LIÇÃO
06 - PERSEVERANÇA E FÉ EM TEMPO DE APOSTASIA
TEXTO
ÁUREO
"Para
que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e
paciência, herdam as promessas." (Hb 6.12)
VERDADE
PRÁTICA
Contra
o perigo da apostasia, a Palavra de Deus revela a necessidade de ânimo e
perseverança de fé.
Hebreus
6.1-15
1
- Pelo que, deixando os rudimentos da doutrina de Cristo, prossigamos até a
perfeição, não lançando de novo o fundamento do arrependimento de obras mortas
e de fé em Deus,
2
- e da doutrina dos batismos, e da imposição das mãos, e da ressurreição dos
mortos, e do juízo eterno.
3
- E isso faremos, se Deus o permitir.
4
- Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, e provaram o dom
celestial, e se fizeram participantes do Espírito Santo,
5
- e provaram a boa palavra de Deus e as virtudes do século futuro,
6
- e recaíram sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto
a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.
7
- Porque a terra que embebe a chuva que muitas vezes cai sobre ela e produz
erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada recebe a bênção de Deus;
8
- mas a que produz espinhos e abrolhos é reprovada e perto está da maldição; o
seu fim é ser queimada.
9
- Mas de vós, ó amados, esperamos coisas melhores e coisas que acompanham a
salvação, ainda que assim falamos.
10
- Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra e do trabalho de
amor que, para com o seu nome, mostrastes, enquanto servistes aos santos e
ainda servis.
11
- Mas desejamos que cada um de vós mostre o mesmo cuidado até ao fim, para
completa certeza da esperança;
12
- para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que, pela fé e
paciência, herdam as promessas.
13
- Porque, quando Deus fez a promessa a Abraão, como não tinha outro maior por
quem jurasse, jurou por si mesmo,
14
- dizendo: Certamente, abençoando, te abençoarei e, multiplicando, te
multiplicarei.
15
- E assim, esperando com paciência, alcançou a promessa.
INTRODUÇÃO
O
autor já havia dito que os crentes deveriam ser mestres, mas em vez disso
necessitavam que alguém lhes ensinasse de novo os primeiros rudimentos da fé (Hb 5.12). A vida cristã é dinâmica e exige
que o discípulo vá além dos primeiros passos. Mas isso não estava acontecendo
com a comunidade com a qual o autor sacro se correspondia. Em vez disso, dava
sinais de cansaço, indolência, negligência e imaturidade espiritual, o que
poderia trazer como consequência o esfriamento e o fracasso na fé. A graça não
é irresistível e nem tampouco incondicional. A apostasia é retratada pelo
escritor como algo real e não apenas como um perigo hipotético, por isso, ele
mostra que para se evitar decair é necessário perseverança, fé e confiança nas
promessas de Deus.
I
- A NECESSIDADE DO CRESCIMENTO ESPIRITUAL
1. Indo além dos
rudimentos doutrinários sobre arrependimento e fé. Longe de dizer que a doutrina do
arrependimento e da fé não é mais necessária, o autor quer mostrar que ela é
importante sim, mas que constitui o "ABC doutrinário" da fé cristã. A
vida cristã começa com o arrependimento e fé (Mc 1.15). De fato, a Bíblia mostra que para
que uma pessoa possa ser salva, ela primeiro deve crer (Mc 16.16; At 16.31; Rm 1.16; Ef 2.8; 1 Tm 1.16) e não o contrário. Todavia não deve
parar aí. Há um longo caminho a percorrer e os seus leitores, parece, haviam se
esquecido desse fato, "estacionando" na jornada.
2. Indo além dos
rudimentos doutrinários sobre batismos e imposição de mãos. O segundo bloco de rudimentos
doutrinários (Hb 6.2) mostrado pelo autor é formado pelos
ensinamentos sobre batismos e imposição de mãos. O contexto mostra que em Hebreus 6.2 a referência é ao batismo cristão em
contraste com outros batismos praticados no judaísmo. Na igreja primitiva o
batismo em águas era feito em razão do "arrependimento para remissão de
pecados" (Mc 1.4;
At 10.47,48; 22.16). O batismo não possuía poder
salvífico, isto é, não era um sacramento, mas um testemunho público da fé em
Cristo. Por outro lado, a doutrina da imposição de mãos é evidenciada em vários
lugares na Bíblia, mas era sempre demonstrada como um símbolo exterior da
prática da oração (At 6.6; 13.3; 1 Tm 4.14).
3. Indo além dos
rudimentos doutrinários sobre ressurreição e juízo. Fica patente para o leitor do Novo
Testamento que a pregação apostólica se fundamentava primeiramente no fato da
ressurreição de Jesus (At 4.33; 17.18). Tanto a doutrina da ressurreição dos
mortos como a do juízo vindouro são demonstradas pelo autor como fontes de
esperança para os cristãos (Hb 10.36,37; 12.28,29). Elas eram elementos indispensáveis para que o cristão
mantivesse sua expectativa no porvir. Mas não deveriam parar aí, antes, tinham
de avançar.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Crescer
espiritualmente significa ir além dos rudimentos doutrinários do arrependimento
e da fé, do batismo, da imposição de mãos, da ressurreição e do juízo.
