LIÇÃO 02 - A SALVAÇÃO NA PÁSCOA JUDAICA
TEXTO ÁUREO
"[...] Eu sou o Senhor,
e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, vos livrarei da sua servidão
e vos resgatarei com braço estendido e com juízos grandes." (Êx 6.6).
VERDADE PRÁTICA
A libertação do povo
israelita vislumbrava um plano divino maior: libertar e salvar a humanidade.
Êxodo 12.21-24,29
21 - Chamou, pois, Moisés a
todos os anciãos de Israel e disse-lhes: Escolhei, e tomai vós cordeiros para
vossas famílias, e sacrificai a Páscoa.
22 - Então, tomai um molho
de hissopo, e molhai-o no sangue que estiver na bacia, e lançai na verga da
porta, e em ambas as ombreiras, do sangue que estiver na bacia; porém nenhum de
vós saia da porta da sua casa até amanhã.
23 - Porque o Senhor passará
para ferir aos egípcios, porém, quando vir o sangue na verga da porta e em
ambas as ombreiras, o Senhor passará aquela porta e não deixará ao destruidor
entrar em vossas casas para vos ferir.
24 - Portanto, guardai isto
por estatuto para vós e para vossos filhos, para sempre.
29 - E aconteceu, à
meia-noite, que o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o
primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo
que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.
INTRODUÇÃO
Na Páscoa, os israelitas
relembram o modo milagroso pelo qual Deus operou a salvação de seu povo,
livrando-o da opressão, do sofrimento, da angústia e da escravidão promovida
pelos egípcios. Era a lembrança da fidelidade de Deus à sua promessa, do seu
amor libertador e do cuidado, sem igual, em favor do seu povo. Nesta lição,
estudaremos os aspectos-chave e simbólicos da Páscoa e o novo significado que
tão importante celebração assumiu com a morte e a ressurreição de nosso Senhor
Jesus Cristo.
I - A INSTITUIÇÃO DA PÁSCOA
1.
O livramento nacional. Para o povo de Israel, a Páscoa representa
o que o dia da independência significa para um país colonizado por uma
metrópole. Mais ainda, essa magna celebração significa a verdadeira libertação
experimentada por uma nação, expressada pela liberdade espiritual do povo para
servir ao Deus Criador (Êx 12.1-13,16).
Historicamente, foi o último juízo sobre o Egito e a provisão do sacrifício
pascal que possibilitaram o livramento da escravidão e a peregrinação do povo
judeu rumo à Terra Prometida (Êx 12.29-51).
2.
A libertação da escravidão. Os israelitas habitaram por
aproximadamente 430 anos no Egito (Êx 12.40). Na maior
parte desse tempo, eles experimentaram a dominação, a escravidão e a
humilhação. Ser escravo no Antigo Oriente era estar sob a dependência política,
econômica e social de outra nação. A religião a ser professada pelo povo escravo
era a da nação dominadora, logo, não havia dignidade nacional para a escrava.
Entretanto, no caso dos israelitas, o Deus Todo-Poderoso ouviu "o gemido
dos filhos de Israel, aos quais os egípcios escravizam", e lembrou-se de
sua aliança (Êx 6.5). Do sofrimento da escravidão, o
clamor do povo chegou a Deus que lhe proveu o livramento.
3.
A nova celebração judaica. A Páscoa passou a ser a nova festa
religiosa dos israelitas, pois essa celebração foi instituída por Deus,
mediante o legislador Moisés, e um novo ano religioso começou (Êx
12.1-20). Os israelitas passavam oito dias comendo pães sem fermento, o
matzá, isto é, fatias de pães asmos. Tudo isso para trazer à memória a grande
fuga do Egito que fora tão rápida, a ponto de não haver tempo para deixar o pão
caseiro crescer, pois esse pão deveria ser consumido antes de a massa levedar (Êx 12.39,40).
SÍNTESE DO TÓPICO I
A Páscoa foi instituída por
Deus.
II - O CORDEIRO DA PÁSCOA
1.
O cordeiro no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o
cordeiro constituía parte fundamental dos sacrifícios oferecidos para remissão
dos pecados. Ele foi introduzido na cultura dos israelitas quando Deus libertou
o seu povo, conforme nos relata Êxodo
12.3-10. Para oferecer o cordeiro em sacrifício, o sacerdote e o
povo deveriam observar algumas exigências: o animal deveria ser completamente
limpo, não poderia haver manchas nem outros defeitos, ser imaculado e
plenamente saudável (Lv 4.32; Nm
6.14).
Todo esse simbolismo apontava para Jesus, o verdadeiro Cordeiro pascal.
2.
