Dia
da Bíblia
LIÇÃO 10 – CUMPRINDO AS OBRIGAÇÕES
DIANTE DE DEUS
TEXTO ÁUREO
"Quando
a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de
tolos; o que votares, paga-o" (Ec 5.4).
VERDADE PRÁTICA
A
nossa vida de adoração somente será verdadeira quando nos conscientizarmos dos
nossos direitos e deveres diante de Deus.
INTRODUÇÃO
Na
lição anterior, vimos que o pregador tratou sobre as coisas que acontecem
"debaixo do sol" (Ec 1-4). Ele demonstrou que o conhecimento sem o
temor de Deus não é sabedoria, mas loucura. Demonstrou ainda que a busca
desenfreada pelo prazer é correr "atrás do vento" e que a aquisição
de bens materiais não pode fazer de nós pessoas felizes. E, por último, ensinou
que o trabalho, sem a visão objetiva de Deus transforma-se em mero ativismo.
A
partir do capítulo cinco, porém, Salomão versa sobre o estilo de vida do
adorador consciente dos seus direitos e obrigações diante de Deus. Esse assunto
é o que, à luz dos atributos divinos revelados nas Escrituras Sagradas -
santidade, transcendência e imanência -, buscaremos compreender. Nesta lição,
veremos que as nossas obrigações não se limitam ao "mundo
eclesiástico-religioso", mas também ao universo que Deus criou.
1. Obrigações de natureza
político-social. Há um ditado popular que diz:
"Primeiro a obrigação, depois a devoção". Aqui, há um dualismo que
separa a obrigação (vida social) da devoção (vida espiritual), como se ambas
fossem duas dimensões distintas. Tal máxima não é bíblica, pois o livro de
Eclesiastes denota uma perspectiva completamente oposta (Ec 8.2) “Eu digo: observa o mandamento do rei, e isso em consideração
para com o juramento de Deus”. As Escrituras orientam-nos a priorizar o
Reino de Deus sem perder de vista a dimensão material em que estamos inseridos
(Mt 6.33) “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua
justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 22.21) “Disseram-lhe eles: De César. Então, ele lhes disse: Dai,
pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus”.
Vivemos
em um mundo em que há autoridades constituídas e onde, consequentemente,
direitos e deveres são estabelecidos. Somos cidadãos e possuímos direitos e
deveres para com o Estado. Pagamos os impostos, podemos votar e receber votos.
Enfim, não podemos eximir-nos das nossas obrigações para com a nação. A nossa
consciência cívica deve ter como base a Bíblia Sagrada.
2. Obrigações de natureza religiosa.
Além da nossa obrigação político-social, de natureza cível, há também a de
natureza religiosa ou espiritual. Elas acontecem na dimensão do culto, da
adoração.
A
palavra hebraica shachar mantém o sentido de "prostrar-se com deferência
diante de um superior" (Gn 22.5) “E disse Abraão a
seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e,
havendo adorado, tornaremos a vós” (Êx 20.5) “Não
te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus
zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem”. É com esse entendimento que Salomão
fala da casa de Deus como o local de adoração (Ec 5.1) “Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a
ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal”.
Construtor do grande templo, ele sabia que essa casa tinha como objetivos
centralizar o culto, a fim de assegurar os elementos mais sublimes de sua
liturgia: a adoração verdadeira a Deus e a unidade dos adoradores num único
povo.
1. Reverência.
Todo culto tem uma liturgia, e não há nada de errado nisso. A palavra liturgia
está associada ao culto da Igreja Primitiva. Quando em Antioquia houve uma
escolha e separação de obreiros para a obra missionária (At 13.2) “E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito
Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado”,
Lucas registra o fato utilizando a palavra grega leitourgeo para designar
serviço, e dessa palavra vem o vocábulo português liturgia. Esta também faz
parte da adoração a Deus.
Salomão
sabia disso e advertiu-nos quanto ao cuidado que devemos ter quando entrarmos
na casa de Deus (Ec 5.1) “Guarda o teu pé, quando
entrares na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer
sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal”. Desligue o celular,
não masque chiclete, seja reverente! Seja um verdadeiro adorador!
2. Obediência.
Obedecer a um conjunto de normas e regras sem atentar para os princípios que o
fundamentam é puro legalismo. Não vale a pena observar o preceito sem atentar
para o princípio existente por trás dele. O livro de Eclesiastes demonstra isso
com clareza (Ec 5.1) “Guarda o teu pé, quando entrares
na Casa de Deus; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de
tolos, pois não sabem que fazem mal”, pois Deus não se interessa na
observância do sacrifício em si, e sim na obediência aos princípios que regulamentam
a sua prática. Foi exatamente isso que o profeta Samuel ensinou a Saul (1 Sm
15.22) “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o SENHOR
tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do
SENHOR? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é
do que a gordura de carneiros.”