II
- A NECESSIDADE DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL
1. Apostasia, uma
possibilidade para quem foi iluminado e regenerado. As palavras do autor dão início ao
versículo 4 do capitulo 6 de Hebreus com o vocábulo grego
adynato, traduzido aqui como "impossível". É a mais forte advertência
em o Novo Testamento sobre o perigo de decair da graça. Os gramáticos observam
que o seu sentido aqui é enfatizar o que vem colocado depois da conversão (Hb 6.4). O autor fala de pessoas crentes,
porque nenhum descrente foi iluminado nem tampouco experimentou do dom
celestial. No capítulo 10 e versículo 32 ele usa a expressão
"iluminados" para se referir à conversão dos seus leitores. Além do
mais, as palavras "uma vez" (Hb 6.4) contrastam com "outra vez"
(Hb 6.6), mostrando o antes e o depois da
conversão. Essas não são expressões usadas para pessoas não regeneradas. A
apostasia, o perigo de decair da fé, é colocada pelo escritor de Hebreus como
algo factível, um perigo real a ser evitado por quem nasceu de novo.
2. Apostasia, uma
possibilidade para quem vivenciou a Palavra e o Espírito. A possibilidade de decair da graça é
posta para aqueles que "se fizeram participantes do Espírito Santo, e
provaram a boa palavra de Deus" (Hb 6.4,5). O autor sacro já havia dito como uma pessoa se torna
participante de alguma coisa. Os crentes tornam-se participantes da vocação
celestial (Hb 3.1); participantes de Cristo (Hb 3.14) e, dessa forma, participantes do
Espírito Santo (Hb 6.4). Mais uma vez o texto mostra que a
mensagem é dirigida às pessoas regeneradas. Esses crentes haviam se tornado
participantes do Espírito Santo e da Palavra de Deus. Somente os nascidos de
novo participam do Espírito Santo (Jo 14.17) e provam da Palavra (At 8.14; 1 Ts 2.13). Portanto, trata-se de uma
advertência para os salvos.
3. Apostasia, uma
possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino. Esses crentes, aos quais o autor se
referia, também experimentaram "as virtudes do século futuro" (Hb 6.5). Essa expressão é usada no contexto
da cultura neotestamentária como uma referência a era messiânica. Ao receber a
Cristo como Salvador, os crentes já participam antecipadamente das bênçãos do
Reino de Deus. Vigilância mais uma vez é requerida para os salvos que
ingressaram nesse Reino. Quem despreza a graça de Deus, não se torna um
"cidadão real" desse Reino.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Precisamos
ter vigilância espiritual porque a apostasia é uma possibilidade para quem foi
iluminado e regenerado, para quem vivenciou a Palavra, provou do Espírito e
viveu a expectativa do Reino.
III
- A NECESSIDADE DE CONFIAR NAS PROMESSAS DE DEUS
1. O serviço cristão e a
justiça de Deus. O
autor sabia que usou um tom exortativo forte deixando claro que não se pode
brincar com a fé. Agora ele vê a necessidade de consolar os cristãos depois
desse "tratamento de choque" (Hb 6.9,10). Aos crentes fiéis no seu serviço é dito que Deus, em
sua justiça, os recompensará. É bom saber que mesmo não recebendo o
reconhecimento dos homens, teremos o reconhecimento de Deus.
2. A perseverança de
Abraão e a fidelidade de Deus.
A exortação do escritor de Hebreus toma como parâmetro a pessoa de Abraão. O
velho patriarca é o modelo do crente perseverante, que de posse da promessa de
Deus, soube esperar com paciência (Hb 6.12,13). Por que voltar atrás se temos as promessas de Deus que
nos motivam a caminhar à frente (Hb 6.14,15)?
3. Cristo, sacerdote e
precursor do crente.
O autor sagrado volta-se para Jesus, o nosso exemplo maior de perseverança,
fidelidade e esperança. Nessa jornada, Ele se adiantou e foi a nossa frente,
tornando-se o nosso precursor (Hb 6.20). O termo "precursor" era
usado na cultura antiga em referência a um batedor militar, a alguém que tomava
a dianteira para abrir caminho. Jesus entrou na presença de Deus, como nosso
sumo sacerdote para nos dar o direito de viver eternamente.
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Podemos
confiar nas promessas do Senhor, pois à luz da perseverança de Abraão e da
fidelidade de Deus, nos chegamos a Cristo, o sacerdote e precursor do crente.
CONCLUSÃO
O
capítulo 6 de Hebreus contém uma das mais fortes exortações encontradas em todo
o Novo Testamento - a necessidade de perseverança e vigilância para não se
decair da fé. O processo da salvação não se dá de forma mecânica e nem
compulsória, mas se firma na entrega e aceitação voluntária a uma dádiva
divina. A tudo isso temos que responder com amor, cuidado e zelo (1 Co
10.7-13). Essa exortação de forma alguma deve levar-nos ao medo, pavor ou
pânico, mas conduzir-nos a confiar inteiramente no Senhor que é poderoso para guardar-nos
até o dia final.
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. A SUPREMACIA DE CRISTO,
Fé, esperança e ânimo na Carta aos
Hebreus. Lição 06 – Perseverança e fé em tempo de apostasia. I – A
necessidade do crescimento espiritual. 1. Indo além dos rudimentos doutrinários
sobre arrependimento e fé. 2. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre
batismos e imposição de mãos. 3. Indo além dos rudimentos doutrinários sobre
ressurreição e juízo. II – A necessidade da vigilância espiritual. 1. Apostasia,
uma possibilidade para quem foi iluminado e regenerado. 2. Apostasia, uma
possibilidade para quem vivenciou a Palavra e o Espírito. 3. Apostasia, uma
possibilidade para quem viveu as expectativas do Reino. III – A necessidade de
confiar nas promessas de Deus. 1. O serviço cristão e a justiça de Deus. 2. A
perseverança de Abraão e a fidelidade de Deus. 3. Cristo, sacerdote e precursor
do crente. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2018.
Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor
na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12.
Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 -
984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
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