Jesus, o verdadeiro Cordeiro pascal. A páscoa cristã é o
memorial de como Deus substituiu os sacrifícios temporários por um único e
definitivo. Nesse aspecto, o cordeiro do Antigo Testamento era sombra do
apresentado no Novo, "morto desde a fundação do mundo" (Ap 13.8). Por isso, ao comemorarmos a Páscoa, devemos
atentar seriamente para o glorioso feito de Jesus na cruz. Cristo é o
fundamento, a essência da Páscoa; se não atentarmos para Ele, nossa Páscoa
torna-se vazia de sentido. Além disso, somos chamados a celebrar o verdadeiro
Cordeiro com alegria e gratidão, pois por intermédio dEle a nossa culpa foi
anulada definitivamente. Deus nos purificou e nos fez dignos de "assentar
nos lugares celestiais, em Cristo Jesus" (Ef 2.6).
Agora, uma vez em Cristo, somos santificados, justificados e perdoados (Rm 5.1,2; 8.1).
SÍNTESE DO TÓPICO II
O cordeiro da Páscoa
apontava para Jesus, o Cordeiro Deus.
III - O SANGUE DO CORDEIRO
1.
O significado do sangue. A primeira abordagem da Bíblia acerca
dos sacrifícios está no livro de Gênesis (Gn 3.21; 4.1-7). O
sacrifício de animais era uma forma de lidar com os problemas do pecado, quando
este destruiu a paz entre Deus e a humanidade (Is 59.2).
O sacrifício era oferecido para expiação dos pecados do transgressor, em que
este era perdoado e, mediante essa expiação, tinha a sua relação com Deus
restabelecida. O maior símbolo, e principal elemento desse ritual, era o sangue
do animal sacrificado. Isso porque "sangue", na Bíblia, representa a
vida; e a vida do animal, "derramada" no sacrifício, era o que
restabelecia a paz entre Deus e o ser humano (Lv 17.11
cf. Hb 9.23-28).
2.
O sangue do cordeiro pascal. Antes do advento da última praga sobre
os egípcios, Deus ordenou aos judeus que preparassem um cordeiro para cada
família (Êx 12.3). A orientação era a seguinte: após matarem
o cordeiro, os israelitas deveriam passar o sangue da vítima nas ombreiras e no
umbral da porta de suas casas (Êx 12.7). Isso serviria de
sinal para que quando o Senhor passasse e ferisse os primogênitos do Egito,
conservasse a vida dos israelitas intacta (Êx 12.13).
Assim, a orientação divina protegeu os primogênitos israelitas e o sangue do
cordeiro pascal foi o símbolo de proteção deles diante da morte. Nesse sentido,
o sangue de Jesus Cristo, o verdadeiro Cordeiro, nos protege da morte eterna e
da maldição originada pelo pecado (1 Jo
1.7).
Tal como o sangue do cordeiro pascal que livrou o povo da morte, assim também o
sangue de Jesus nos livra da morte espiritual e da condenação eterna.
3.
O sangue da Nova Aliança. Em o Novo Testamento, ao celebrar a
Páscoa na última ceia, Jesus afirmou que o seu sangue era o símbolo da Nova
Aliança (Lc 22.14-20); era o real cordeiro, bem como o
verdadeiro sacerdote, sendo o sacrifício e o oficiante ao mesmo tempo. Por essa
razão, o livro de Hebreus afirma que Cristo é o mediador da Nova Aliança e,
mediante seu sangue, redime de modo efetivo ao que crê (Hb
12.24). Nesse sentido, o sangue da Nova Aliança deu acesso direto do ser
humano ao trono da graça (Hb 4.16) e autoridade exclusiva
a Jesus como o único e verdadeiro mediador entre Deus e os homens (1
Tm 2.5). Desse modo Cristo fez da Igreja um povo de verdadeiros
sacerdotes com autoridade e legitimidade para partilhar da intimidade com Deus,
para interceder uns pelos outros e anunciar as boas novas dessa Nova Aliança (1
Pe 2.9).
SÍNTESE DO TÓPICO III
O sangue do cordeiro pascal
apontava para o sacrifício perfeito do Cordeiro de Deus.
CONCLUSÃO
A Páscoa para os judeus é a
memória da ação salvadora de Deus. Para nós, os cristãos, é a recordação da
ação redentora de Jesus em favor da humanidade. Cristo é a nossa verdadeira
Páscoa, o Cordeiro único e o Sumo Sacerdote por excelência. Seu sacrifício foi
definitivo e completo. Por isso, ao lermos sobre a Páscoa, devemos celebrar a
Nova Aliança manifesta em Cristo Jesus. Hoje somos filhos de Deus mediante a
nova e perfeita aliança no sangue do Cordeiro que tira o pecado do mundo.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A OBRA DA SALVAÇÃO, Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida.
Lição 02 – A salvação na páscoa judaica. I – A instituição da páscoa. 1. O
livramento nacional. 2. A libertação da escravidão. 3. A nova celebração
judaica. II – O cordeiro da páscoa. 1. O
cordeiro no Antigo Testamento. 2. Jesus, o verdadeiro Cordeiro pascal. III – O
sangue do cordeiro. 1. O significado do sangue. 2. O sangue do cordeiro pascal.
3. O sangue da Nova Aliança. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de
2017.
Elaboração
dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia
de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB,
número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 984070979 (Oi) e 63 –
981264038 (Tim), pregação e ensino.
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