1. Deus, o criador.
Todas as religiões possuem a noção do sagrado e demonstram respeito por ele. No
cristianismo, como no judaísmo, a consciência do sagrado revela-se na
manifestação do Deus verdadeiro, que ao longo da história deu-se a conhecer ao
homem. O Deus Criador se distingue da própria criação (Dt 4.15-20) “Guardai, pois, com diligência a vossa alma, pois semelhança
nenhuma vistes no dia em que o SENHOR, vosso Deus, em Horebe, falou convosco,
do meio do fogo; para que não vos corrompais e vos façais alguma escultura,
semelhança de imagem, figura de macho ou de fêmea; figura de algum animal que
haja na terra, figura de alguma ave alígera que voa pelos céus; figura de algum
animal que anda de rastos sobre a terra, figura de algum peixe que esteja nas
águas debaixo da terra; e não levantes os teus olhos aos céus e vejas o sol, e
a lua, e as estrelas, todo o exército dos céus, e sejas impelido a que te
inclines perante eles, e sirvas àqueles que o SENHOR, teu Deus, repartiu a
todos os povos debaixo de todos os céus. Mas o SENHOR vos tomou e vos tirou do
forno de ferro do Egito, para que lhe sejais por povo hereditário, como neste
dia se vê”. A teologia bíblica denomina essa doutrina de "a
transcendência de Deus". Deus está além de suas criaturas, como afirma o
Eclesiastes: "Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra" (Ec
5.2b). Ele pode humanizar-se, como já o fez (Jo 1.14) “E
o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória
do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”, mas o homem não pode
tornar-se divino. Quem procurou ser igual a Deus foi expulso do céu (Ez 28.1,2)
“E veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do
homem, dize ao príncipe de Tiro: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Visto como se eleva
o teu coração, e dizes: Eu sou Deus e sobre a cadeira de Deus me assento no
meio dos mares (sendo tu homem e não Deus); e estimas o teu coração como se
fora o coração de Deus,” (Is 14.12-15) “Como
caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste lançado por terra,
tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e,
acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação,
me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens
e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais
profundo do abismo”.
2. Homem, a criatura. O
homem foi criado por Deus como a coroa da criação. Ele não surgiu do acaso nem
de uma mistura acidental de elementos naturais. E a nós Deus se revelou,
manifestou seus atributos, vontades e apesar de estarmos condenados à morte
eterna, Deus proporcionou em Jesus Cristo a salvação que nos era necessária
para que passássemos a eternidade futura com o nosso Criador e Redentor.
1. Deus está próximo. O
atributo da imanência divina revela-nos um Deus que se relaciona com a sua
criação. Isto significa que o Pai Celeste não é um Deus distante que, após
criar o mundo, ausentou-se dele! Pelo contrário, Ele é um Deus presente,
participa da sua criação e nela intervém.
O
capítulo cinco de Eclesiastes narra Salomão falando do culto a Deus e como o
Senhor identifica-se com o homem que lhe oferece adoração, seja aprovando-o ou
reprovando-o (Ec 5.4b) “porque não se agrada de tolos;
o que votares, paga-o”. Essa mesma verdade é confirmada em o Novo
Testamento (2 Co 6.16) “E que consenso tem o templo de
Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse:
Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu
povo”. A proximidade de Deus com o homem deve fazer-nos melhores crentes
e pessoas.
2. O valor das orações e votos.
Deus não apenas se faz presente, mas também prometeu abençoar os seus filhos,
atendendo nossas orações e súplicas. Isso acontecerá quando orarmos de acordo
com sua vontade (Jr 29.12,13) “Então, me invocareis, e
ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis e me achareis quando
me buscardes de todo o vosso coração” (Jo 14.13,14) “E tudo quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o
Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei”.
