LIÇÃO 09 - ÉTICA CRISTÃ E PLANEJAMENTO
FAMILIAR
TEXTO ÁUREO
“Eis que os filhos são herança do
SENHOR, e o fruto do ventre, o seu galardão.” (Sl 127.3)
VERDADE PRÁTICA
Gerar filhos, ou não, não é só uma
questão de planejamento familiar, mas um encargo que abrange a obediência aos
desígnios divinos para a família.
Gênesis 1.24-31
24 – E disse Deus: Produza a terra
alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis, e bestas-feras da terra
conforme a sua espécie. E assim foi.
25 – E fez Deus as bestas-feras da
terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil
da terra conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom.
26 – E disse Deus: Façamos o homem
à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e
sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo
réptil que se move sobre a terra.
27 – E criou Deus o homem à sua
imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
28 – E Deus os abençoou e Deus
lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e
dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal
que se move sobre a terra.
29 – E disse Deus: Eis que vos
tenho dado toda erva que dá semente e que está sobre a face de toda a terra e
toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para
mantimento.
30 – E a todo animal da terra, e a
toda ave dos céus, e a todo réptil da terra, em que há alma vivente, toda a
erva verde lhes será para mantimento. E assim foi.
31 – E viu Deus tudo quanto tinha
feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto.
INTRODUÇÃO
O casamento, no plano divino,
pressupõe o nascimento de filhos. Nele, estão inseridos a criação dos filhos, o
sustento deles e todo o cuidado indispensável para o desenvolvimento humano.
Por conseguinte, dentre outros deveres do casal, o planejamento familiar é
importantíssimo.
I – CONCEITO GERAL DE PLANEJAMENTO FAMILIAR
1. Controle de natalidade. Não é
planejamento familiar, mas procedimentos de políticas demográficas com o
objetivo de diminuir ou até mesmo impedir o nascimento de crianças. Tais
medidas são adotadas pelos governos totalitários para refrear o aumento da
população de um país. Nesse caso, regular o número dos filhos é visto como
solução para erradicar os níveis de pobreza, bem como alternativa para a
preservação do meio ambiente e o melhor uso dos recursos naturais. Por ordem do
Estado o número de filhos é limitado à revelia da vontade dos pais. Para esse
fim são utilizados métodos contraceptivos e até a esterilização permanente. Em
países totalitários ocorrem denúncias do uso do aborto, e até do infanticídio,
como soluções para o controle de natalidade.
2. Planejamento familiar.
Diferente do “controle de natalidade”, que consiste em evitar o nascimento dos
filhos por meio do controle estatal, a proposta do “planejamento familiar” é a
de instituir a paternidade-maternidade responsável. Trata-se de uma decisão
voluntária e sensata por parte dos pais quanto ao número de filhos que possam
ter com dignidade. No planejamento familiar fatores diversos são analisados,
tais como: a saúde dos pais, as condições da família (renda, moradia,
alimentação), o espaçamento de tempo entre uma e outra gestação. No contexto
cristão, quanto ao número de filhos, o casal deve buscar orientação divina por
meio da oração, submeter-se à direção do Espírito Santo e levar em conta o bom
senso (Rm
14.21-23).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Planejamento familiar não é
controle de natalidade, mas é a paternidade-maternidade responsável.
II – O QUE AS ESCRITURAS DIZEM SOBRE O
PLANEJAMENTO FAMILIAR
O planejamento familiar, desde que
não seja feito por meio de aborto e meios abortivos, não contraria a Palavra de
Deus.
1. A família e a procriação da
espécie. Após criar o primeiro casal, Deus o abençoou e
disse: “Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28). Nesse
primeiro mandamento, o Senhor requereu a reprodução do gênero humano. Após o
dilúvio, Noé e seus filhos também receberam o mesmo mandamento acerca da procriação:
“Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 9.1). Note
que essa é uma ordem universal direcionada às gerações pré e pós-diluviana.
Repare que Deus não especificou qual seria o fator multiplicador nem quantos
filhos deveriam ser gerados por cada família. Além disso, o propósito do
mandamento é único: homens e mulheres devem se reproduzir para “encher a
terra”.
2. O planejamento familiar no
Antigo Testamento. Na Antiga Aliança a fertilidade era vista como
uma dádiva: “Eis que os filhos são herança do SENHOR, e o fruto do ventre, o
seu galardão.” (Sl 127.3). Neste
contexto, ter muitos filhos era sinal de benevolência do Altíssimo e sinônimo
de felicidade (Sl 127.5). A
esterilidade era motivo de discriminação (1 Sm 1.6,7),
provocava desavenças (Gn 30.1,2) e era
vista como vergonha (Gn 30.23). Em
contraste a essa cultura, as esposas dos patriarcas foram estéreis e sofreram
muito até que Deus lhes abriu a madre: Sara concebeu na velhice e gerou apenas
um filho: Isaque (Gn 21.2); ao
casar-se, durante vinte anos, Isaque orou pelo ventre de Rebeca e ela gerou
dois filhos: Jacó e Esaú (Gn 25.21); Raquel,
a esposa amada de Jacó, após anos de espera, também concebeu apenas dois
filhos: José e Benjamim (Gn 35.24). Aqui,
principalmente no caso dos patriarcas, podemos perceber a intervenção divina,
bem como o fator de multiplicação, de família para família.
