LIÇÃO
01 - A CARTA AOS HEBREUS E A EXCELÊNCIA DE CRISTO
TEXTO
ÁUREO
"Havendo
Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos
profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho." (Hb 1.1)
VERDADE
PRÁTICA
Por
meio de Cristo, Deus revelou-se de uma forma especial e definitiva ao seu povo.
Hebreus
1.1-14
1
- Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos
pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho,
2
- a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo.
3
- O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa,
e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si
mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas
alturas;
4
- feito tanto mais excelente do que os anjos, quanto herdou mais excelente nome
do que eles.
5
- Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei? E outra
vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?
6
- E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de
Deus o adorem.
7
- E, quanto aos anjos, diz: O que de seus anjos faz ventos e de seus ministros,
labareda de fogo.
8
- Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos,
cetro de equidade é o cetro do teu reino.
9
- Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus, te
ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
10
- E: Tu, Senhor, no princípio, fundaste a terra, e os céus são obra de tuas
mãos;
11
- eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão,
12
- e, como um manto, os enrolarás, e, como uma veste, se mudarão; mas tu és o
mesmo, e os teus anos não acabarão.
13
- E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha destra, até que ponha os
teus inimigos por escabelo de teus pés?
14
- Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores, enviados para servir
a favor daqueles que hão de herdar a salvação?
INTRODUÇÃO
Nesta
lição introdutória do nosso estudo da Carta aos Hebreus, queremos iniciar
dizendo que assim como todos os escritos da Bíblia, esta carta é um documento
especial. Em nenhum outro documento do Novo Testamento encontramos um apelo
exortativo tão forte. Isso possuía uma razão de ser - os crentes hebreus davam
sinais de enfraquecimento espiritual e até mesmo o risco de abandonarem a fé!
Era, portanto, urgente admoestá-los a perseverarem. Jesus, a quem o autor
mostra ser maior do que os profetas, maior do que todas as hostes angélicas,
maior do que Arão, Moisés, Josué e até mesmo os céus, é nosso grande ajudador
nessa jornada.
I
- AUTORIA, DESTINATÁRIO E PROPÓSITO
1. Autoria. A Carta aos Hebreus não revela o nome
do seu autor. Esse fato fez com que surgissem inúmeras controvérsias em torno
de sua autoria. É certo que os cristãos primitivos sabiam quem realmente a
escreveu; todavia, já por volta do segundo século da nossa era não havia mais
consenso quanto a isso. Clemente de Alexandria, no final do segundo século,
atribuiu ao apóstolo Paulo a sua autoria, contudo, ao afirmar que Paulo a
escreveu em hebraico e que Lucas a teria traduzido para o grego, passou a ser
duramente questionado. As razões são basicamente duas: O texto de Hebreus, um
dos mais rebuscados do Novo Testamento grego, não parece ser uma tradução. Por
outro lado, o estilo usado na carta não parece ser de forma alguma de Paulo.
Outros nomes surgiram como possíveis autores de Hebreus: Barnabé, Apolo, Lucas,
Clemente Romano, etc. O certo é que somente Deus sabe quem é o seu autor. Por
outro lado, o fato de ter sua autoria desconhecida em nada diminui a sua
autoridade.
2. Destinatários. Não há dúvida de que a Carta aos
Hebreus foi escrita para cristãos judeus. Deve ser observado que essa carta foi
endereçada a uma comunidade específica de cristãos e não a um grupo
indeterminado. O autor conhece o público a quem endereça o seu texto e espera
até mesmo encontrar-se com eles (Hb 13.19,23). Onde viviam esses crentes é um ponto debatido pelos
teólogos. Baseados na expressão "os da Itália vos saúdam" (Hb 13.24), muitos eruditos argumentam que esses crentes se
encontravam fora de Roma, capital do Império Romano. A data da carta é motivo
de disputa, mas as evidências internas permitem-nos situá-la antes da
destruição do Templo de Jerusalém no ano 70 d.C.
3. Propósito. O escritor I. Howard Marshal observa
que Hebreus combina instrução com exortação. De fato, essa carta possui uma
grande carga exortativa. Ela exorta os crentes a terem ânimo, confiança e fé em
um tempo marcado pela apostasia. Muitos pareciam estar desanimados com a
oposição que a nova fé vinha sofrendo e em razão disso estavam voltando às
antigas práticas judaicas. A carta, portanto, exorta esses crentes a suportarem
as pressões e perseguições, lembrando-os que não haviam ainda derramado sangue
pela sua fé (Hb 12.4). Essas palavras continuam ecoando
nesses dias quando muitos crentes demonstram apatia e falta de fervor
espiritual diante de um mundo hostil.
SÍNTESE
DO TÓPICO I
A
autoria de Hebreus é desconhecida; seus destinatários eram cristãos judeus; seu
propósito, exortar os cristãos a terem ânimo e fé.
II
- CRISTO - A PALAVRA SUPERIOR A DOS PROFETAS
1. A revelação profética
e a Antiga Aliança.
Ao falar da supremacia de Jesus, o autor de Hebreus primeiramente o faz em
relação aos profetas. Deus falou no passado pelos profetas e no presente pelo
Filho (Hb 1.1). A revelação profética no antigo Israel fez
com que esse povo se distinguisse dos demais. O autor mostra um Deus que se
revela, que se comunica com os seus. Ele fala de uma forma direta a seu povo,
não é um Deus mudo! Os advérbios gregos polymerôs ("muitas vezes") e
polytropos ("muitas maneiras"), que modificam o verbo falar, mostram
a intensidade dessa comunicação. Deus, em nenhum momento da história, deixou o
seu povo sem orientação. Ele fala, e fala sempre o que é necessário.
