, a
espada. Tal imagem simboliza a imparcialidade da justiça em relação a quem está
sendo julgado. Portanto, a exemplo do símbolo da justiça, não fomos chamados a
ser perversos "juízes", mas pessoas que vivam segundo a verdade do
Evangelho. Este nos desafia a amar o próximo como a nós mesmos (Mc 12.31).
1. A
soberana escolha de Deus. É bem verdade que muitas pessoas ricas
têm sido alcançadas pelo Evangelho. Mas ouçamos com clareza o que a Bíblia diz
acerca dos pobres. Deus é soberano em suas escolhas. E de acordo com a sua
soberana vontade Ele escolheu os pobres deste mundo. De maneira retórica, Tiago
afirma: "Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem
ricos na fé, e herdeiros do Reino que prometeu aos que o amam?" (v.5). É
possível que as igrejas às quais Tiago dirigiu a Epístola talvez tivessem se
esquecido de que é pecado fazer acepção de pessoas. Ainda hoje não podemos
negligenciar esse ensino! O Senhor Jesus falou dos pobres nos Evangelhos (Lc
4.18; Mt 11.4,5) e, mais tarde, no Sermão da Montanha repetiu:
"Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus" (Lc
6.20).
2. A
principal razão para não desonrar o pobre (v.6).
Apesar de Deus ter escolhido os pobres, a igreja do tempo de Tiago fez a opção
contrária. Entretanto, o meio-irmão do Senhor traz à memória da igreja que quem
a oprimia era justamente os ricos. Estes os arrastaram aos tribunais. Como
podiam eles desonrar os pobres, escolhidos por Deus, e favorecer os ricos que
os oprimiam? É triste quando escolhemos o contrário da escolha de Deus. As
Palavras de Jesus ainda continuam a falar hoje: "O Espírito do Senhor é
sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os
quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a dar vista aos
cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do
Senhor" (Lc 4.18,19). Somos os seus discípulos? Então para sermos
coerentes com o Evangelho temos de encarnar a missão de Jesus. Desonrar o pobre
é pecado!
3.
Desonraram o Senhor. Após lembrar a igreja da escolha de Deus em
relação aos pobres deste mundo, Tiago exorta os irmãos a reconhecerem o
favoritismo que há dentro da comunidade cristã: "Mas vós desonrastes o
pobre" (v.6). Já os ricos, são recebidos com toda a pompa. No versículo 7,
o meio-irmão do Senhor pergunta: "Porventura, não blasfemam eles [os
ricos] o bom nome que sobre vós foi invocado?" (v.7). Estamos frente a
algo reprovável diante de Deus: a discriminação social na igreja. Por isso é
que o favoritismo, a parcialidade e quaisquer tipos de discriminação devem ser
combatidos com rigor na igreja local, principalmente pela liderança. Esta deve
dar o maior dos exemplos. Quem discrimina não compreendeu o que é o Evangelho!
1. A
Lei Real. A lei real é esta: "Amarás o teu próximo como a ti
mesmo" (v.8). Essa é a conclamação de Tiago a que os crentes obedeçam a
verdadeira lei. O termo "real", no versículo 8, refere-se aquilo que
é o mais importante da lei, a sua própria essência. Portanto, quem faz acepção
de pessoas está quebrando a essência da lei. O amor ao próximo é o coração de
toda lei: "A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos
ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. [...] O amor
não faz mal ao próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor" (Rm
13.8,10). Só o amor é capaz de impedir quaisquer tipos de discriminação. Quem
ama, não precisa da lei (Gl 5.23).
2. A
Lei Mosaica. Na época em que a Epístola de Tiago foi
escrita os judeus faziam distinção entre as leis religiosas mais importantes e
as menos importantes, segundo os critérios estabelecidos por eles mesmos. Os
judeus julgavam que o não cumprimento de um só mandamento acarretaria a culpa
somente daquele mandamento desobedecido. Mas quando a Bíblia afirma
"Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não
matarás", está asseverando o aspecto coletivo da lei. Isto é, quem
desobedece um único preceito, quebra, ao mesmo tempo, toda a lei. Embora os
crentes da igreja não adulterassem, faziam acepção de pessoas. Eles não
atendiam a necessidade dos órfãos e das viúvas e, por isso, tornaram-se
"transgressores de toda a lei". No Sermão da Montanha, nosso Senhor
ensinou sobre a necessidade de se cumprir toda a lei (Mt 5.17-19; cf. Gl 5.23;
Tg 2.10).
3. A
Lei da Liberdade. A Lei da Liberdade é o Evangelho. Por ele o
homem torna-se livre. Liberto do pecado, dos preconceitos e da maneira mundana
de pensar (Rm 6.18). Quem é verdadeiramente discípulo de Jesus desfruta,
abundantemente, de tal liberdade (Jo 8.36; Gl 5.1,13). Entretanto, como orienta
Tiago, tal liberdade deve vir acompanhada da coerência: "Assim falai, e
assim procedei" (v.12). O crente pode falar, pode ensinar e até escrever
sobre o pecado de fazer acepção de pessoas. Mas na verdade, é a sua conduta em
relação aos irmãos que demonstrará se ele é, de fato, um liberto em Cristo ou
um escravo deste pecado.
O segundo capítulo da Epístola de Tiago
é uma voz do Evangelho a ecoar através dos tempos. Ele rotula a acepção de
pessoas como pecado lembrando-nos de que Deus escolheu os "pobres deste
mundo para serem ricos na fé e herdeiros do Reino que prometeu aos que o
amam". Assim, se a nossa vontade estiver de acordo com a vontade de Deus,
amaremos os pobres como a nós mesmos. E conscientizar-nos-emos de que esse amor
exige de nós ações verdadeiras, sinceras, e não apenas de vãs palavras
religiosas que até mesmo o vento se encarrega de levar (cf. Tg 2.15-17).
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qualidades dos slides, sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint
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Referência
Revista
Lições Bíblicas. FÉ E OBRAS, Ensinos de Tiago para uma vida cristã
autêntica. Lição 06 – A verdadeira fé não faz acepção de pessoas. I – Pronto
para ouvir e tardio para falar. 1. Pronto para ouvir. 2. Tardio para falar. 3.
Controle a sua ira. II – Praticante e não apenas ouvinte da Palavra. 1. Enxertai-vos
da Palavra. 2. Praticai a Palavra. 3. Persevere ouvindo e agindo. III – A
religião pura e verdadeira. 1. A falsa religiosidade. 2. A verdadeira religião.
3. Guardando-se da corrupção. Conclusão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3°
Trimestre de 2014.
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