TEXTO
ÁUREO
"Meus irmãos, tende grande gozo
quando cairdes em várias tentações, sabendo que a prova da vossa fé produz a
paciência" (Tg 1.2,3).
VERDADE
PRÁTICA
O triunfo sobre a tentação fortalece-nos
espiritualmente e nos torna mais íntimos de Deus
Definitivamente, o homem moderno não
está preparado para sofrer. Os membros de muitas igrejas evangélicas, através
da Teologia da Prosperidade, têm se iludido com a filosofia enganosa do
"não sofrimento". O resultado é que quando o iludido sofre o
infortúnio, perde a fé em "Deus". Mas, que se entenda bem, num
"deus" que nada tem com as Escrituras! A lição dessa semana tem o
objetivo de resgatar esse ensinamento evangélico (Tg 1.2). Aprenderemos acerca
da tentação, do sofrimento e da provação, não como consequência de uma vida de
pecado ou de falta de fé, mas como o caminho delineado por Deus para o nosso
aperfeiçoamento. Ninguém melhor do que Jesus Cristo, com seu exemplo de vida, para
nos ensinar tal lição (Hb 5.8). O convite do Mestre é um chamado ao sofrimento
por amor do seu nome (Jo 16.33; Mt 5.10-12).
1. O
que é tentação. O termo empregado na Bíblia tanto no
hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa
"prova", "provação" ou "teste". A expressão pode
estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a uma incitação ao pecado.
De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma provação, uma espécie de
teste. O pecado, por sua vez, já se trata de um ato imoral consumado. Por isso,
a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca quando passa pelo
processo "probatório". A própria vida terrena do Senhor Jesus
demonstra, com clareza, a distinção entre tentação e pecado. A Epístola aos
Hebreus afirma que Jesus, o nosso Senhor, em tudo foi tentado. Ele foi provado
e testado em todas as coisas. Todavia, o Mestre não pecou (Hb 4.14-16).
Portanto, confiantes de que Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito,
devemos nos aproximar, com fé, do trono da graça sabendo que Ele conhece as
nossas tentações e pode nos dar a força necessária para resistirmos (1 Co
10.13).
2.
Fortalecimento após a tentação (v.2). Do mesmo modo que o ouro
precisa do fogo para ser refinado ou purificado, o cristão passa pelas
tentações para se aperfeiçoar no Reino de Deus (1 Pe 1.7). Quando tentado, o
crente é posto à prova para mostrar-se aprovado tal como Cristo, que foi
conduzido ao deserto para ser tentado por Satanás e embora debilitado e provado
espiritualmente, saiu do deserto vitorioso e fortalecido, tendo em seguida
iniciado seu ministério terreno de pregação a respeito do Reino de Deus (Lc
4.1-13). À luz do exemplo de Cristo, compreendemos bem o que Tiago quer dizer
quando exorta-nos a termos "grande gozo quando [cairmos] em várias
tentações". Tal conselho aponta para a certeza de que ao passar pela
tentação, além de paciente e maduro, o crente se sentirá ainda mais fortalecido
pela graça de Deus.
3.
Felicidade pela tentação (v.12). Quando o cristão é
submetido às tentações há uma tendência de ele entregar-se à tristeza e à
angústia. Mas atentemos para esta expressão: "Bem-aventurado o varão que
sofre a tentação". Em outras palavras, como é feliz, realizado ou atingiu
a felicidade aquele crente que é provado, não em uma, mas em várias tentações
(v.2). Ser participantes dos sofrimentos de Cristo e ao mesmo tempo felizes
parece paradoxal. A Bíblia, porém, orienta-nos a que nos alegremos em Deus
porque a tribulação produz a paciência, e esta, a experiência que, finalmente,
culmina na esperança (Rm 5.3-5). Isto mesmo! Vivemos sob a esperança de receber
diretamente de Jesus a coroa da vida. Uma recompensa preparada de antemão pelo
nosso Senhor para os que o amam. Você ama ao Senhor? É discípulo dEle? Então,
não tema passar pela tentação. Há uma promessa: Você "receberá a coroa da
vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam". Alegre-se e
regozije-se em ser participante das aflições de Cristo, pois é justamente nessa
condição - de felicidade verdadeira -, que Ele nos deixará por toda a
eternidade quando da revelação da sua glória
(1 Pe 4.12,13)!
1. A
tentação é humana. Embora a tentação objetive provar o crente,
as Escrituras afirmam que ela não vem da parte de Deus, mas da fragilidade
humana (Tg 1.13). O ser humano é atraído por aquilo que deseja. A história de
Adão e Eva nos mostra o primeiro casal sendo tentado por aquilo que lhe atraía
(Gn 3.2-6). Mesmo sabendo que não poderiam tocar na árvore no centro do Jardim
do Éden, depois de atraídos pelo desejo, Adão e Eva entregaram-se ao pecado (Gn
3.6-9). A Epístola de Tiago aplica o termo "gerar", utilizado no
versículo 15, à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de
ser efetivamente consumada, a transgressão passa por um processo de gestação
interior no ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos
e jamais no Altíssimo, "porque Deus [...] a ninguém tenta".