Cientes
dessa verdade, os judeus não somente oravam a Deus, como também se empenhavam
com votos (Nm 30.3-16) “Também quando uma mulher fizer
voto ao SENHOR, e com obrigação se ligar em casa de seu pai na sua mocidade; e
seu pai ouvir o seu voto e a sua obrigação, com que ligou a sua alma, e seu pai
se calar para com ela, todos os seus votos serão válidos, e toda obrigação, com
que ligou a sua alma, será valiosa. Mas, se seu pai se opuser no dia em que tal
ouvir, todos os seus votos e as suas obrigações, com que tiver ligado a sua
alma, não serão válidos; mas o SENHOR lho perdoará, porquanto seu pai lhos
vedou. E, se ela tiver marido e for obrigada a alguns votos ou dito irrefletido
dos seus lábios, com que tiver ligado a sua alma; e seu marido o ouvir e se
calar para com ela no dia em que o ouvir, os seus votos serão válidos; e as
suas obrigações, com que ligou a sua alma, serão valiosas. Mas, se seu marido
lho vedar no dia em que o ouvir e anular o seu voto a que estava obrigada, como
também a declaração dos seus lábios, com que ligou a sua alma, o SENHOR lho
perdoará. No tocante ao voto da viúva ou da repudiada, tudo com que ligar a sua
alma sobre ela será válido. Porém, se fez voto na casa de seu marido ou ligou a
sua alma com obrigação de juramento, e seu marido o ouviu, e se calou para com
ela, e lho não vedou, todos os seus votos serão válidos, e toda obrigação, com
que ligou a sua alma, será valiosa. Porém, se seu marido lhos anulou no dia em
que os ouviu, tudo quanto saiu dos seus lábios, quer dos seus votos, quer da
obrigação da sua alma, não será válido; seu marido lhos anulou, e o SENHOR lho
perdoará. Todo voto e todo juramento de obrigação, para humilhar a alma, seu
marido o confirmará ou anulará. Porém, se seu marido de dia em dia se calar
inteiramente para com ela, então, confirmará todos os seus votos e todas as
suas obrigações que estiverem sobre ela; confirmado lhos tem, porquanto se
calou para com ela no dia em que o ouviu. Porém, se de todo lhos anular depois
que o ouviu, então, ele levará a iniqüidade dela. Estes são os estatutos que o
SENHOR ordenou a Moisés entre o marido e sua mulher, entre o pai e a sua filha,
na sua mocidade, em casa de seu pai” (Dt 23.21-23) “Quando votares algum voto ao SENHOR, teu Deus, não tardarás
em pagá-lo; porque o SENHOR, teu Deus, certamente o requererá de ti, e em ti
haverá pecado. Porém, abstendo-te de votar, não haverá pecado em ti. O que saiu
da tua boca guardarás e o farás, mesmo a oferta voluntária, assim como votaste
ao SENHOR, teu Deus, e o declaraste pela tua boca”. Não há dúvidas de
que o livro de Eclesiastes tem em mente essas passagens bíblicas, quando
adverte sobre a seriedade do voto (Ec 5.4) “Quando a
Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de
tolos; o que votares, paga-o”. Em o Novo Testamento, não encontramos um
preceito específico concernente a essa prática, mas o seu princípio permanece
válido, pois o cumprimento de um voto, ou de um propósito diante de Deus, é algo
que ultrapassa gerações.
Nesta
lição, abordamos as palavras de Salomão no contexto da adoração bíblica.
Conscientizamo-nos de que não há adoração verdadeira que não leve em conta as
obrigações diante de Deus e dos homens. Se quisermos viver uma vida espiritual
plena devemos ter em mente as implicações que a acompanham. De nada adianta
termos templos suntuosos, pregadores eloquentes e cantores famosos se não
estamos cumprindo as obrigações que uma verdadeira adoração requer.
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qualidades dos slides, sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint
em “Design” e depois “Configurar página”.
Referências
Revista
Lições Bíblicas. SABEDORIA DE DEUS PARA
UMA VIDA VITORIOSA, A atualidade de
Provérbios e Eclesiastes. Lição 10 – Cumprindo as obrigações diante de Deus.
I – Obrigações e devoções. 1. Obrigações de natureza político-social. 2. Obrigações
de natureza religiosa. II – Obrigações ante a santidade de Deus. 1. Reverência.
2. Obediência. III – Obrigações frente à transcendência de Deus. 1. Deus, o
criador. 2. Homem, a criatura. IV – Obrigações diante da imanência de Deus. 1.
Deus está próximo. 2. O valor das orações e votos. Conclusão. Editora CPAD. Rio
de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2013.
A paz e a graça de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo! Atenção você ministro da palavra de Deus, cuidado quando alguém te chamar de "reverendo" pois reverendo é aquele que é digno de reverência ou seja somente Deus é digno de reverência. Não se deixe exaltar por coisas tão simples receba a honra mas deixe a glória para Deus. Deus abençoe a todos abundantemente. E uma excelente escola dominical e um feliz dia da Biblia...
ResponderExcluirA paz do Senhor !
ResponderExcluirQue Deus vos recompense pelo excelente trabalho .
Que possamos valorizar cada vez a palavra do Senhor !
Para vossa meditação :
"Examinai tudo. Retende o bem.
Abstende-vos de toda a aparência do mal.
E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.
( 1 Tessalonicenses 5:21-23 ).
Orando por vós !
Pr Milton Souza , A . Deus , Barra Mansa ,R . J