LIÇÃO 12 - ÉTICA
CRISTÃ E POLÍTICA
TEXTO ÁUREO
“Portanto,
dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a
quem temor, temor; a quem honra, honra.” (Rm 13.7)
VERDADE
PRÁTICA
A
política faz parte da vida em sociedade. Como o cristão não vive isola-do, ele
deve ter consciência política, sendo sal e luz neste mundo.
Romanos
13.1-7
1
– Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade
que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus.
2
– Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que
resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3
– Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más.
Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela.
4
– Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois
não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o
que faz o mal.
5
– Portanto, é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo,
mas também pela consciência.
6
– Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus,
atendendo sempre a isto mesmo.
7
– Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem
imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
INTRODUÇÃO
As
Escrituras registram a liderança política de grandes personagens bíblicos,
entre eles, José, o governador do Egito (At 7.9,10);
e Ester, a rainha da Pérsia e da Média (Et 5.2).
Contudo, apesar desses exemplos, por muitas décadas a política foi satanizada
no meio evangélico. Como resultado, e com sua omissão, a igreja permitiu que o
Poder Público fosse exercido muitas vezes por ateus, ímpios e imorais. Esse
comportamento contribuiu com a eleição, por exemplo, de governos contrários à
cultura judaico-cristã. Para mudar esse quadro faz-se necessário que a igreja
amadureça e aprofunde sua “consciência política”.
I – UMA
PERSPECTIVA BÍBLICA DA POLÍTICA
1.
Deus governa todos os aspectos da vida humana, inclusive o político. As Escrituras mostram que Deus se relaciona
diretamente conosco em todos os aspectos da vida (Mt 6.33).
Isso significa que Ele intervém em nossa jornada diária, pois o Pai Celeste
“trabalha para aquele que nele espera” (Is 64.4). Nesse
aspecto, a Bíblia mostra que o Altíssimo “remove os reis e estabelece os reis”
(Dn 2.21), “porque não há autoridade que não venha de
Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus” (Rm
13.1). Sim, o Deus Altíssimo governa o aspecto político da vida no mundo.
2.
Deus levanta homens que o glorifiquem na política. Os exemplos da Bíblia são abundantes. Mas
destacamos três deles: José, filho de Jacó (Gn 41.37-57);
Ester, a rainha (Et
2.12-20); Daniel, o jovem (Dn
2.46-49). Essas três pessoas se colocaram à disposição do Senhor, e por
intermédio dEle, providenciaram o escape para o povo de Deus (Gn 42.46-49; Et 7.1-10;
Dn 2.1-45). A história da Igreja também mostra um homem
chamado William Wilberforce (1759 - 1833), que por influência do Evangelho, e
impactado pelo ministério de John Wesley, foi quem liderou o fim do tráfico de
escravos no reino britânico. Sim, Deus usa pessoas para glorificar o seu nome
na política.
3.
O Estado e a Política. O Estado
tem como função garantir, por meio de políticas públicas, as condições
necessárias para a vida digna da sociedade. A Palavra de Deus diz que as
autoridades instituídas são para disciplinar as obras más e enaltecer quem faz
o bem (Rm 13.3,4). Assim, como vivemos num estado
democrático de direito, onde tanto cidadãos quanto autoridades instituídas têm
direitos e deveres mediante a carta constitucional do país, isto é, vivemos no
império das leis, e por isso, devemos exercer o mesmo princípio de submissão ao
Estado esposado pelo apóstolo Paulo em Romanos 13.1,2.
4.
O Estado e a Bíblia. O Novo
Testamento retrata o Estado como instrumento ordenado por Deus (Rm 13.1), assim, os que resistem ao Estado afrontam a Deus (Rm 13.2). Nesse contexto, o Estado é servo do Altíssimo para
aplicar a justiça (Rm 13.4), logo, ele não é problema
para os que fazem o bem, mas para os que praticam o mal (Rm
13.4; 1 Pe 2.14). Assim, é lícito pagar tributos e impostos ao
Estado (Rm 13.6,7), bem como temos a recomendação de
orar pelas autoridades públicas (1 Tm 2.1,2).
SÍNTESE DO
TÓPICO I
A
Palavra de Deus nos apresenta uma perspectiva correta da política.
II – A
SEPARAÇÃO DO ESTADO DA IGREJA: UMA HERANÇA PROTESTANTE
O
conceito de Estado Laico é compreendido como a separação entre o Estado e a
Igreja. Significa que um não pode interferir nas atividades do outro e
vice-versa.
1.
A união entre a Igreja e o Estado.
No ano 313, Constantino e Licínio, imperadores romanos do Ocidente e do Oriente
respectivamente, promulgaram o Édito de Milão. O decreto outorgou liberdade e
tolerância religiosa aos cristãos no Império Romano. O imperador Teodósio
decretou em 380 d.C. o Édito de Tessalônica, estabelecendo o Cristianismo como
religião oficial do Império. O Édito prometia vingança divina e castigo do
Estado aos que não aderissem à lei. A partir de então a união entre a Igreja e
o Estado passou a ser indiscutível. À exemplo da deformação da nação de Israel,
o início dessa união trouxe até benefícios, mas em seguida, essa mistura foi
trágica (1 Sm 10.1; cf. 8.10-19).
2.