2.
Atração pela própria concupiscência. O texto bíblico é claro ao
dizer que "cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência" (v.14). A tentação exterioriza o vício, os desejos, a
malignidade da natureza humana, isto é, a concupiscência. Ser tentado é
sentir-se aliciado pela própria malícia ou os sentimentos mais reclusos de
nossa natureza má. Você tem ouvido o ressoar das suas malícias? Elas te atraem?
Ouça a Epístola de Tiago! Não dê vazão às pulsões interiores, antes procure
imitar Jesus afastando-se do pecado. Assim, não darás luz ao pecado e viverás.
3.
Deus nos fortalece na tentação. Embora a tentação seja
fruto da fragilidade humana, quando ouvimos o Espírito Santo, Deus nos dá o
escape em tempo oportuno: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas
fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis, antes com a
tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10.13).
O Santo Espírito nos fará lembrar a Palavra de Deus para não pecarmos contra o
nosso Senhor Altíssimo (Is 30.21; Jo 14.26). Todavia, para que isso seja uma
realidade em nossa vida, precisamos cultivar a Palavra de Deus em nossos corações
(Sl 119.11).
1.
Para provar a nossa fé (v.3). Na época de Tiago, os
cristãos estavam desanimados por passarem duras provas de perseguição. No
versículo três, o meio-irmão do Senhor utiliza então o termo
"sabendo", o qual se deriva do verbo grego ginosko e significa saber,
reconhecer ou compreender, para encorajá-los a compreenderem o propósito das
lutas enfrentadas na lida cristã: Deus prova a nossa fé (Tg 1.12). À semelhança
do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma prova e, em seguida, ser
aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados para amadurecer a fé uma
vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3). O capítulo 11 da epístola aos Hebreus
lista inúmeras pessoas que tiveram sua fé provada, porém, terminaram vitoriosas
e aprovadas. Por isso o referido texto bíblico é conhecido como a "galeria
dos heróis da fé".
2.
Produzir a paciência (vv.3,4). No grego,
"paciência" deriva de hupomone e denota a capacidade de perseverar,
ser constante, ser firme, suportar as circunstâncias difíceis. A palavra
aparece em o Novo Testamento ao lado de "tribulações" (Rm 5.3),
aflições (2 Co 6.4) e perseguições (2 Ts 1.4). Mas também está ligada à
esperança (Rm 5.3-5; 15.4,5; 1 Ts 1.3), à alegria (Cl 1.11) e, frequentemente,
à vida eterna (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36). O termo ilustra a capacidade de uma
pessoa permanecer firme em meio à alguma pressão, pois quem é portador da
paciência bíblica não desiste facilmente, mesmo sob as circunstâncias das
provas extremas (Jó 1.13-22; 2.10). Tiago encoraja-nos então a alegrarmo-nos
diante do enfrentamento das várias tentações (v.1), pois a paciência é
resultado da prova da nossa fé.
3.
Chegar à perfeição. A habilidade de perseverar ou desenvolver a
paciência não acontece da noite para o dia. Envolve tempo, experiência e
maturidade. O meio-irmão do Senhor destaca na epístola a paciência para que o
leitor seja estimulado a chegar à perfeição e, consequentemente, à completude
da vida cristã, que se dará na eternidade. A expressão "obra
perfeita" traz a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com
vistas à maturidade espiritual. O motivo pelo qual o cristão é provado não é
outro senão para que persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição
segundo Cristo Jesus (Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13).
Sabemos que todo cristão passa por
aflições e tentações ao longo da vida. Talvez você esteja vivendo tal situação.
Lembre-se de que o nosso Senhor Jesus passou por inúmeras tribulações e
tentações, mas venceu todas, tornando-se o maior exemplo de vida para os seus
seguidores. Cada tentação vencida pelo crente, significa um avanço rumo ao
amadurecimento espiritual. Um dia ele atingirá a estatura de varão perfeito à medida
da estatura de Cristo (Ef 4.13). Este é o nosso objetivo na jornada cristã!
Deus nos recompensará! Estejamos firmes no Senhor Jesus, pois Ele já venceu por
nós e por isso somos mais que vencedores.
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qualidades dos slides, sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint
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Referência
Revista
Lições Bíblicas. FÉ E OBRAS, Ensinos de Tiago para uma vida cristã
autêntica. Lição 02 – O propósito da tentação. I – O fortalecimento
produzido pelas tentações. 1. O que é tentação. 2. Fortalecimento após a
tentação. 3. Felicidade pela tentação. II – A origem das tentações. 1. A
tentação é humana. 2. Atração pela própria concupiscência. 3. Deus nos
fortalece na tentação. III – O propósito das tentações. 1. Para provar a nossa
fé. 2. Produzir a paciência. 3. Chegar à perfeição. Conclusão. Editora CPAD.
Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2014.
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