LIÇÃO 13 - O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
TEXTO
ÁUREO
"Ao único Deus, sábio, seja dada
glória por Jesus Cristo para todo o sempre. Amém!" (Rm 16.27)
VERDADE
PRÁTICA
Deus deseja que os crentes, alcançados
pela graça, cultivem relacionamentos saudáveis.
INTRODUÇÃO
Os vinte e sete versículos do capítulo dezesseis
da Epístola aos Romanos encerram a monumental obra literária de Paulo. Por toda
a obra, o apóstolo discorreu a respeito dos principais temas da fé cristã e
deixou-nos princípios fundamentais que são úteis para a construção de relacionamentos
interpessoais. De uma maneira informal, mas com o seu estilo literário característico,
Paulo traz à lembrança nomes de pessoas que, de uma forma ou de outra, o
ajudaram a construir a identidade cristã do primeiro século. Ele não deixou que
esses nomes caíssem no esquecimento, e, no final de sua carta envia-lhes
saudações, numa demonstração de gratidão a Deus por tudo o que essas
significaram para ele.
I –
A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1.
Valorizando pessoas, não coisas. Paulo finaliza sua carta
primeiramente recomendando a irmã Febe, membro da igreja de Cencreia. Foi
através dela que o apóstolo enviou sua epístola à igreja que estava em Roma. A
recomendação vem acompanhada de uma observação na qual Paulo reconhece o
serviço prestado por ela à igreja de Cencreia:"[...] A qual serve na
igreja que está em Cencreia, para que a recebais no Senhor, como convém aos
santos, e a ajudeis em qualquer coisa que de vós necessitar; porque tem
hospedado a muitos, como também a mim mesmo"(Rm 16.1,2). Ela servia à
igreja. O vocábulo servir, usado aqui, traduz o termo grego diakonos, o que tem
levado muitos comentaristas a acreditar que ela era uma diaconisa da igreja. O
fato é que o apóstolo pôs em evidência a função em vez do ofício. Infelizmente,
hoje as coisas estão invertidas. O que vale mais hoje são os títulos e os
cargos ao invés do desempenho do serviço cristão.
2. O
valor das mulheres. Paulo fala de Priscila e Áquila, como tendo
exposto suas vidas na causa do Evangelho (Rm 16.3). Esse casal era judeu e
havia sido expulso de Roma pelo imperador Cláudio. Agora haviam voltado à
capital do império. Outras referências ao mesmo casal são encontradas em Atos 18.2,18,26,
1 Coríntios 16.19 e 2 Timóteo 4.19. Duas observações são importantes na vida
desse casal. Primeiramente, Paulo sempre cita Priscila em primeiro lugar.
Muitos comentaristas concordam que isso tinha uma razão de ser. Priscila se
destacava na obra do Senhor, sendo auxiliada por Áquila, seu esposo. Quem não
conhece uma irmã em Cristo que se destaca mais do que o esposo na causado
Mestre? Paulo não cita apenas Priscila, mas cita outras mulheres de igual
destaque. No versículo 6, ele menciona uma mulher de nome Maria: "Saudai a
Maria, que trabalhou muito por nós". Pouco se diz dessa Maria, e o que se
sabe é que ela "trabalhou muito" na obra de Deus. Trabalhar aqui
traduz o termo grego kopiao, que significa trabalho voluntário. Maria se deu
voluntariamente para a obra de Deus. Precisamos de mais "Marias". Que
o Senhor envie mais "Marias" para a sua obra.
3.
Irmandade e companheirismo. Na saudação seguinte, sentimos o peso que
tinha a comunidade cristã para Paulo e o valor do seu companheirismo (Rm16.7,8).
A igreja é o Corpo de Cristo. Ela é uma grande família. Conscientizemo-nos da
importância que tem a fraternidade cristã para a saúde da igreja. Infelizmente a
nossa espiritualidade segue mais um modelo de condomínio, onde ninguém conhece
ninguém, do que de uma casa de família, onde todos se conhecem e se relacionam.
II –
AS AMEAÇAS ÀS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1.