A separação entre a Igreja e o Estado. Ao fim da Idade Média, os ideais humanistas valorizavam os direitos
individuais do cidadão e isso despertou nos cristãos a necessidade de reformar
a Igreja, especialmente, o Clero (sacerdotes). Os abusos de Roma e a venda das
indulgências deflagraram a Reforma em 1517, na Alemanha. O Monge Martinho
Lutero rompeu com o catolicismo romano. Foi a partir da Reforma que,
paulatinamente, os conceitos de liberdade, de tolerância religiosa, de
democracia e de separação entre Igreja e Estado foram alçados ao status de
direitos fundamentais. A Palavra de Deus mostra que a ideia de Estado e Igreja
não dará bons resultados (At 4.1-7). Por isso, o
Estado não deve interferir na Igreja nem a Igreja no Estado. Todavia, o povo de
Deus jamais deve faltar com a sua voz profética diante das injustiças e pecados
sociais.
3.
O Modelo de Estado Laico Brasileiro.
A Constituição do Brasil outorga ao cidadão plena liberdade de crença e garante
o livre exercício dos cultos e liturgias, além da proteção aos locais de
adoração (Art. 5º). No artigo 19 está definida a separação entre o Estado e a
igreja, mas ressalva na forma da lei, a colaboração de interesse público.
Assim, embora o Estado brasileiro seja laico, ele não é ateu. Desde os
primórdios, o ser humano tem a necessidade de cultuar a Deus (Sl
42.1), portanto, o Estado não pode negar a natureza religiosa do indivíduo.
SÍNTESE DO
TÓPICO II
Uma
das heranças do protestantismo é a separação do Estado da Igreja.
III – COMO O
CRISTÃO DEVE LIDAR COM A POLÍTICA
O
cristão precisa tomar cuidado com a “politicagem” e definir com temor a Deus a
sua atuação política.
1.
O perigo da politicagem. Os
dicionários em geral conceituam politicagem como “política reles e mesquinha de
interesses pessoais”. O perigo dos atos politiqueiros envolvendo os cristãos é
colocar em descrédito o Evangelho e a Igreja. Assim, os políticos contrários às
convicções cristãs não podem receber o apoio nem o voto da igreja. No
cristianismo primitivo, a igreja em Corinto foi advertida a observar o seguinte
princípio: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que
sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as
trevas? E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o
infiel?” (2
Co 6.14,15).
2.
Como delimitar a atuação da igreja.
Os princípios éticos devem ser estritamente observados. O púlpito da igreja não
pode dar lugar ao “palanque eleitoreiro”. É verdade que a igreja precisa de
conscientização política, mas isso não significa ocupar o espaço de adoração e
pregação da Palavra com campanhas políticas. Conscientização política é uma
coisa, campanha política é outra. Esta não cabe no espaço de culto do Corpo de
Cristo. Nesse sentido, a conscientização política da igreja deve ser
fundamentada em princípios cristãos. Isso significa que o cristão deve analisar
as propostas e as ideologias dos partidos políticos sob a ótica cristã (cf. Is 5.20).
3.
Ajustando o foco da igreja.
O povo de Deus não pode limitar-se a fazer oposição e oferecer resistência à
iniquidade no poder temporal. Não pode depositar sua confiança e esperança nas
decisões políticas. As lideranças devem incentivar o avivamento espiritual. O
avivamento liderado por John Wesley (1703-1791) trouxe mudanças sociais
significativas na Inglaterra, pois o mal realmente a ser combatido pela igreja
é o pecado. Não podemos jamais perder a nossa consciência e natureza
espiritual. Quando a mensagem de arrependimento for pregada ao mundo, então,
vidas serão transformadas. O Espírito Santo terá liberdade para convencer os
ouvintes do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8). À
medida que verdadeiras conversões a Cristo ocorrem, na mesma proporção, a nossa
nação sofre transformações espirituais e sociais.
SÍNTESE DO
TÓPICO III
O
cristão deve lidar com a política com sabedoria e discernimento.
CONCLUSÃO
Diante
do cerceamento de algumas liberdades, a igreja começou a despertar para a
realidade política. As mudanças e as transformações sociais passam pelo
processo político. Por que então não eleger candidatos verdadeiramente
vocacionados para a vida pública e que reproduzam a moral cristã? Por que não
apoiar políticos que rejeitam as leis contrárias aos princípios cristãos? Para
tanto, a Igreja precisa ocupar o seu espaço e influenciar positivamente a
sociedade (Mt 5.13-16).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. VALORES CRISTÃOS, Enfrentando
as questões morais de nosso tempo. Lição 12 – Ética cristã e política. I – Uma
perspectiva bíblica da política. 1. Deus governa todos os aspectos da vida
humana, inclusive o político. 2. Deus levanta homens que o glorifiquem na
política. 3. O Estado e a Política. 4. O Estado e a Bíblia II – A separação do
Estado da Igreja: Uma herança protestante. 1. A união entre a Igreja e o Estado.
2. A separação ente Igreja e o Estado. 3. O modelo de Estado laico brasileiro.
III – Como o cristão deve lidar com a política. 1. O perigo da politicagem. 2. Como
delimitar a atuação da igreja. 3. Ajustando o foco da igreja. Editora CPAD. Rio
de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2018.
Elaboração
dos slides: Ismael
Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA,
matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos
para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
Bom dia na paz do Senhor!!!
ResponderExcluirCada semana os slides estão um melhor do que o outro, esse então ficou excelente um verdadeiro senário para o estudo da lição. Pr. Ismael que lhe abençoe e bom fim de semana. abraço