2. A revelação profética
e a Nova Aliança. Aos
cristãos da Nova Aliança, Deus falou por intermédio do seu Filho (Hb 1.1). O uso das expressões "havendo falado" ou
"depois de ter falado" (Hb 1.1,2)
por parte do autor mostra que essa ação de Deus foi um fato consumado. Isso tem
levado alguns intérpretes a dizer que a partir daquele momento, Deus não
falaria mais diretamente com ninguém. Mas isso é ir além daquilo que o autor
tencionava dizer. O uso dessa expressão é mais bem entendida como significando
que Deus falou de forma completa nos dias do autor, todavia, sem a conotação
temporal de que não falaria mais no futuro. O Espírito profético, que é o Espírito
de Cristo (1
Pe 1.11; Rm 8.9,10), continua dando à Igreja hoje a percepção do plano e
vontade de Deus para o seu povo (Jo 14.26; 15.26; 16.13). E isso sempre em consonância com as
Escrituras.
3. Cristo: a revelação
final. O objetivo do
autor aqui, evidentemente, é mostrar que Cristo é o clímax da revelação
profética. Ele é a revelação final! O ministério profético na Antiga Aliança
era de importância ímpar. O Senhor disse que falaria por intermédio de seus
profetas: "Certamente o Senhor Jeová não fará coisa alguma, sem ter
revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Am
3.7). O silêncio profético, portanto, era a pior forma de castigo que
poderia vir ao antigo Israel. Os profetas eram importantes, mas a relevância
deles estava muito longe daquela possuída por Jesus Cristo, o Filho de Deus. Os
profetas eram apenas servos, mas o Filho era o herdeiro de Deus e o agente da
Criação (Hb 1.2). Ele é o redentor do mundo! Nenhum
profeta morreu de forma vicária pelo povo de Deus.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Da
Antiga à Nova Aliança, Cristo é a revelação plena de Deus Pai, por isso, Ele é
superior aos profetas.
III
- CRISTO - SUPERIOR AOS ANJOS
1. Cristo: superior em
natureza e essência.
Devemos ter sempre em mente que o autor de Hebreus tenciona mostrar a
superioridade de Cristo em relação às demais ordens da criação. O seu foco aqui
são os anjos. A cultura judaica via os anjos como seres de uma ordem superior e
mediadores da revelação divina (At 7.53; Gl 3.19; Hb 2.2). Mesmo cercados de força e poder, os
anjos eram inferiores ao Filho (Hb 1.4). Jesus é o reflexo
da glória de Deus e possuidor da mesma essência divina (Hb 1.3).
O autor usa dois vocábulos gregos que deixam isso bem definido: apaugasma e
character, que significam respectivamente "radiância" e
"reflexo", traduzidos aqui como resplendor e "caráter", com
o sentido de expressão exata do seu ser. Embora sendo pessoas diferentes, tanto
o Filho como o Pai possuem a mesma essência. Cristo é o Deus revelado!
2. Cristo: superior em
majestade e deidade.
O autor passa então a mostrar a supremacia de Cristo em relação aos anjos por
meio de vários fatos documentados nas Escrituras. Os anjos são criaturas, o
Filho é Criador. O filho é gerado, não criado. C. S. Lewis observa que o que
Deus gera é Deus; assim como o que o homem gera é homem. O que Deus cria não é
Deus; da mesma forma que o que o homem faz não é homem. Daí a razão de os
homens não serem filhos de Deus no mesmo sentido que Cristo. Eles podem
assemelhar-se a Deus em certos aspectos, mas não pertencem à mesma espécie. O
mesmo se pode dizer dos anjos. Eles não possuem a mesma essência divina que o
Filho. É por essa razão que o autor destaca que o Filho é chamado de
"Deus" (v.8) e que por isso merece adoração (v.6). A Ele toda honra e glória!
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Jesus
Cristo é superior aos anjos em relação à natureza, essência, majestade e
deidade.
CONCLUSÃO
O
autor de hebreus não quis se identificar, mas isso em nada compromete a
autoridade desse documento. Desde os primórdios, a igreja valeu-se dos ensinos
dessa carta para fortalecer a fé dos crentes. Clemente de Alexandria fez amplo
uso das exortações encontradas nessa carta e, ao assim fazer, reconhecia o
profundo valor espiritual de Hebreus. Nesses últimos dias, onde os joelhos de
muitos cristãos parecem vacilantes, faz-se necessário atentarmos diligentemente
para o conselho encontrado em Hebreus, "se ouvirdes hoje a sua voz, não
endureçais o vosso coração" (3.7).
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Referências
Revista
Lições Bíblicas. A SUPREMACIA DE CRISTO,
Fé, esperança e ânimo na Carta aos
Hebreus. Lição 01 – A Carta aos Hebreus e a excelência de Cristo. I – Autoria,
destinatário e propósito. 1. Autoria. 2. Destinatário. 3. Propósito. II – Cristo
– A palavra superior a dos profetas. 1. A revelação profética e a Antiga
Aliança. 2. A revelação profética e a Nova Aliança. 3. Cristo. A revelação
final. III – Cristo- Superior aos anjos. 1. Cristo: superior em natureza e
essência. 2. Cristo: Superior em majestade e deidade. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1°
Trimestre de 2018.
Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor
na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12.
Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 -
984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
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