Individualismo. No meio das saudações, o apóstolo Paulo, de
forma abrupta, põe uma advertência: "E rogo-vos, irmãos, que noteis os que
promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos
deles" (Rm 16.17). Alguns comentaristas acham que esse versículo se
encontra deslocado do restante dos demais. Mas, a verdade é que ele está no
lugar onde deveria estar. Paulo via como uma ameaça a quebra da koinonia
cristã. Portanto, era um perigo às relações interpessoais, o individualismo
daqueles que promoviam dissensões. Esse individualismo está caracterizado no
fato de que eles serviam ao seu próprio estômago ou ventre. Viviam para si
mesmos. O faccioso geralmente é um indivíduo solitário até o momento em que
arregimenta outros para compartilhar do seu pensamento doentio. A igreja deve
observá-lo e afastar-se dele.
2.
Sensualismo e antinomismo. Esses irmãos facciosos não apenas provocavam
dissensões, mas também promoviam escândalos (Rm 16.17).A maioria dos comentaristas
são de acordo que Paulo tinha em mente o movimento herético do primeiro século conhecido
como gnosticismo. Era um movimento sectário, que tinha como prática o
sensualismo e o antinomismo. Em outras palavras, como viam a matéria como algo
ruim, não tinham apreço pelo corpo, já que este era material. Isso os conduzia
a uma vida sensual. Por outro lado, outra consequência desse entendimento
errado, estava na troca da doutrina bíblica por "palavras suaves e
lisonjas" (Rm 16.18). Não havia regras para obedecer. Esse ensino de sabor
adocicado, porém falso, tinha a capacidade de atrair os incautos.
III
- A FONTE DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
1.
Existe em razão da sabedoria e soberania de Deus. Paulo
queria que os Romanos se certificassem de que ele lhes ensinara o Evangelho de
Deus. O evangelho da graça faz parte do "mistério" que Deus deu a
conhecer no final dos tempos (Rm 16.25). Esse mistério, que esteve oculto, foi
dado a conhecer á Igreja através de revelação do Espírito Santo. Era sobre o
desvendar desse mistério que Paulo acabara de escrever. Deus, em sua soberania,
permitiu que a sua sabedoria fosse revelada no evangelho da graça. O resultado
foi a salvação a todo aquele que crer. A igreja de Roma era fruto disso.
2.
Existe em razão da graça de Deus. Paulo encerra a sua
Epístola com uma razão de ser, a revelação da graça de Deus, mediante o
Evangelho: "Mas que se manifestou agora e se notificou pelas Escrituras
dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para
obediência da fé, ao único Deus, sábio, seja dada glória por Jesus Cristo para
todo o sempre. Amém!" (Rm 16.26,27). Essas palavras de adoração nos fazem
lembrar outra expressão de louvor do apóstolo: "Porque dele, e por ele, e para
ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!" (Rm 11.36).
CONCLUSÃO
Nada mais apropriado do que encerrar uma
carta incentivando as relações interpessoais saudáveis. É isso o que Paulo faz
no final da carta aos Romanos. Primeiramente vemos o quanto ele valorizou o
relacionamento interpessoal saudável, doutrinando a igreja a respeito dos
perigos das contendas e divisões. O individualismo, o sensualismo e as heresias
deveriam ser resistidos energicamente. Muitos dos nomes que Paulo citou haviam
labutado ombro a ombro com ele na edificação do Corpo de Cristo. Não eram
lembranças nostálgicas, mas recordações que ajudavam a refrigerara alma. Por
último, não deveriam esquecer de que a fonte e a origem de toda harmonia é
Deus. Ele é a fonte de toda a graça dispensada.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. MARAVILHOSA GRAÇA, O Evangelho de Jesus Cristo revelado na carta aos Romanos. Lição 13
– O cultivo das relações interpessoais. I – A importância das relações
interpessoais. 1. Valorizando pessoas, não coisas. 2. O valor das mulheres. 3. Irmandade
e companheirismo. II – As ameaças às relações interpessoais. 1. Individualismo.
2. Sensualismo e antinomismo. III – A fonte das relações interpessoais. 1. Existe
em razão da sabedoria e soberania de Deus. 2. Existe em razão da graça de Deus.
Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2016.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038
(Tim), pregação e ensino.
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