LIÇÃO
03 - A SANTÍSSIMA TRINDADE: UM SÓ DEUS EM TRÊS PESSOAS
TEXTO
ÁUREO
"Portanto, ide, ensinai todas as
nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo." (Mt
28.19)
VERDADE
PRÁTICA
Cremos em um só Deus, eternamente
subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo iguais
em substância, glória, poder e majestade.
1
Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13
1 Co 12.4 - Ora, há diversidade de dons,
mas o Espírito é o mesmo.
5 - E há diversidade de ministérios, mas
o Senhor é o mesmo.
6 - E há diversidade de operações, mas é
o mesmo Deus que opera tudo em todos.
2 Co 13.13 - A graça do Senhor Jesus
Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos.
Amém!
INTRODUÇÃO
A doutrina da Trindade é a verdade mais
crucial do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo revelado no
Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque
da presente lição.
I -
CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS
1. A
unidade na Trindade (1 Co 12.4-6). Uma leitura superficial
dessa passagem pode levar alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma
dessas pessoas é Deus, como costumam fazer determinados grupos tidos como
cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele
afirma a unidade de Deus, uma só essência e substância, em diversidade de
manifestações de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o
Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na diversidade.
2. A
bênção apostólica (2 Co 13.13). Há aqui certo paralelismo
com a bênção sacerdotal (Nm 6.24-26). Essa saudação final não é comum nas
epístolas paulinas. Não parece haver aqui intenção de explicar a doutrina da
Trindade. Trata-se do pronunciamento habitual do ministro de culto ao despedir
os fiéis no fim das reuniões nas primeiras décadas da história da Igreja. Se
isso puder ser confirmado, significa que os cristãos já estavam conscientes
dessa realidade divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da graça do
Senhor Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação trinitária.
3. O
Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Temos aqui a diversidade de
operações e funções na unidade de Deus. É Deus quem nos chama por meio do
Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte de nossa fé e esperança. O Pai,
o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder, glória e majestade, que
subsistem desde a eternidade em uma só substância indivisível, mas manifestos
na história salvífica em formas pessoais e funções distintas (1 Pe 1.2).
SÍNTESE
DO TÓPICO I
Na Bíblia encontramos algumas
construções trinitárias.
II -
O DEUS TRINO E UNO
1.
Uma questão crucial. A Bíblia mostra com clareza meridiana a
divindade do Filho: "e o Verbo era Deus" (Jo 1.1). Trata-se de uma
divindade plena e absoluta: "porque nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade" (Cl 2.9). As Escrituras afirmam também que o
Espírito Santo é Deus: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16); e é também Senhor:
"Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17, ARA). Como conciliar essa
verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc 12.29,30).
Tal não se trata de triteísmo, isto é, "três deuses", pois existe um
só Deus e Deus é um só (1 Co 8.6; Gl 3.20). A única explicação é a Trindade.
2. A
Trindade. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo
Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito
Santo num tipo de relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de
sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do
Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica
mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito
claro e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu
ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt
12.28). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em
um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.
SÍNTESE
DO TÓPICO II
Cremos em um Deus trino e uno.
III
- AS CRENÇAS INADEQUADAS
1.
Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento
que surgiu após a metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão.
Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles,
chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, "governo exercido por
um único soberano"). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis,
"poder", em grego, por ocasião do seu batismo no rio Jordão; outros
afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição. Todas as
ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam a crença
desde a Era Apostólica, que considerava Jesus "o verdadeiro Deus e a vida
eterna" (1 Jo 5.20). Eles são os ancestrais do arianismo.
2.
Os monarquianistas modalistas. Esses são assim
identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles,
Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no
seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito
Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces,
semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade. Trata-se de
um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt
3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa
doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros
espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é
Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.
3. O
arianismo. É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento
que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a
crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava
que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do
nada, uma classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma
terceira classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus
seguidores era: "Houve tempo em que o Verbo não existia". Mas o
ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é
eterno (Is 9.6), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas,
e todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17).
SÍNTESE
DO TÓPICO III
Os monarquianistas dinâmicos, os
modalistas e o arianismo propagam crenças inadequadas a respeito da Trindade.
IV -
RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE
1.
Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que a doutrina
da Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador
romano pagão. Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos
antes Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema
do referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua
consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o
Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao
invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões
principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo.
2. A
definição de Tertuliano. Ele foi o neologista da Igreja que
criou o termo "Trindade", na seguinte declaração: "Todos são um,
por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação
que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai,
Filho e Espírito Santo; três contudo, não em essência, mas em grau; não em
substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma
só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que
esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e
Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a
substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na
aparência que chamamos de "pessoas" (Mt 28.19).
3.
Formulação definitiva da Trindade. Isso só aconteceu no
Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que
combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito
Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados
pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo.
O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a
divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da
Santíssima Trindade.
SÍNTESE
DO TÓPICO IV
Na Bíblia Sagrada encontramos as
respostas às objeções acerca da Trindade.
CONCLUSÃO
Diante do exposto, está claro que a
doutrina da Trindade é bíblica e está presente desde o Gênesis até o
Apocalipse.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A RAZÃO DA NOSSA FÉ, Assim cremos, assim vivemos. Lição 03 – A
santíssima Trindade: um só Deus em três pessoas. I – Construções bíblicas
trinitárias. 1. A unidade na Trindade. 2. A bênção apostólica. 3. O Deus trino
e uno revelado. II – O Deus trino e uno. 1. Uma questão crucial. 2. A trindade.
III – As crenças inadequadas. 1. Os monarquianistas dinâmicos. 2. Os
monarquianistas modalistas. 3. O arianismo. IV – Respostas às objeções acerca da trindade.
1. Esclarecimento. 2. A definição de Tertuliano. 3. Formulação definitiva da
Trindade. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 –
981264038 (Tim), pregação e ensino.
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