3. O planejamento familiar no Novo
Testamento. Na Nova Aliança a fertilidade também é exaltada.
Ao visitar Maria e anunciar a sua gravidez, o anjo lhe disse: “Salve,
agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres” (Lc 1.28). Na
mesma ocasião, ao contar para Maria acerca da gravidez de Isabel, o anjo
enfatizou: “tua prima, concebeu um filho em sua velhice; e é este o sexto mês
para aquela que era chamada estéril” (Lc 1.36). Isabel
gerou um único filho, João – o batista (Lc 1.59-60), e
Maria, após o nascimento de Jesus, gerou ao menos quatro filhos e duas filhas (Mt
13.55,56). Repare, em ambos os casos, a intervenção divina, bem como a diferença
no fator de multiplicação de uma casa para outra.
SÍNTESE DO TÓPICO II
O planejamento familiar não
contraria as Escrituras Sagradas.
III – ÉTICA CRISTÃ E O LIMITE DO NÚMERO DE
FILHOS
1. A questão do fator de multiplicação. Quem se
opõe ao planejamento familiar considera a limitação do número dos filhos uma
desobediência ao mandamento de procriação (Gn 1.28). Por
isso ensinam que a mulher deve gerar filhos indefinidamente. Contrariando essa
ideia, a mulher não é fértil todos os dias. O Criador agraciou a mulher com
apenas três dias férteis a cada mês, indicando que ela não tem o dever de gerar
filhos a vida toda. Deus não estipulou qual deveria ser o número de filhos.
Portanto, o mandamento de multiplicação é cumprido quando o casal gera um
filho, pois eram duas pessoas e agora passaram a ser três. Deve-se também
entender que a ordem de procriação é “geral” e não “específica”; ou seja, Deus
ordenou a reprodução da raça humana, não a reprodução de cada pessoa. Do
contrário, os solteiros e os viúvos (1 Co 7.8), os
eunucos (Mt 19.12) e os
casados estéreis (Lc 23.29) estariam
em pecado. E se fosse pecado não procriar, até a privação sexual voluntária, autorizada
nas Escrituras, estaria em contradição (1 Co 7.5). Desse
modo, o fator de multiplicação depende da vontade do Senhor para cada família.
2. A questão ética no planejamento
familiar. Planejar não é pecado. Cristo falou positivamente
do planejamento do construtor e do rei guerreiro (Lc
14.28-32). O pecado está na presunção em não pedir a aprovação divina para o
projeto (Tg 4.13-15). O
cristão deve aconselhar-se com Deus para tomar qualquer decisão (Tg 1.5; 1 Jo 5.14). Nossas
motivações devem ser apresentadas ao Senhor em oração e devem ser desprovidas
de vaidade e de egoísmo (Tg 4.2,3). É
vaidade a mulher não querer procriar para não alterar a beleza do corpo, bem
como é egoísmo do homem não gerar filhos para fugir da responsabilidade. No
entanto, postergar o nascimento dos filhos até que se possa cuidar melhor da
família; limitar o número dos filhos para que se possa criá-los com dignidade
e, espaçar o tempo de nascimento entre um e outro filho para melhor acolher
mais uma criança, não são pecados, pois as Escrituras ensinam que o homem deve
cuidar bem de sua família (1 Tm 5.8). Para
tanto, sempre se faz necessário consultar à vontade soberana do Senhor em tudo
(Mt 6.10).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O planejamento familiar é uma
questão ética que precisa ser analisada a luz da Palavra de Deus e discutida
pela Igreja.
CONCLUSÃO
O homem não peca pela simples
limitação ou espaçamento do nascimento de seus filhos. Ele comete pecado quando
suas motivações são presunçosas e utilitaristas. O cristão que consulta ao
Senhor, e aceita a vontade divina na limitação do número de seus filhos, é
abençoado em toda a esfera de sua família (Sl 128.1-6). Todavia, ele rejeita
por completo o aborto e os meios abortivos no planejamento familiar.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. VALORES CRISTÃOS, Enfrentando
as questões morais de nosso tempo. Lição 09 – Ética cristã e planejamento
familiar. I – Conceito geral de planejamento familiar. 1. Controle de
natalidade. 2. Planejamento familiar. II – O que as escrituras dizem sobre o
planejamento familiar. 1. A família e a procriação da espécie. 2. O
planejamento no Antigo Testamento. 3. O planejamento familiar no Novo
Testamento. III – Ética cristã e o limite do número de filhos. 1. A questão do
fator de multiplicação. 2. A questão ética no planejamento familiar. Editora
CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2018.
Elaboração
dos slides: Ismael
Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA,
matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos
para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 – 981264038 (Tim), pregação e ensino.
Boa tarde na paz do Senhor!!!
ResponderExcluirMeu amigo. Pr. Ismael,os slides ficaram excelentes como sempre, que Deus continue abençoando sua vida e a da sua família e seu ministério.!!!abraço